Herdeiro da Hermès vira alvo de ação bilionária na Justiça dos EUA

Nicolas Puech (Foto: repdodução/ Facebook)

Um dos nomes mais discretos ligados à lendária fortuna da Hermès está no centro de uma nova e intrigante batalha judicial. Nicolas Puech, de 82 anos, herdeiro octogenário do império de luxo francês, foi acusado de descumprir um suposto acordo envolvendo ações no valor de 14 bilhões de euros (US$ 16 bilhões), que deveriam ter sido entregues à empresa Honor America Capital. As informações pertencem à Bloomberg.

A ação, movida no mês passado em um tribunal de Washington, afirma que Puech teria falhado em sua parte de um pacto de venda, motivando o pedido de uma indenização superior a US$ 1,3 bilhão.

Segundo os documentos apresentados, a operação teria sido apoiada por Emir do Qatar (Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani), dando à história contornos geopolíticos e bilionários.

O presidente da Honor America sustenta que o negócio foi legítimo e que Puech estava plenamente ciente dos termos. Mas a defesa do herdeiro rebate com veemência.

Gregoire Mangeat, que assumiu o caso ao lado de Fanny Margairaz no ano passado, afirma que seu cliente “contesta veementemente” qualquer envolvimento na transação e sequer tinha conhecimento dela — até vê-la noticiada pela imprensa.

Enquanto isso, as autoridades do Catar optaram pelo silêncio, recusando-se a comentar o processo. A disputa, repleta de personagens poderosos e cifras astronômicas, promete movimentar os bastidores da elite europeia e do mercado de luxo.

Disputa bilionária entre herdeiro da Hermès envolve ações “desaparecidas”

A disputa judicial que gira em torno do herdeiro da Hermès, Nicolas Puech, ficou ainda mais complexa — e nebulosa.

No centro do caso está uma transação que não se concretizou: a venda de cerca de 6 milhões de ações da Hermès, avaliadas em 14 bilhões de euros (US$ 16 bilhões), à empresa Honor America Capital, apoiada pelo Emir do Catar (Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani).

Segundo os documentos, Puech e uma holding ligada a ele, chamada Borysthene, teriam firmado um acordo de venda com a Honor em fevereiro.

Contudo, a negociação fracassou no mês seguinte, quando o advogado Francois Besse informou que as ações não poderiam ser recuperadas do banco de custódia Lombard Odier, sediado em Genebra. Apesar dos esforços, o paradeiro dos papéis segue indefinido. O banco, por sua vez, se recusou a comentar.

A situação levanta uma dúvida crucial: Puech ainda detém as ações? A questão já circula nos tribunais há mais de uma década, desde que o bilionário Bernard Arnault (da LVMH) tentou adquirir parte da Hermès de forma silenciosa.

Após um acordo em 2014, Puech deixou o conselho da empresa, e desde então, pouco se sabe sobre o destino de sua participação de 5,7% na marca de luxo.

Em 2023, o mistério aumentou quando Puech acusou seu ex-gerente financeiro, Eric Freymond, de má administração. Nesta ocasião o mesmo declarou o desaparecimento de sua fortuna de R$ 73 bilhões, na época.

Um tribunal de Genebra, no entanto, rejeitou a acusação, afirmando que Puech sempre teve controle sobre suas contas — e portanto, sobre os ativos.

A defesa do herdeiro agora afirma estar em “processo de consulta com indivíduos e instituições envolvidos no caso para determinar onde estão essas ações e como recuperá-las”.

O processo também envolve figuras ligadas ao Catar e mostra como o país tem ampliado sua influência no mercado de luxo, controlando ativos como a Harrods, a Printemps e marcas como Valentino e Balmain, por meio da Mayhoola.

Na ação, a Honor America Capital pede uma indenização de mais de US$ 1,3 bilhão, baseada em cartas assinadas e contratos de venda nos quais Puech teria se comprometido com a transação. No entanto, seus advogados negam que ele tivesse conhecimento ou envolvimento direto. O caso segue sob sigilo, sem comentários oficiais da Hermès ou das autoridades do Catar.

Enquanto isso, o mercado segue atento. Na última semana, a Hermès superou a LVMH em valor de mercado pela primeira vez, atingindo 249 bilhões e assumindo o posto de empresa mais valiosa do índice francês CAC40.

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