
Em uma semana mais curta para o Ibovespa e relativamente esvaziada em relação a indicadores econômicos, os destaques ficarão para o IPCA-15 no Brasil e discursos de membros do Fed (Federal Reserve). Entre 21 e 25 de abril, a calmaria pode representar a ausência de grandes movimentações para a Bolsa brasileira.
Entre os destaques para a próxima semana estão a prévia da inflação no Brasil, os discursos de autoridades monetárias nos EUA e as prévias dos índices de gerentes de compras dos EUA, França, Alemanha, Zona do Euro, Reino Unido e Japão.
No cenário norte-americano, o presidente do país, Donald Trump, agora parece ter como “alvo” o presidente do Fed, Jerome Powell. Essa percepção ganhou força após Powell discursar em um evento no Clube Econômico de Chicago. Em meio a referências ao personagem Ferris Bueller, de Curtindo a Vida Adoidado, Powell afirmou que as tarifas de Trump vão desacelerar a economia — apesar de não levá-la à recessão — e elevar os preços no país.
“Por isso, a cautela por não saber exatamente os desdobramentos das tarifas reforça a atual sinalização de manutenção da taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,5%”, comentou Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.
Segundo Powell, os dados recentes ainda apontam para um mercado de trabalho robusto e uma inflação distante da meta de 2% ao ano.
A espera de Powell pelos impactos das tarifas é para entender qual dos dois mandatos do Fed terá maior peso na política monetária nos próximos meses. O principal desafio do Fed é evitar que a elevação de preços provocada pelas tarifas deteriore as expectativas de inflação. Se o cenário se desenvolver como esperado, a alta da inflação será transitória, possibilitando a retomada de cortes nos juros, provavelmente no final de 2025.
Como o mercado se comportou entre 14 e 17 de abril
Durante a semana, o cenário econômico brasileiro refletiu uma combinação de cautela e estabilidade nas expectativas do mercado para o Ibovespa. O relatório Focus do Banco Central apontou para uma revisão otimista para o câmbio de médio e longo prazo, com leve queda nas projeções do dólar para 2026 e 2028.
No campo institucional, a suspensão dos processos sobre pejotização pelo STF adicionou um componente jurídico importante ao ambiente de negócios. A decisão de Gilmar Mendes, ao paralisar milhares de ações trabalhistas, aponta para uma busca por maior segurança jurídica — algo essencial para a previsibilidade econômica.
Nos EUA, o cenário foi moldado por uma combinação de política comercial agressiva e incertezas monetárias, com impactos relevantes tanto para a economia doméstica quanto para os mercados globais. A imposição de novas tarifas de 245% sobre produtos chineses pelo governo Trump representa uma escalada na guerra comercial que já compromete o desempenho de setores industriais estratégicos, como manufatura e tecnologia.
“Essa medida visa proteger a indústria americana, mas eleva os custos de insumos e pode encarecer produtos ao consumidor final, pressionando a inflação”, comentou João Kepler, CEO da Equity Group.
Ibovespa na semana
- Segunda-feira (14): +1,39%
- Terça-feira (15): -0,16%
- Quarta-feira (16): -0,72%
- Quinta-feira (17): +1,04%
- Sexta-feira (18); Sexta-Feira Santa
- Semana: +1,54%
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