Café com BPM: bolsas globais caem com incertezas tarifárias

Foto: Freepik

As bolsas globais operam em queda no pré-mercado desta quinta-feira (24), em um cenário de agenda econômica esvaziada e maior atenção aos resultados corporativos.

O foco do dia recai sobre os balanços, com destaque para Alphabet, nos EUA, e Vale, no Brasil, que divulgarão seus números após o fechamento dos mercados. Antes da abertura, Usiminas apresenta seus resultados.

No after hours de ontem, os investidores repercutiram balanços mistos. A IBM viu suas ações caírem quase 7%, mesmo com lucro e receita acima das expectativas. Em contrapartida, a Whirlpool avançou 3,80% após reverter o prejuízo registrado no mesmo período do ano anterior.

Enquanto isso, seguem as reuniões do FMI, que têm sido marcadas por discursos e entrevistas repletos de incertezas sobre a política tarifária dos Estados Unidos. Wall Street até reagiu com certo alívio a um novo recuo de Trump, mas o entusiasmo foi contido.

O mercado demonstra cansaço com os tuítes imprevisíveis do presidente e a constante instabilidade nas sinalizações econômicas. Uma reportagem do Wall Street Journal sobre possível redução de tarifas para a China chegou a animar temporariamente, mas a ausência de confirmação oficial da Casa Branca esfriou os ânimos.

Durante o pregão, os índices de ações chegaram a subir mais de 3%, mas parte dos ganhos foi devolvida após o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmar que “não haveria uma proposta unilateral aos chineses”.

Ao fim do dia, Trump assinou ordens executivas para promover o uso de inteligência artificial na educação e na capacitação de trabalhadores.

O presidente também afirmou que já conversou com 90 países interessados em negociar tarifas, e que “onze grandes fabricantes de carros estariam voltando aos EUA”.

EUA

Nesta quinta-feira (24), os futuros das bolsas americanas recuam, refletindo o clima de instabilidade provocado por declarações desencontradas vindas da Casa Branca.

A perda de tração nos mercados ocorre após a forte alta da véspera, quando rumores sobre uma possível redução de tarifas à China animaram os investidores. A empolgação, no entanto, durou pouco.

A reportagem do Wall Street Journal, que sugeriu um recuo do governo Trump na guerra comercial, chegou a impulsionar os índices, mas foi desmentida pouco depois pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, que afirmou que “não houve qualquer proposta unilateral para aliviar a guerra comercial”.

O vaivém das declarações reacendeu a apreensão dos mercados com a condução da política econômica americana.

O cenário instável também influencia as bolsas europeias, que operam em queda nesta manhã. A estagnação da recuperação no continente é agravada pela cautela em torno dos resultados corporativos, com investidores digerindo os números de empresas como Unilever, Sanofi, BNP Paribas, Eni, Banco Sabadell e Dassault Systèmes.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,73%

S&P 500 Futuro: -0,65%

Nasdaq Futuro: -0,88% 

Bolsas asiáticas

Na Ásia, os mercados encerraram o dia com desempenho misto. Ainda sob o impacto positivo dos ganhos em Wall Street, o apetite por risco foi sustentado por expectativas de avanço nas conversas entre EUA e China, embora persistam dúvidas sobre a real disposição de Washington em ceder no impasse tarifário.

Shanghai SE (China), +0,03%

Nikkei (Japão): +0,49%

Hang Seng Index (Hong Kong): -0,74%

Kospi (Coreia do Sul): -0,13%

ASX 200 (Austrália): +0,60%

Bolsas europeias

O pano de fundo é uma crescente fadiga dos investidores diante da volatilidade nas comunicações oficiais dos EUA, que tornam o ambiente global mais imprevisível — principalmente em temas sensíveis como comércio internacional e política monetária.

STOXX 600: -0,63%

DAX (Alemanha): -0,95%

FTSE 100 (Reino Unido): -0,31%

CAC 40 (França): -0,83%

FTSE MIB (Itália): +0,05% 

Ibovespa: relembre a véspera

Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quarta-feira (23) com 1,34% aos 132.216 pontos. O dólar comercial caiu 0,16%, a R$ 5,71.

Os investidores aproveitaram esta sessão para renovar os votos com o Ibovespa, e com os índices europeus e de Wall Street. A animação vem pela demonstração de cuidado de Trump com o tarifaço e com o Banco Central dos EUA.

Radar corporativo

Na temporada de balanços, a Hypera (HYPE3) anunciou na última quarta-feira (23) que registrou um prejuízo de R$ 138,8 milhões nas operações líquidas continuadas do primeiro trimestre de 2025, revertendo o lucro de R$ 391,5 milhões apurado no mesmo período de 2024.

No cenário internacional, A IBM (International Business Machines Corp) divulgou na última quarta-feira (23) um lucro líquido de US$ 1,06 bilhão no primeiro trimestre de 2025.

A receita da companhia também veio em linha com o desempenho positivo, somando US$ 14,54 bilhões, uma alta de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O número superou as expectativas do mercado, que projetavam US$ 14,40 bilhões.

Agenda do dia

Indicadores

▪️ 08h00 – FGV: Prévia do IPC-S

▪️ 09h30 – EUA: Encomendas de bens duráveis em março

▪️ 09h30 – EUA: Pedidos de auxílio desemprego semanal

▪️ 11h00 – EUA: Vendas de moradias usadas em março

Eventos

▪️ 07h00 – EUA: Galípolo tem série de reuniões do G20, FMI e Banco Mundial

▪️ 12h30 – Diogo Guillen (BC) participa de evento da XP em Washington

▪️ 14h00 – EUA: Neel Kashkari participa de evento

▪️ 15h00 – Paulo Picchetti (BC) participa de evento do Itaú em Washington

▪️ 15h00 – Reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)

Balanços

▪️ NY/depois do fechamento: Alphabet

▪️ Brasil/antes da abertura: Usiminas

▪️ Brasil/depois do fechamento: Vale e Multiplan

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