A internet e os cabos que a sustentam estão no centro de um alerta global feito por gigantes das telecomunicações. Em uma carta aberta direcionada à OTAN, União Europeia e autoridades britânicas, operadoras como Vodafone, Telefónica e Orange alertaram que possíveis esforços deliberados para danificar cabos submarinos podem comprometer a infraestrutura da internet em escala global.
A preocupação com a internet e os cabos ganhou força após uma série de incidentes suspeitos envolvendo navios comerciais no Mar Báltico e no Mar do Norte. Os episódios levantaram suspeitas sobre ações coordenadas que podem estar ligadas à Rússia e à China, embora os países neguem qualquer envolvimento direto.
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Ataques híbridos preocupam setor de telecomunicações
Segundo a carta, os recentes ataques híbridos a cabos submarinos representam um risco não só para as redes europeias, mas também para a estabilidade da comunicação mundial. “As repercussões de danos a cabos submarinos vão muito além da Europa”, alertam as empresas, ressaltando os riscos para transações financeiras, serviços críticos e comunicação entre países.
Os executivos pedem ações conjuntas e coordenadas, incluindo monitoramento, compartilhamento de inteligência e investimento em tecnologias avançadas de detecção de danos. Um dos principais focos é reforçar a vigilância em rotas estratégicas, especialmente nas regiões que conectam países da Europa à Ásia e à América.

Incidentes levantam suspeitas sobre sabotagens
Um dos casos mais notórios ocorreu em novembro de 2024, quando o navio chinês Yi Peng 3, carregado com produtos russos, foi cercado por embarcações europeias no Báltico após suspeitas de que teria arrastado uma âncora por mais de 100 milhas com o objetivo de danificar intencionalmente cabos de fibra óptica.
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Pouco antes, cabos que ligavam Lituânia e Suécia, além de Finlândia e Alemanha, foram cortados misteriosamente. Já em janeiro deste ano, a Suécia iniciou uma investigação contra outro cargueiro suspeito de danificar deliberadamente uma conexão submarina com a Letônia.
Apesar das negativas oficiais da Rússia e da China, o governo do Reino Unido não deixou dúvidas sobre sua interpretação dos fatos. “Sabemos o que você está fazendo e não hesitaremos em agir para proteger este país”, declarou John Healey, Secretário de Defesa britânico, em mensagem direta ao presidente Vladimir Putin.
OTAN intensifica vigilância submarina
Como resposta, a OTAN tem ampliado seus esforços para proteger essas infraestruturas críticas. Em janeiro, a aliança anunciou a operação Baltic Sentry, com o objetivo de fortalecer a proteção de cabos submarinos e preparar os aliados para reagir a atos desestabilizadores.
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Entre as medidas adotadas estão o uso de drones aquáticos equipados com sensores, fragatas e aeronaves de patrulha marítima. Os drones, que patrulham os mares Báltico e Mediterrâneo, podem futuramente ser armados para lidar com ameaças identificadas durante a vigilância.
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A organização também afirmou que irá atuar por meio da Critical Undersea Infrastructure Network, uma rede que une governos e setor privado para discutir estratégias de resiliência e proteção de ativos subaquáticos.
Preocupação global exige cooperação e investimento
O alerta das operadoras ressalta que a segurança da internet depende da integridade física de mais de 500 cabos submarinos que cruzam os oceanos, responsáveis por 95% do tráfego internacional de dados.
Com o aumento de tensões geopolíticas, autoridades e empresas reconhecem a necessidade de cooperação internacional para proteger essas rotas. “A continuidade de serviços críticos, como a internet e energia, depende da proteção desses cabos”, afirma o documento enviado às lideranças europeias.
O apelo também destaca a importância de novas tecnologias para identificar e mitigar danos rapidamente, além de sugerir treinamentos conjuntos e mais investimentos em segurança cibernética e física da infraestrutura.

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Fonte: evotek