Do passado ao futuro: as influências da Apple no mundo da tecnologia

Influências da Apple no mundo da tecnologia

Para o bem ou para o mal (acredito eu que bem mais para o primeiro que para o segundo), alguns lançamentos ou estratégias da Apple ao longo de sua quase meia década de história acabaram influenciando em alguma escala o mercado da tecnologia.

Partindo da interface gráfica do primeiro Macintosh, passando pelo iPhone e chegando aos anos mais recentes, nesta postagem conferiremos alguns desses produtos e estratégias da empresa que ditaram tendências, influenciaram concorrentes ou até mesmo viraram padrão na indústria.

Também daremos uma passada por estratégias que ainda não foram consolidadas, mas que podem acabar resultando em algo parecido futuramente — algumas delas com maior probabilidade de acontecer que outras, obviamente.

A interface gráfica

Começaremos falando sobre algo que influencia até hoje nossas vidas digitais como um todo: a interface gráfica. Antes de ela dar as caras, vale recordar, a maioria dos computadores era controlada primariamente por uma interface de linha de comando — o que não era uma tarefa fácil ou acessível para a maioria dos usuários.

Era um contraste bastante interessante e claro entre o mercado atual, em que as interfaces gráficas, que permitem visualizar e interagir com o conteúdo sem a necessidade de digitar infinitos comandos e de maneira intuitiva — usando um apontador (como um mouse, o dedo ou até o olho) — dominam o mercado.

Obviamente, é público que não foi a Apple que criou esse empreendimento, e sim os engenheiros da Xerox, que desenvolveram o Xerox Alto, o primeiro computador com uma interface gráfica funcional — com direito a janelas, ícones, menus e uma “mesa”.

Foi a expertise e a visão de futuro de Steve Jobs que acabou colocando a coisa pra frente. Em visita à Xerox com a equipe da Apple, ele viu nas GUIs um potencial não enxergado pela empresa, especializada em copiadoras, e a integrou aos primeiros computadores da Maçã, impulsionando a popularização das GUIs na indústria.

Não é preciso pensar muito para entender como ela foi revolucionária. Pela primeira vez, a computação se transformava em uma espécie de mimetismo do mundo real, facilitando em cheio o entendimento e a abstração de conceitos e tarefas que até então eram complexas para a maioria das pessoas.

Ao usar um computador, você poderia imitar ações do mundo real como jogar um arquivo no “Lixo”, trabalhá-los em uma “Mesa” ou movê-los entre diferentes pastas — sem a necessidade de decorar e digitar comandos em um terminal, algo capaz de aterrorizar qualquer usuário mais leigo.

Indiretamente, mesmo antes de apresentar ao mundo essa revolução, Jobs acabou influenciando a indústria ao contratar os trabalhos do jovem Bill Gates para que sua recém-lançada companhia (uma tal de Microsoft) desenvolvesse softwares para o sistema gráfico que a Apple estava preparando.

Nascia ali a base para o Windows, até hoje o sistema operacional mais popular para computadores já utilizado no mundo — e cujas certas ideias acabaram até mesmo influenciando o macOS como conhecemos hoje. É aquela história: uma mão lava a outra.

O mercado de músicas digitais

Já falei sobre esse tópico em um especial sobre como a Apple impactou o mercado fonográfico, mas não custa recapitular. Com o lançamento da iTunes Store, embalado pelo sucesso do iPod e do próprio aplicativo iTunes, a Apple mudou a forma como as músicas eram comercializadas.

Num mercado dominado pela pirataria no que se refere a músicas no ambiente digital, a Maçã conseguiu convencer as gravadoras a abandonarem suas tentativas fracassadas de comercializar músicas online de forma descentralizada, passando a oferecer um catálogo incontável de músicas e álbuns a preços bastante atrativos.

Não é exagero dizer que o modelo de negócio da iTunes Store dominou o mercado por anos — inclusive com os resultados das vendas na plataforma sendo utilizados para medir a popularidade das músicas, dos artistas e dos álbuns (os famosos rankings do iTunes).

É uma missão que atualmente é dada ao streaming (majoritariamente ao Spotify), um mercado no qual a Maçã chegou atrasada — embora tenha conseguido correr atrás do prejuízo parcialmente com a surpreendente compra da Beats, cujo serviço de streaming deu origem ao Apple Music.

O smartphone

Embora já seja para lá de manjado falar sobre como o iPhone revolucionou a informática (e o mundo, como um todo), não dá para fazer um artigo sobre o tema sem mencionar aquele que ainda é o carro-chefe da Apple, mesmo após quase duas décadas do seu anúncio original, que aconteceu em 9 de janeiro de 2007.

Visto de início com desconfiança e até com desprezo por gigantes do mercado de telefonia móvel na época do lançamento, o aparelho que — nas palavras de Steve Jobs no evento histórico de anúncio — reinventou o telefone é, até hoje, modelo de influência para a indústria e representa o principal pilar de sustentação da Apple no mercado.

Apresentado como uma junção do já bem-sucedido iPod com um telefone e um poderoso dispositivo de comunicação via internet, o iPhone foi um sucesso imediato. Mesmo que outras marcas já tivessem fabricado smartphones, ele trouxe mudanças muito bem-vindas e inaugurou padrões que se sustentam até hoje na indústria.

Foi a partir dos iPhones que os celulares, em sua maioria, abandonaram de vez o teclado físico — muito graças à tecnologia inovadora multitoque adotada pela Apple no dispositivo, a qual ainda não estava presente nos dispositivos com tela sensível ao toque mais populares.

O iPhone também foi uma clara influência para o recém-concebido Android, que em seus primeiros dias era bem diferente do que viria a ser nos dias pós-iPhone. Antes desenvolvido para teclados físicos, o sistema operacional gerido pelo Google foi um dos protagonistas de disputas consideráveis envolvendo patentes — assim como empresas que se “inspiraram” na novidade da Apple, como a Samsung.

O iPhone também foi responsável por destruir o reinado de empresas que até então eram sinônimo de inovação e liderança, as quais acreditavam que esse posto seria mantido mesmo caso não reagissem à novidade — como a BlackBerry, que foi do apogeu à decisão de parar de fabricar smartphones pouco menos de uma década após o lançamento do iPhone.

Além de ter influenciado as próprias concorrentes, o iPhone impactou também a própria posição da Apple no mercado. Certamente a empresa não é a mais valiosa do mundo apenas com o que ganha vendendo iPhones, mas o próprio ato de vender iPhones acaba influenciando usuários a adquirirem outros produtos do seu ecossistema, bem como a utilizar o seu lucrativo e crescente setor de serviços.

Ao longo dos anos, o próprio iPhone continuou lançando tendências em muitos outros aspectos, como o do nosso próximo tópico deste artigo.

As lojas de aplicativos

Assim que foi lançado, o iPhone tinha vários problemas (não necessariamente problemas, considerando o contexto da época, mas olhando sob uma ótica atual e até mesmo anacrônica) que foram sendo solucionados com o tempo. Um deles era a falta de uma loja de aplicativos.

Nesse período, a regra dominante no mercado de celulares era de baixar aplicativos diretamente no site dos desenvolvedores ou de plataformas fragmentadas/descentralizadas — e muitas vezes, inseguras. A App Store, lançada em 2008, meio que mudou esse paradigma e influencia esse mercado até hoje.

Centralizando os aplicativos em um único local de fácil acesso e oferecendo uma experiência de usuário superior às concorrentes na época, a App Store garantiu mais segurança com seu processo de aprovação rigoroso e tornou a instalação de apps mais intuitiva, com poucos passos.

Abrindo as portas para desenvolvedores independentes, a loja meio que foi o começo de um ecossistema bilionário de apps. Pela primeira vez, se você queria fazer algo, havia um app para isso (como dizia o comercial clássico) — o que aumentou a dependência dos smartphones e os tornou um “acessório” tão essencial quanto nossas vestimentas.

Mas o que foi majoritariamente positivo também tem seus pontos de debate. O ecossistema centralizado, por exemplo, acaba tornando o sistema bastante fechado e, consequentemente, obriga os desenvolvedores a seguirem estritamente as regras de monetização da loja — o que vem dando dores de cabeça profundas para a empresa ultimamente envolvendo possíveis monopólios.

Controverso ou não, é inegável que o modelo de loja de aplicativos implementado pela Apple foi um divisor de águas no mercado. Ele é basicamente o mesmo que foi implementado no Android (mesmo que seja um sistema mais aberto) e expandido até mesmo para os computadores tradicionais (tanto no macOS quanto no Windows) — embora menos populares nessas plataformas.

As assistentes pessoais

Outra coisa da Apple que se popularizou graças ao iPhone foi a Siri. Embora atualmente, em um cenário dominado pela inteligência artificial generativa, ela seja praticamente sinônimo de como um assistente pessoal digital não deve ser, nos primórdios ela parecia promissora para algo que realmente poderíamos chamar de inteligente.

Não foi a Apple quem a criou, e sim uma startup homônima adquirida posteriormente pela empresa, mas a integração da assistente ao iOS como parte do sistema acabou virando padrão na indústria ao ser adotada pelo Google (com o Google Now e, atualmente, com o Google Assistente) e pela Microsoft (com a finada Cortana, no finado Windows Phone).

A Siri basicamente foi pioneira ao levar a inteligência artificial e o machine learning ao bolso das pessoas numa época em que pouco se falava nessas coisas. Embora atualmente isso pareça algo banal, poder falar, ser ouvido e compreendido (até certo ponto) por uma entidade digital, bem como efetivamente poder dar ordens a ela parecia coisas de filmes de ficção, na época.

O lançamento da Siri, inclusive, serviu como influência para a popularização de outras categorias de produtos — como os alto-falantes Alexa, da Amazon, os quais viraram padrão para controle de casa inteligente e influenciaram até mesmo a própria Apple, com o lançamento posterior do HomePod.

Atualmente, graças em partes às diretrizes mais restritivas da Apple em relação à privacidade ou à falta de inovação da empresa nesse setor, não é nenhum exagero afirmar que a companhia está muito aquém das concorrentes supracitadas nesse mercado, correndo para recuperar o tempo perdido.

Tanto é que a assistente é a grande protagonista de uma das maiores vergonhas da Apple na última década: o adiamento na implementação de recursos de IA que, potencialmente, poderiam deixá-la mais inteligente — como todos nós esperamos que ela seja um dia.

“There’s something in the air”

Se a Apple revolucionou o mercado de computadores com a interface gráfica, algo parecido (obviamente, nem de perto na mesma escala) aconteceu com a popularização dos laptops ultrafinos, algo que teve início na apresentação clássica de Steve Jobs na abertura da Macworld Conference & Expo 2008.

O lendário e eterno CEO 1 da Maçã tirou de um envelope (sim, você já deve conhecer essa história e até mesmo visto o vídeo com o momento) aquele que se tornaria o laptop mais popular do mundo (um título que ele detém até hoje), e influenciaria o design e as estratégias de mercado de empresas concorrentes no futuro.

Só para nos situarmos melhor, antes do MacBook Air os laptops eram mais robustos e pesados (muito por causa do foco em durabilidade e resistência) e não prezavam por toda a portabilidade que se deseja atualmente — isso sem falar nas zilhões de portas e limitações em termos de conectividade sem fio.

Foi nesse cenário que Jobs subiu no palco daquela keynote e surpreendeu a plateia ao exibir aquele que foi chamado pela Apple de “o notebook mais fino do mundo” — título que lhe foi conferido graças aos seus 0,4cm de espessura em seu ponto mais fino e de 1,94cm no seu ponto mais espesso.

Essas características do MacBook Air deram início a um novo gênero de notebooks, denominados ultrabooks. O termo foi cunhado pela Intel em 2011, especificamente para designar laptops com um formato fino e leve que não têm a autonomia da bateria e a performance comprometida com a adoção desse design.

Antes do MacBook Air, até existiam modelos ultrafinos (como o lendário Toshiba Portege R200, de 2005), mas eles contavam com algumas limitações de hardware, como um processador menos poderoso e uma menor autonomia de bateria — além de ter como foco o mercado de TI, e não os usuários convencionais.

Com o MacBook Air, a Apple tomou algumas decisões de engenharia ousadas para a época, mas que possibilitaram um avanço nesses quesitos — como a diminuição na quantidade de portas, a eliminação da unidade de disco óptico para CDs/DVDs e, mais tarde, a troca do HDD 2 pelo SSD 3.

Mas essa tendência iniciada com a Maçã também acabou resultando em aparelhos com cada vez menos conectividade, chegando ao ponto de os MacBooks Air contarem apenas com duas portas USB-C e a saída de 3,5mm para fones de ouvido — o que pode ser suficiente para a maioria dos usuários, mas limitado para tantos outros.

O mercado de relógios

Após o lançamento do primeiro iPad, o próximo grande lançamento da Apple foi o Apple Watch. Tendo chegado oficialmente às prateleiras há aproximadamente uma década, o dispositivo é hoje considerado referência quando falamos de relógios inteligentes e líder isolado em market share na categoria (mesmo que só seja possível emparelhá-lo com iPhones, que têm uma participação de mercado consideravelmente menor que o Android).

No início, porém, a coisa não foi tão favorável para o lado da Apple. O mercado de smartwatches ainda caminhava a passos curtos, com empresas como o Google e a Samsung. A Apple, na época do anúncio do produto, se concentrou em apresentar o dispositivo mais como um produto focado em moda ou a apontar coisas como a Digital Crown como sendo revolucionárias — o que definitivamente não convenceu.

As coisas começaram a ir para um caminho diferente alguns anos depois, quando a Maçã começou a adicionar ao Apple Watch recursos que justificavam melhor a sua existência, que poderiam fazer valer o (alto) preço cobrado por ele — como o suporte à conexão celular (no Series 3) e recursos de saúde indispensáveis hoje em dia (como o eletrocardiograma e a detecção de queda, que pintaram no Series 4).

A partir daí, passamos a acompanhar inúmeros relatos de pessoas que tiveram suas vidas salvas pelo smartwatch da Maçã — muitos deles, inclusive, compartilhamos desde o início aqui no MacMagazine. Esses recursos de saúde, aliados ao apelo fitness que o relógio adquiriu com o tempo, foi um verdadeiro chamariz para consumidores — notavelmente jovens, que haviam deixado os relógios num passado bem distante.

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De certa forma, a Maçã meio que deu uma “ressuscitada” na moda envolvendo relógios, atraindo clientes que nunca haviam colocado qualquer modelo no pulso. O Apple Watch mostrou que um relógio não precisava apenas ser um item de luxo ou um marcador de horas, mas que podia também cuidar da sua saúde, lhe ajudar com exercícios, a ouvir músicas, a fazer ligações e até mesmo pagamentos.

Tendo praticamente dizimado o mercado de relógios de pequeno e médio custo, o Apple Watch acabou levando a um outro efeito interessante na indústria: o aumento no interesse pelos relógios de luxo e de alto custo tradicionais, fomentado por uma nova tecnologia popular. Foi uma espécie de via de mão dupla, com uma perda por um lado e um pequeno aumento do outro.

Trata-se de um fenômeno que foi descrito como efeito halo (halo effect) em um artigo de 2008 de John Biggs, no TechCrunch. Ele descobriu que o tráfego do seu “site para obcecados por relógios” aumentou continuamente de 2015 até o ano da publicação — com uma queda em 2017, quando o site passou por problemas constantes de instabilidade no servidor.

Dos milhões de pessoas que compraram e usaram um Apple Watch, a maioria nunca tinha usado ou pensado em usar um relógio. Uma vez que eles experimentaram o Apple Watch, no entanto, e o equiparam com pulseiras de couro, pulseiras estilo milanês sofisticadas e cores combinando com a roupa, o comportamento mudou. Se usar relógios é tão divertido e expressivo, por que não experimentar outras peças mais históricas?

Desde essa virada do Apple Watch, a empresa só se consolidou no mercado de smartwatches, estando isoladamente em primeiro lugar nesse mercado — muito, é claro, graças ao impulsionamento do seu ecossistema. O dispositivo também mudou muito, adicionado recursos de saúde como o (polêmico) oxímetro ou até os muito bem-vindos recursos envolvendo acidentes e emergência.

ECG no Apple Watch
ECG do Apple Watch | Foto: WKRC

Dessa forma, o Apple Watch meio que foi se posicionando (o que, de certa forma, também acabou posicionando outros relógios) como um dispositivo moderno focado em saúde e exercícios o qual pode, sim, ser indispensável para algumas pessoas (como idosos ou esportistas). Ou seja: a Apple deixou de lado a sua estratégia fracassada inicial e conseguiu dar ao Watch um motivo para existir.

Para o futuro, ainda há muito por vir. Rumores indicam, por exemplo, um recurso para auxiliar na medição da pressão arterial, outro para o nível de glicose no sangue e até mesmo a adição de uma câmera ao dispositivo para que ele possa incrementar o ecossistema de inteligência artificial da empresa. Coisas bem promissoras, eu diria.

Retirada da saída de áudio de 3,5mm dos iPhones e lançamento dos AirPods

Quando falei na introdução deste artigo que a Apple influenciou o mercado tanto para o bem quanto para o mal (desculpem um pouco o exagero que essa palavra pode carregar), eu não estava de brincadeira.

Uma das decisões da Apple ao longo da sua história que mais podem ser relacionadas para esse lado negativo (a depender de como você encara o mundo e a evolução tecnológica), por exemplo, foi a retirada da saída de 3,5mm para fones de ouvido nos iPhones, a qual deu as caras pela última vez nos iPhones 6/6 Plus (de 2014).

Um padrão na indústria desde os reprodutores de música mais antigos, passando pelo iPod, pelos celulares, pelos computadores e pelos próprios smartphones, a saída P2 (como ela também é chamada) era, de longe, a forma mais popular de conectar fones de ouvido em smartphones. De uma hora para outra, no entanto, a porta utilizada para conectá-los não estava mais lá.

Para compensar essa mudança brusca, a Apple também implementou uma estratégia gradual de remoção dos fones de ouvido das caixas dos aparelhos, começando a decisão de enviar na caixa o famigerado adaptador de Lightning para P2, o qual permitia conectar os fones com saída P2 na porta de carregamento dos aparelhos.

Obviamente a empresa poderia simplesmente enviar os fones com a saída Lightning diretamente, mas é óbvio que a Apple não jogaria fora todo o seu estoque de fones com a conexão P2 e, ainda por cima, é claro que a empresa deve ter achado que seus usuários achariam linda e prática a gambiarra para usar os fones com fio.

Coincidentemente, o primeiro aparelho sem a saída para fones de ouvido (o iPhone 7) foi lançado em setembro de 2016 — no mesmo evento em que a Maçã apresentou ao mundo os AirPods, fones de ouvido sem fio do tipo TWS (true wireless stereo) que hoje estão por todos os cantos — originais ou falsificados, diga-se.

Querendo ou não, foi mais uma bola dentro da Maçã. Fones de ouvido do gênero (e seus estojos de carregamento) já existiam antes dos AirPods, mas eles não costumavam ser tão bem construídos, eficientes, portáteis e integrados ao sistema como o dispositivo da Maçã — e nem ter toda a vitrine daquela que já era uma das maiores companhias do mundo.

Hoje, além de serem sinônimo de fones de ouvido TWS, os AirPods também são um verdadeiro laboratório para a Apple, não apenas no que se refere a recursos focados em música como também em saúde — como o recém-lançado recurso de aparelho auditivo dos AirPods Pro 2. Futuramente, eles devem contar até mesmo com espécies de câmeras em seu corpo.

Embora possa ser questionável, não dá para dizer que a estratégia da Apple deu errado em termos mercadológicos, uma vez que ela acabou criando artificialmente uma demanda pelo seu novo produto ao tornar mais difícil o uso daquele que já era padrão — afinal, aquele adaptador é bem bizarro e usar os fones durante o carregamento (com fio) simplesmente deixou de ser uma opção.

Além disso, a própria estratégia de retirar a saída de áudio em si acabou influenciando outras fabricantes de smartphones — notavelmente a Samsung, que a aboliu completamente dos seus smartphones topos-de-linha (o que certamente também a fez vender mais seus Galaxy Buds — sua “versão” dos AirPods).

Os números não mentem!

Um levantamento da Kantar do ano passado, por exemplo, revelou que em 2020, quatro anos após a retirada da saída para fones de ouvido dos iPhones, o market share de fones com fio era de 75%, contra 35% dos fones Bluetooth (já em crescimento); em 2024, os fones wireless já haviam invertido a situação, com 68% de participação.

Não é difícil concluir que essa mudança deu bastante dinheiro para a Apple. Enquanto os EarPods (com fio) eram disponibilizados na caixa, os AirPods custam bem mais caro e não são “de graça”. Para se ter uma ideia, em 2016, mesmo com apenas 17% das vendas unitárias, os fones sem fio já representavam 54% da receita gerada nesse mercado.

E quem se beneficia mais com isso? A própria Apple. O mesmo relatório da Kantar mencionado acima indica que a empresa detém nada menos que 27% de todo esse mercado (embora essa participação esteja em declínio). Somando aos resultados da sua subsidiária Beats, esse número sobe para 33%.

Retirada dos carregadores das caixas de iPhones

Além da decisão de mercado envolvendo a remoção da saída para fones de ouvido, sobre a qual falamos acima, uma outra “retirada” promovida pela Apple deu bastante o que falar (negativamente) e acabou também influenciando outras empresas: a dos adaptadores de energia das caixas dos iPhones.

Essa foi uma daquelas coisas que ninguém cogitou que poderia rolar antes de os primeiros rumores circularem pela internet. Afinal, ter o carregador junto ao cabo na caixa do smartphone era considerado algo tão natural e enraizado como comprar um guarda-roupa e ele vir com as gavetas (obviamente, perdoem-me o exagero da comparação).

Essa era uma tradição já velha, que remontava aos tempos dos antigos celulares e, na época, fazia todo o sentido, uma vez que a maioria das fabricantes usava padrões de conexão proprietários para carregamento — quem não lembra do conector em formato de pino da Nokia? Os carregadores também não costumavam ser separados do cabo, como são atualmente.

Isso mudou com o tempo. Com a era dos smartphones, cabo e carregador passaram a vir separados e, embora a conexão com o aparelho pudesse ser diferente — afinal, houve a transição da entrada Micro-USB para a USB-C, e a Apple insistiu em adotar o Lightning por muito tempo —, a porta que liga o cabo à fonte geralmente era ou USB-A ou USB-C (mais recentemente).

Querendo ou não, essas mudanças abriram o caminho para, em 2020, a Apple anunciar que nenhum dos iPhones 12 viria com o carregador na caixa, bem como nenhum dos aparelhos ainda em linha que fossem comercializados a partir de então. A justificativa? As metas de preservação ecológica da empresa, que seriam beneficiadas com o tamanho da caixa dos aparelhos significativamente menor com a remoção do carregador.

Embora alguns argumentassem se tratar de uma espécie de “venda casada”, não foi de fato o que aconteceu — e digo isso sem ignorar os interesses financeiros por trás dessa decisão. Isso porque:

  1. A Apple não limitou o funcionamento do carregamento aos seus próprios acessórios.
  2. É possível fazer a recarga usando um mesmo carregador já utilizado em outro aparelho.

No entanto, obviamente, a decisão causou polêmica, e foi alvo de órgãos reguladores e de proteção ao consumidor — inclusive no Brasil, onde Procons e até o governo por algumas vezes tentaram punir a Maçã por causa da remoção do carregador. Pelos motivos já elencados acima, não deu em nada e a empresa continua até hoje vendendo seus aparelhos sem o acessório.

A estratégia, assim como a mencionada anteriormente, foi adotada por outras fabricantes. A Samsung, como de costume, até mesmo debochou da decisão da Maçã, mas — também como de costume — voltou atrás e viu que essa era uma forma viável de economizar “uns” dólares. Compreensível, afinal, por que não fazer se a Apple faz e não dá em nada?

Carregador e cabo USB da Samsung

Samsung remove post zombando Apple por falta de carregador

Tirando as alfinetadas, no entanto, há de se considerar que a fabricante coreana dá (pelo menos aqui no Brasil) a chance a seus consumidores para que eles solicitem um carregador assim que compram um novo aparelho — algo que, na Apple, só é comum se conseguir por meio de um processo judicial.

iPhones sem portas? Quem sabe…

Assim como a retirada da saída para os fones de ouvido abriu caminho para a ascensão dos AirPods, a retirada do carregador da caixa dos iPhones pode ser uma (bem mais longa) caminhada para algo que vem sendo especulado há uns anos: um iPhone completamente sem portas.

O primeiro passo para essa empreitada a Apple já deu há algumas gerações nos Estados Unidos, com a remoção da bandeja para cartões SIM. Considerando a já supracitada remoção da saídas para fones de ouvido, agora só resta a da porta de carregamento para termos um iPhone completamente portless.

Ao remover o carregador da caixa, em 2020, a Apple também lançou uma novidade para os iPhones: o suporte ao carregamento MagSafe. O recurso permitiu uma recarga sem fio dos aparelhos a uma potência bem mais alta que a suportada até então, bem como um alinhamento perfeito entre o iPhone e o carregador graças ao uso de ímãs.

Lembram da junção da retirada da saída P2 e o lançamento dos AirPods? Pois é, foi basicamente isso que aconteceu aqui — guardadas as devidas proporções. Com a necessidade de comprar um carregador separadamente com o novo aparelho, muitos consumidores puderam optar por um MagSafe.

A diferença é que, aqui, uma mudança tão brusca por parte da Apple como a remoção das portas de carregamento depende de alguns fatores a mais — como a popularização dos carregadores sem fio. Acredito que esse fator é um dos impeditivos para essa alteração nos iPhones.

Os outros seriam relacionados, por exemplo, a uma deficiência na velocidade de transferência de dados para computadores (algo que, como sabemos, é bem mais rápido usando cabos) ou até mesmo à falta de maneiras para recuperar o aparelho em casos que exigem uma conexão com um computador.

Mas nada impede que a Apple venha a usar um determinado iPhone como “cobaia” para experimentar algo do tipo futuramente. Inclusive, há rumores de que a empresa considerou isso para o vindouro “iPhone 17 Air”, aparelho ultrafino que deverá ser apresentado em setembro.

Apple Silicon

É difícil falar sobre a história dos Macs (e até da Apple como um todo) atualmente sem dar um grande destaque à transição relativamente recente de chips fabricados pela própria empresa em seus computadores, a qual teve início em 2020, com o chip M1 (no MacBook Air) e foi concluída em 2023, com o lançamento do M2 Ultra (no Mac Pro).

Usando os processadores da Intel desde 2006 — antes disso, a empresa usava os processadores com a arquitetura PowerPC — em seus computadores, a Apple começou seu negócio com chips há muito tempo, com seu principal produto: o iPhone.

Inicialmente equipado com chips de terceiros, o aparelho ganhou a sua primeira experiência de processamento com um toque da Maçã em 2010, quando o iPhone 4 chegou equipado com o chip A4 (ainda fabricado pela Samsung e baseado na arquitetura ARM Cortex-A8). Em 2012, já com o A16, nascia o primeiro chip customizado 100% pela empresa — e não uma CPU 4 licenciada da ARM como nas versões anteriores.

A adoção dos chips da série A foi um marco no desenvolvimento do iPhone, pois tornou o aparelho ainda mais otimizado tanto em termos de performance quanto de eficiência energética — o que possibilitou à Apple oferecer menos em termos de hardware, mas entregar um resultado capaz de competir de igual para igual (ou até na dianteira) com outras fabricantes de smartphones.

Para uma empresa que produz tanto o hardware quanto o software dos seus dispositivos, essa integração foi essencial. E foi só aumentando com o tempo, já que a Apple colocou seus chips na maioria de seus dispositivos (do iPad, passando pelo Apple Watch e chegando à Apple TV). Mas faltava uma linha bastante importante para a companhia: os Macs.

Os chips com a arquitetura ARM são amplamente utilizados em dispositivos que requerem uma grande eficiência energética — o que sempre foi bastante necessário em smartphones, visto que eles geralmente ficam ligados e fora da tomada na maior parte do tempo. Por outro lado, a limitação relacionada a poder de fogo os tornavam impraticáveis para computadores.

Caminhos de circuito brilhantes

Uma não tão breve história da ARM (parte 1)

Acorn Archimedes A310

Uma não tão breve história da ARM (parte 2): da quase falência à Advanced Risc Machines

Sede da Arm em Cambridge (Inglaterra)

Uma não tão breve história da ARM (parte 3): um padrão global

Mesmo assim, a discrepância em termos de experiência com processadores em iPhones e Macs, bem como os atrasos frequentes e a dependência da Intel em relação a um componente tão crucial certamente influenciaram no desenvolvimento dos chips para Macs. Sem falar no potencial de economia para a empresa a longo prazo, e no maior controle sobre o hardware e o software.

Para conseguir driblar os desafios em termos de performance supracitados, a Apple adotou algumas estratégias, como a arquitetura unificada em um SoC 5 (que permite uma melhor otimização), o design Big.LITTLE (capaz de combinar até três tipos de núcleos para melhor eficiência), a arquitetura de memória unificada, núcleos ARM customizados e, é claro, a otimização do macOS.

Essa combinação permitiu que a Maçã apresentasse uma característica já conhecida no iPhone e em outros dispositivos, mas que ainda não era disponibilizada em seus computadores: a capacidade de entregar muito com relativamente pouco.

Mesmo sem uma quantidade de núcleos expressiva, os Macs passaram a entregar um desempenho superior em muitos testes práticos da vida real — o que, curiosamente, os deixou em uma posição de custo-benefício elevado em relação a outros computadores na mesma faixa de preço, algo raro em se tratando de Apple.

Quando pulamos para o macOS, ele foi redesenhado para atender às especificações da nova arquitetura e ganhou o Rosetta 2, a segunda versão de camada de software desenvolvida pela Apple para permitir a execução de aplicativos criados originalmente para os processadores Intel. Graças à experiência obtida na transição PowerPC-Intel, a Apple pôde tornar esse processo o mais seamless possível.

O resultado dessa mudança é evidente. Além do crescimento recorde na receita da Maçã proveniente dos Macs, após o lançamento do primeiro computador com Apple Silicon, abriu-se todo um caminho no mercado para um futuro no qual os chips com a arquitetura ARM seriam dominantes quando falamos de computadores pessoais — principalmente no mundo dos laptops.

A Arm, por exemplo, já estimou que 50% dos PCs com Windows deverão contar com a sua arquitetura até 2029, um crescimento e tanto se considerarmos que esse mercado atualmente ainda é praticamente dominado pelos computadores da Maçã — que chegou primeiro nessa jogada.

O movimento da Apple funcionou como uma bola de neve, fazendo com que a Microsoft corresse contra o tempo e acelerasse o desenvolvimento do Windows para ARM e, não somente isso, que anunciasse recentemente uma parceria com a Qualcomm para desenvolver computadores com recursos de inteligência artificial exclusivos para a arquitetura.

De certa forma, falar do Apple Silicon nessa publicação significa não apenas mencionar uma revolução que já aconteceu, como principalmente olhar para o futuro e entender que ela ainda está apenas no começo — afinal, 2020 foi logo ali e a própria Apple terminou essa transição há apenas dois anos.

Obviamente, como nem tudo são flores, há um preço a se pagar por essa mudança. O método SoC acabou tirando qualquer resquício de modularidade dos computadores da Maçã. O suporte ao Windows nos Macs, antes disponível via Boot Camp, agora só é possível com virtualização/emulação. O Hackintosh, por sua vez, provavelmente não será mais possível num futuro não tão distante.

O futuro

Já que falamos sobre os produtos e tendências já lançadas pela Apple, que tal falarmos sobre o que pode vir por aí? Nesta seção, abordaremos tanto produtos já lançados quanto alguns que estão no radar da empresa e que têm potencial para causar disrupção no mercado em algum nível.

Computação espacial

Comecemos falando sobre o Apple Vision Pro. Sim, embora seja evidente que o produto não conseguiu obter o desempenho esperado pela Maçã no mercado por vários fatores (principalmente pelo preço), pode-se considerar que ele acabará tendo uma trajetória semelhante à do Apple Watch e encontrará o seu lugar no coração (ou melhor, na cabeça) dos consumidores futuramente.

Assim como a Apple encontrou no filão da saúde o grande chamariz para o seu relógio inteligente, quem garante que a empresa não fará novamente uma das coisas que sabe fazer de melhor: inventar problemas para atrair consumidores para as suas novas soluções?

Embora não seja possível cravar esse tipo de reviravolta quando falamos de um dispositivo tão novo, apenas a movimentação da Apple já fez o mercado se mexer, de alguma forma.

Recentemente, por exemplo, foi apresentado o Project Moohan, um protótipo de headset fabricado pela Samsung o qual terá o Android XR (do Google) como sistema operacional e um processador da Qualcomm em suas entranhas.

Apesar de alguns pontos claros de diferença, é impossível olhar para o Project Moohan sem lembrar automaticamente do Vision Pro, visto que o dispositivo apresentado conta até mesmo à bateria externa de bolso tão criticada no dispositivo da Apple.

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Não é difícil que vejamos futuramente um cenário semelhante ao da indústria dos smartphones, com aparelhos equipados com o Android XR se posicionando como uma alternativa mais barata aos Visions e permitindo que praticamente todos tenham um dispositivo do gênero minimamente avançado em relação ao que se havia antes.

Casa inteligente e robótica

Embora esse aparentemente seja o ponto mais dissonante da realidade — considerando o atraso monumental da Apple em smart home em relação a empresas como a Amazon —, não é impossível uma reviravolta para a Maçã nesse mercado, ainda que seja extremamente difícil, na minha opinião.

Atualmente, vale recordar, a Apple mantém seu ecossistema de casa inteligente baseado no HomeKit, bem como comercializa alguns dispositivos que podem atuar como central da casa para controlar os aparelhos conectados ao padrão — notavelmente, o HomePod e a Apple TV.

HomeKit, Alexa e Google Home

HomeKit, Alexa e Google Home: em qual deles investir?

Esse ecossistema nem de longe é um dos mais populares, perdendo feio no mercado para Amazon e até para o Google, que não tem um apelo tão forte quanto o da empresa fundada por Jeff Bezos. Quando falamos apenas de smart speakers, por exemplo, até mesmo nos EUA (onde o ecossistema da Apple costuma ser mais forte) a empresa está bem atrás.

O HomePod e a Apple TV, por sua vez, ainda não contam com a Apple Intelligence ou recursos de inteligência artificial generativa, os quais são vistos como o futuro não apenas da pesquisa na web, como também de aparelhos de casa inteligente — a Amazon, inclusive, já apresentou ao mundo a Alexa+, versão da sua assistente com IA integrada.

Enquanto isso, donos de HomePods devem se contentar com a robótica e pouco funcional Siri, cuja funcionalidade mais reproduzida é lhe dizer que não pode responder uma determinada coisa. Isso, claro, quando a assistente está disponível em seu idioma nativo (coisa que nós, brasileiros, estamos esperando há anos no HomePod).

Mudanças à vista?

Mas a Apple claramente está tentando mudar esse cenário. O primeiro passo, acredito, foi adotar o padrão Matter (que ela ajuda a manter), permitindo que fabricantes produzam dispositivos inteligentes que funcionem não apenas no HomeKit, mas também em outros ecossistemas que adotam o padrão.

Rumores fortes também indicam que a Maçã está se preparando para investir de forma relevante nessa área — começando pelo desenvolvimento de dois dispositivos em específico os quais poderão atuar como centrais para a casa inteligente do HomeKit e, finalmente, deverão ganhar integração com a Apple Intelligence.

O primeiro deles é o tão aguardado “HomePod com tela”, o qual dará, pela primeira vez, uma interface visual ao alto-falante inteligente da Maçã e permitirá fazer coisas atualmente impossíveis com o dispositivo atual (como ligações via FaceTime, por exemplo).

O outro dispositivo, por sua vez, teria um braço robótico e seria capaz de seguir os usuários pela casa. E esse, inclusive, deverá ser outro ponto no qual a Apple poderá revolucionar futuramente, visto os investimentos bastante evidentes e documentados da empresa em robótica.

Recentemente, por exemplo, a companhia lançou pesquisas envolvendo robôs humanoides e estaria até mesmo vendo a área da robótica como parte importante do seu futuro como empresa — um caminho que também deverá ser seguido pela Meta, como já publicamos.

Em resumo…

Existam zilhões de críticas possíveis a Apple, mas este texto mostra que falta de inovação não é uma delas. Essa característica está no DNA da empresa desde o início, passando pelo começo do século XXI e chegando até os dias atuais.

Embora há quem insista em dizer que “a Apple parou de inovar” ou que a empresa “morreu com Steve Jobs”, isso está longe de ser uma verdade e produtos como o Vision Pro (mesmo sem ainda ter alcançado o sucesso desejado) ou a transição para o Apple Silicon nos Macs nos dizem o contrário.

Isso sem mencionar o trabalho extensivo em pesquisa e desenvolvimento realizado na empresa, os muitos estudos e as patentes frequentemente registradas, as quais futuramente poderão resultar em novos produtos e recursos.

Mesmo que a companhia tropece ou pareça estar em fase pré-embrionária em algumas áreas (IA que o diga), eu torço para que esse espírito de inovação continue. Afinal, ele costuma ser bom não apenas para mim, como consumidor dos produtos da empresa, mas também para o mercado como um todo.

Notas de rodapé

1    Chief executive officer, ou diretor executivo.
2    Hard disk drive, ou disco rígido.
3    Solid-state drive, ou unidade de estado sólido.
4    Central processing unit, ou unidade central de processamento.
5    System on a chip, ou sistema em um chip.
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