O primeiro trimestre de 2025 foi positivo para quem investiu em renda variável no Brasil. O Ibovespa B3 fechou os três primeiros meses do ano com alta de 8,29%, mas alguns fundos listados (ETFs) renderam ainda mais.
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Um levantamento feito pela DataWise+, uma solução B3 e Neoway, mostrou quais foram os fundos de índice com o melhor desempenho no período. Confira:
Cenário
Para Flávio Vegas, especialista de produtos da Global X, o cenário internacional marcado por incertezas levou a uma realocação de capital global em direção a mercados emergentes, que passaram a ser vistos como alternativas mais atrativas, inclusive o Brasil. Isso beneficiou os índices acionários locais.
“Especialmente com a intensificação da guerra comercial promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o mercado americano enfrentou um cenário adverso. As ações nos EUA registraram desempenho negativo, com o índice S&P 500 recuando aproximadamente 5% no primeiro trimestre de 2025, refletindo o aumento do risco geopolítico e a aversão ao risco por parte dos investidores”, afirma.
“Nesse contexto, observamos que os ETFs com melhor desempenho no mercado brasileiro foram aqueles expostos a ações domésticas, mercados emergentes e commodities como ouro e prata, que historicamente funcionam como ativos defensivos em períodos de maior volatilidade e incerteza nos mercados globais”, diz Vegas.
Ações defensivas e derivados do Ibovespa B3
Em primeiro lugar, com rentabilidade de 16,9% no período, ficou o FIND11, um ETF da Itaú Asset que replica o IFNC, Índice Financeiro calculado pela B3, que acompanha o desempenho médio das empresas com maior representatividade no setor financeiro brasileiro, como bancos, fintechs e seguradoras.
“Acho que é preciso colocar em contexto como a gente inicia o ano. Dezembro foi um mês de muita aversão ao risco, os juros futuros subiram bastante no Brasil, então o investidor começou o ano de maneira um pouco mais defensiva”, explica Felipe Paletta, estrategista da EQI Research. No começo de 2025, no entanto, o humor do mercado começou a se reverter. “Então, aumentou o interesse pela classe de ações, no entanto, nitidamente dá para perceber que o investidor buscou alternativas mais defensivas, como o FIND11, um ETF mais ligado ao setor financeiro, composto por empresas mais defensivas, blue chips”, diz ele.
Em segundo lugar no ranking, aparece o HIGH11, um fundo listado da Nu Asset que seleciona um terço das ações do Ibovespa B3 com o maior Beta, ou seja, aqueles papéis que sobem ou caem mais em relação à média do Ibovespa. Também na lista, em nono lugar, está o LVOL11, da mesma gestora e que foi lançado simultaneamente. Diferente do HIGH11, no entanto, o LVOL11 seleciona as empresas de menor volatilidade do Ibovespa. “Então, novamente, a preferência dos investidores por empresas que já geram fluxo de caixa e não por casos de crescimento”, diz Paletta, da EQI.
ETFs de small e micro caps
Outros fundos que tiveram desempenho positivo no período foram aqueles ligados a índices de empresas de menor capitalização. Em terceiro lugar na lista, está o TRIG11, ETF da Trígono Capital que replica o índice Teva Ações Micro Caps, que reúne as menores empresas listadas que representam até 5% da capitalização total de mercado, em ordem crescente, e que atendem a critérios razoáveis de liquidez. Em décimo lugar no ranking aparece também o SMAL11, focado em small caps.
Fundos listados de commodities
Outro destaque na lista foram dois ETFs ligados a commodities, o BBOI11, que acompanha a variação do índice Índice Futuro de Boi Gordo B3, e o CORN11, fundo busca acompanhar a variação do índice Índice Futuro de Milho B3.
“Esses dois casos representam algumas valorizações pontuais de commodities agrícolas, muito em função de problemas na oferta global pressionada”, diz Paletta. “No caso do milho, há uma pressão por ração animal, e no caso do boi gordo, é consequência de uma demanda ainda muito forte por proteína no mundo, ao mesmo tempo em que há um constrangimento de oferta global. Então, no curto prazo, a gente está vendo essas duas commodities agrícolas subindo bastante”, complementa.
Os ETFs mais negociados
O levantamento da DataWise+ trouxe também quais foram os ETFs mais negociados no período. A lista tem três fundos referenciados no principal índice acionário da bolsa brasileira, o Ibovespa B3, caso do BOVA11, BOVV11 e BBOV11.
Outros ETFs que replicam índices da bolsa brasileira são o SMAL11, que aparece também na lista dos mais rentáveis no período, e o DIVO11, que segue o índice IDIV B3 Dividendos. Também aparecem na lista ETFs que replicam índices de renda variável internacional, como o IVVB11, referenciado no S&P 500, e o NASD11, que segue a carteira teórica do índice Nasdaq.
10 tickers com maior volume negociado (1º trimestre de 2025)
- BOVA11
- BOVV11
- SMAL11
- IVVB11
- HASH11
- NASD11
- GOLD11
- DIVO11
- BBOV11
- LFTS11
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