Em meio às tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, que têm agitado os mercados globais, uma empresa tem resistido — e, principalmente, crescido diante do risco de recessão. Segundo relatório recente do BofA (Bank of America), há uma espécie de “blindagem” em torno da plataforma de streaming Netflix (NFLX34).
De acordo com o banco, essa proteção vem principalmente do crescimento expressivo no número de assinantes da empresa ao redor do mundo, o que a isola parcialmente dos efeitos do cenário econômico externo.
Neste ano, as ações da plataforma registraram um retorno considerável de 10% na Nasdaq, em contraponto à queda de 9% do S&P 500 e à contração ainda mais acentuada, de aproximadamente 17%, das “sete magníficas” (Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet, Meta, Nvidia e Tesla). Em 12 meses, os papéis da Netflix acumularam alta de 58%.
A companhia acaba de anunciar que pretende mais do que dobrar de tamanho até 2030, atingindo um valor de mercado de US$ 1 trilhão. Atualmente, a empresa está avaliada em cerca de US$ 450 bilhões.
Para o BofA, o caminho contrário trilhado pela Netflix em meio à possível crise da economia norte-americana sustenta a recomendação de compra de suas ações. O preço-alvo de US$ 1.175 para os próximos 12 meses representa uma alta de 26% em relação ao fechamento dos papéis no início da semana.
“Em meio à recente volatilidade do mercado, o forte modelo de assinatura da Netflix (que historicamente teve bom desempenho em períodos de recessão) fez da ação uma escolha defensiva para investidores e impulsionou um desempenho superior em relação a outras empresas de tecnologia”, escreveram analistas do banco, segundo o NeoFeed.
BofA: pessimismo sobre a economia é o maior em 30 anos
O sentimento dos investidores em relação às perspectivas econômicas é o mais negativo em três décadas. Contudo, o pessimismo dos gestores de fundos não está totalmente refletido em sua alocação de ativos — o que pode representar mais perdas para as ações dos EUA. A avaliação é do BofA (Bank of America).
Segundo a pesquisa mensal do BofA, 82% dos entrevistados esperam que a economia global enfraqueça. Com isso, um número recorde pretende reduzir a exposição a ações dos EUA.
“Os gestores de fundos estão extremamente pessimistas em relação ao macro, mas não exatamente tão pessimistas em relação ao mercado”, escreveram os estrategistas liderados por Michael Hartnett, conforme informou o InfoMoney. Segundo eles, o “pico do medo” ainda não se reflete nas alocações em caixa, que no momento respondem por 4,8% dos ativos — um nível que, normalmente, precisaria subir para 6% em períodos de aversão ao risco.
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