
Na avaliação do Itaú Unibanco (ITUB4), o Copom (Comitê de Política Monetária) pode realizar a última alta do aperto monetário já na reunião de maio. Mas, considerando um outro cenário, a instituição ainda vê uma alta na Selic em junho, mas inferior a 0,50 ponto percentual (p.p.).
A guerra comercial causada pelo tarifaço do presidente Donald Trump pode ter impacto líquido desinflacionário sobre o Brasil, Segundo o economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita.
Uma queda nos preços das commodities pode motivar o recuo da inflação, a depender da taxa de câmbio, afirmam. “Evidências de um impacto desinflacionário poderiam permitir uma pausa antecipada do ciclo de alta de juros”, disse o executivo do Itaú, segundo o “Money Times”.
Contudo, os economis, não descartam que o impacto das tarifas impostas por Trump seja inflacionário.
“Dada a incerteza e volatilidade do cenário, o Banco Central deve ser cauteloso para não tomar decisões precipitadas que possam incorrer em mais risco inflacionário adiante, considerando um cenário de expectativas bastante desancoradas”, afirmou o Itaú.
Além disso, mesmo reconhecendo o risco de uma pausa antecipada no ciclo de alta da Selic, o cenário-base do Itaú não é esse. Para o banco, o Copom deve elevar a taxa de juros em 0,50 p.p. tanto em maio quanto em junho.
A casa projetou que a Selic encerre este ano no patamar dos 15,25% ao ano. O início dos cortes de juros longos pelo Copom podem iniciar no primeiro semestre de 2026, como espera o Itaú, com a taxa chegando a 13,25% ano ano;
“As expectativas de inflação desancoradas, o hiato positivo, e as projeções do próprio Banco Central seguem indicando com a necessidade de seguir avançando com o ciclo de alta de juros em território contracionista”, dizem.
Itaú (ITUB4) diminui previsões de inflação e PIB do Brasil em 2025
O Itaú (ITUB4) emitiu um novo relatório de projeções nesta quarta-feira (16) e revisou para baixo suas estimativas para a inflação do Brasil em 2025. O banco também prevê uma diminuição no PIB (Produto Interno Bruto) para o ano devido as incertezas econômicas do cenário global em meio as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.
A instituição prevê inflação de 5,5% ao ano ante 5,7% em sua última projeção. A redução leva em conta o corte nos preços das refinarias e na gasolina, assim como queda nas commodities metálicas afetadas pelas tarifas norte-americanas.
Segundo o Itaú os riscos permanecem assimétricos, tendendo para uma baixa, baseado na queda dos preços do petróleo. O banco vê risco de valorização nas matérias primas agrícolas com o aumento das exportações da guerra comercial entre EUA e China.
Para 2026, a projeção para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi reduzida de 4,4% para 4,5%, resultado de uma inércia inflacionária mais baixa. A economia permanece com crescimento de 2,2%, mas com viés de baixa.
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