
No final de 2024, a Uber começou a testar uma nova função voltada para a segurança dos motoristas em Fortaleza (CE) e Porto Alegre (RS). Batizada de “Zona de Alerta”, a ferramenta identifica áreas consideradas de risco e informa o condutor antes da corrida ser aceita, sem penalizar sua taxa de aceitação.
O recurso, embora em fase experimental, já desperta debates entre motoristas autônomos e especialistas. Enquanto a empresa afirma que a funcionalidade oferece mais flexibilidade, há quem questione sua real eficácia diante do cenário de violência enfrentado por quem atua com transporte por aplicativo.
O que é e como funciona a “Zona de Alerta”
A “Zona de Alerta” aparece no mapa do aplicativo quando o trajeto envolve regiões classificadas como arriscadas. Nesses casos, o endereço é destacado em laranja e sinalizado com um símbolo de atenção. Segundo a Uber, os dados são baseados em informações georreferenciadas e relatos de motoristas parceiros.
Com isso, o condutor pode optar por recusar a corrida sem sofrer penalizações em sua taxa de desempenho. A proposta é dar mais autonomia ao profissional, oferecendo contexto antes de iniciar uma viagem.
Embora a Uber esteja testando a novidade nos últimos meses, motoristas que utilizam o app 99 já conhecem algo semelhante. Desde 2017, a 99 envia alertas sonoros quando o profissional se aproxima de locais considerados perigosos.
De acordo com a empresa, essa classificação leva em conta o histórico de furtos, assaltos e acidentes, além de fatores como cruzamentos arriscados e pistas sinuosas. Assim como na Uber, o objetivo é ajudar os motoristas a tomarem decisões mais seguras no dia a dia.
Por que Fortaleza foi escolhida para os testes da Uber

A capital cearense foi uma das primeiras a receber o teste da “Zona de Alerta”. Para quem vive e trabalha na cidade, a escolha não causa surpresa.
Conforme explicou Márcio Leite, membro da Associação de Motoristas de Aplicativo do Ceará, ao Mobilidade Estadão, até o momento da publicação da matéria, 55 motoristas haviam sido assassinados em Fortaleza desde o início das atividades das plataformas de transporte urbano.
Segundo Márcio, todas as vítimas estavam em serviço e foram alvo de ações criminosas. Por isso, ele considera que a ‘Zona de Alerta’ ainda é um recurso insuficiente diante da gravidade do cenário.
*Com informações de Mobilidade Estadão
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