
O skatista Nicholas Dias, de 31 anos, iniciou sua trajetória no esporte como muitas crianças brasileiras: através do futebol. Ele chegou até mesmo a ser aprovado em uma peneira no Grêmio. Porém, quando fez as primeiras manobras de skate, com cerca de 13 anos, no Bairro Araújo, Zona Norte de Juiz de Fora, encontrou a sua paixão. Atualmente, o skatista trabalha com video parts, que consiste na gravação de manobras, gerando conteúdo para marcas ligadas à modalidade.

Nicholas relata que, quando começou a aprender a andar de skate, não levava o esporte muito a sério. Sua visão mudou quando passou a ver que a modalidade estava ganhando visibilidade através de publicações em revistas e patrocínios de lojas especializadas. “Vi que o skate me trazia novas amizades e me permitiu conhecer outros lugares. A partir disso comecei a me interessar mais pelo skate, e com cerca de um ano e meio, consegui o meu primeiro patrocínio (…). Mas nunca foi uma coisa que me fez parar de estudar. Nesse momento, comecei a entender que realmente o skate era mais do que só praticar na rua”, conta.
À medida que ia desenvolvendo sua habilidade sobre o shape, Nicholas começou a participar de campeonatos em cidades da região, como Bicas e Rio Pomba, para conseguir novas peças e roupas, que eram as premiações dos torneios. Em pouco tempo, o juiz-forano passou a chamar a atenção, chegando a ser convidado, como amador, para um campeonato com profissionais em São Paulo, em que terminou em terceiro lugar. “Esse foi o campeonato que mudou a minha vida, é o maior campeonato que eu já corri”, garante.
O skatista também destaca um torneio em Santos, onde conseguiu o prêmio de melhor manobra. “Saí em várias mídias mundiais e estava meio que engatinhando a minha carreira para passar a ser uma coisa mais fixa, mais consolidada”, explica.
Nicholas percebeu que desenvolver suas redes sociais era fundamental para a divulgação de seu trabalho e, consequentemente, conseguir parcerias cada vez mais vantajosas com grandes marcas do skate. “Percebi quando comecei a ter contrato com as marcas que, em várias cláusulas, falavam que eu tinha que me comprometer a ter uma boa imagem na rede social durante um evento, uma demo, uma sessão de autógrafos. Fui me adaptando a isso, porque até então eu era mais do skate de rua, só me importava em andar de skate”, conta. Atualmente, o juiz-forano possui mais de 100 mil seguidores no Instagram.
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Acordo com grandes marcas
Nicolas compara a relação entre o skatista e as marcas com as categorias de base de um time de futebol. Em um primeiro momento, as empresas enviam produtos, mas sem um vínculo e sem uma obrigação de divulgação. Mas, com a evolução da repercussão dos skatistas nas redes sociais, o apoio inicial, chamado de flow, poderá se transformar num patrocínio. Atualmente, o juiz-forano é patrocinado por grandes marcas da modalidade.

“Na categoria de base, no caso o flow, você só entra quando é mais novo, porque quando já é mais velho e já tem uma história no skate, já tem uma carreira, dificilmente você vai entrar de flow em alguma marca, a não ser que seja muito grande (…). Quando eles entram em contato contigo, você sendo flow, percebe que está chamando atenção. É hora de correr mais, trabalhar mais, de andar mais de skate, postar mais, entrar mais em evidência para poder estar em cima disso e conseguir entrar para a equipe principal, que é quando você consegue receber uma quantidade maior de produto, ser bancado em viagens para o exterior ou dentro do país. É quando você consegue um contrato, um salário, que te dá uma segurança para você poder trabalhar tranquilo”, detalha.
Por conta dos acordos que possui, Nicholas se divide entre os compromissos profissionais em diferentes localidades e sua família, em Juiz de Fora. O skatista afirma que busca o equilíbrio entre as duas partes. “Quando estou em Juiz de Fora, tento ficar o máximo possível com o meu filho, porque acho que eu não viveria bem sem ele. Por mais que fosse dez vezes mais famoso e tivesse 20 vezes mais dinheiro vivendo em outro país, longe do meu filho, eu não iria ser feliz”, diz.
Relação com o skate
Com quase 20 anos de prática, a relação entre Nicholas e o esporte foi se transformando com o passar do tempo. Atualmente, o juiz-forano entende que o skate abriu portas que antes pareciam impossíveis. “Nunca imaginei viver de skate, muito menos poder viajar para fora do Brasil para andar de skate. Hoje em dia, em relação à questão financeira, me permitiu pagar e proporcionar várias coisas para o meu filho que antigamente a minha mãe e meu pai não podiam me proporcionar”, conta.
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