Quem são os cotados para suceder Francisco como papa?

Após a morte do primeiro papa das Américas, começam as especulações sobre os candidatos mais prováveis para ser o próximo líder da Igreja Católica. O conclave de cardeais terá a palavra final. Conheça alguns dos cotados.Há um leque intercontinental de possíveis sucessores do papa Francisco, que morreu na segunda-feira (21/04), aos 88 anos e após ocupar o posto máximo da Igreja Católica por 12 anos.

Os papas são eleitos em um processo secreto e altamente ritualizado chamado conclave, realizado na Capela Sistina, no Vaticano.

Somente os cardeais com menos de 80 anos podem votar e, normalmente, cerca de 120 deles participam. Abaixo estão alguns dos possíveis pontífices cotados para o cargo.

Cardeal Luis Antonio Tagle (67 anos, filipino, atual pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização e ex-presidente da Caritas Internacional)

Apelidado de “Francisco asiático” por seu foco na justiça social, Tagle é visto como o favorito em alguns setores e também seria o primeiro papa asiático – assim como Francisco foi o primeiro papa das Américas. No papel, Tagle parece ter todos os requisitos para se qualificar como papa. No entanto, as perspectivas de Tagle podem ser reduzidas devido a acusações de intimidação institucional na Caritas Internacional, associação de caridade católica global, que ele dirigiu por vários anos. A Santa Sé demitiu Tagle como chefe da Caritas Internacional em 2022.

Cardeal Pietro Parolin (70, italiano, Secretário de Estado do Vaticano)

Uma ponte em potencial entre várias facções da Igreja, Parolin ocupou o cargo de secretário de Estado de Francisco desde 2013 até a morte do papa. Ele consta entre os principais candidatos ao papado. Sua função é a segunda mais alta na hierarquia depois do papa. Diplomata de carreira, ele tem sido criticado pelos conservadores por seu papel em um acordo com Pequim sobre a nomeação de bispos na China comunista. Sua eleição devolveria o papado à Itália depois de três pontífices não italianos.

Cardeal Peter Turkson (76 anos, ganense, funcionário e diplomata do Vaticano)

Um possível primeiro papa da África subsaariana? O cardeal Turkson combina o trabalho pastoral em Gana com habilidades diplomáticas e experiência de liderança no Vaticano. Francisco enviou Turkson como seu enviado especial para promover a paz no Sudão do Sul. Suas sólidas habilidades de comunicação – e o fato de ele vir de uma das regiões mais dinâmicas para a Igreja, que luta contra o secularismo na Europa – podem reforçar suas credenciais.

Cardeal Marc Ouellet (79 anos, canadense, ex-prefeito do Dicastério para os Bispos na Santa Sé.)

Um veterano do Vaticano com experiência global, Ouellet é personagem há muito tempo nas especulações papais. Teologicamente conservador e fluente em vários idiomas, ele atrai os tradicionalistas. Alegações de má conduta pessoal contra o cardeal surgiram em 2022, mas foram descartadas pelo papa Francisco.

Cardeal Fridolin Ambongo Besungu (65 anos, congolês, arcebispo de Kinshasa)

Uma estrela em ascensão da África, Ambongo combina visões tradicionais com a defesa da justiça social. Ele é uma voz importante para a Igreja que está crescendo rapidamente no continente. Ao mesmo tempo, sua oposição vocal às bênçãos para casais do mesmo sexo elevou seu perfil internacional, aumentando sua popularidade entre os conservadores.

Matteo Zuppi (69 anos, italiano, arcebispo de Bolonha)

Frequentemente chamado de “Bergoglio italiano” por seu alinhamento com o papa Francisco, Zuppi é um “padre de rua” que se concentra em apoiar os pobres e os migrantes. Ele também evita a pompa – às vezes andando de bicicleta em vez de usar um carro oficial. As facções mais conservadoras da igreja desconfiam de suas tendências progressistas.

Jean-Marc Noël Aveline (66, francês, arcebispo de Marselha)

Aveline é conhecido por seu humor e pelo bom relacionamento que mantinha com Francisco, especialmente em relação à imigração e às relações com os muçulmanos. Se eleito, Aveline seria o primeiro papa francês desde o século 14 e o mais jovem desde João Paulo 2°. Ele entende italiano, mas não o fala fluentemente – potencialmente uma desvantagem em um cargo que também o tornaria o bispo de Roma.

Cardeal Péter Erdo (72, húngaro, arcebispo de Esztergom-Budapeste)

Um forte defensor dos ensinamentos e da doutrina católicos tradicionais que, no entanto, construiu pontes com o mundo progressista de Francisco, Erdo foi um dos candidatos ao papado em 2013. Fluente em vários idiomas, inclusive italiano, ele não é visto como particularmente carismático, mas pode agradar àqueles que buscam um papado mais estável.

Cardeal Mario Grech (68, maltês, secretário-geral do Sínodo dos Bispos)

Inicialmente considerado conservador, Grech se tornou uma figura importante na promoção das reformas de Francisco. Em 2014, ele pediu uma postura de maior aceitação em relação aos católicos LGBTQ+ – um discurso elogiado por Francisco. Sua função de alto nível no Vaticano e seu bom relacionamento com diferentes facções o tornam bem posicionado para o papado.

Cardeal Juan José Omella Omella (79, espanhol, arcebispo de Barcelona)

Próximo de Francisco, Omella leva uma vida modesta apesar de seu cargo sênior. Promovido a cardeal em 2016, ele entrou para o conselho consultivo de nove membros do papa em 2023. Sua proximidade com Francisco pode ser um risco se o conclave quiser uma mudança de tom ou de direção.

Cardeal Joseph Tobin (72, EUA, Arcebispo de Newark)

Embora um papa dos EUA seja considerado improvável, Tobin é o candidato mais plausível entre seus compatriotas. Natural de Detroit e fluente em italiano, espanhol, francês e português, ele foi elogiado por ter administrado um grande escândalo de má conduta sexual em seu cargo atual. Ele também é conhecido por sua abertura em relação às pessoas LGBTQ+.

Cardeal Angelo Scola (83 anos, italiano, ex-arcebispo de Milão)

No conclave de 2013, Scola foi visto como um dos primeiros colocados. Os partidários de Scola elogiam sua mente teológica aguçada e seu bom relacionamento com aqueles que favorecem uma Igreja mais centralizada e hierárquica. No entanto, ele ultrapassou o limite máximo de idade de 80 anos para votar em um conclave papal. Embora tecnicamente um papa possa ser escolhido fora do eleitorado, isso é raro nos tempos modernos.

Ainda assim, como diz o ditado histórico, “cardeais jovens votam em papas velhos”. O adágio cínico reflete um padrão tradicional em conclaves papais, sugerindo que cardeais mais jovens e ambiciosos tendem a preferir eleger um papa mais velho – talvez alguém que não ocupará o cargo por muito tempo.

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