
Hollywood é a fábrica de astros e estrelas. Mas isso não se restringe apenas aos atores. Tanto os cinéfilos, quanto o público casual, conhecem bem os nomes de certos realizadores, os verdadeiros responsáveis pelo resultado de um filme. Cineastas como Jordan Peele, Ari Aster e Robert Eggers estão na boca do povo. O diretor é quem assume a função de comandar uma obra cinematográfica e é o responsável por seu sucesso ou seu fracasso – já que um filme é essencialmente a sua visão.
Abaixo falaremos justamente deles, diretores da nova geração que já se tornaram nomes badalados da sétima arte e que todos nós devemos prestar atenção. Mas não apenas isso, pois esses são realizadores que atuam principalmente em um gênero que gostamos muito: o terror. Um filme de gênero pode ser extremamente criativo, pois não necessita das amarras dos demais, ele não precisa agradar todo tipo de público, por exemplo. Isso permite uma liberdade maior aos diretores, que podem deixar sua imaginação correr solta, sem limite. Abaixo separamos alguns dos nomes mais quentes da indústria na atualidade, nomes que você deve prestar atenção ou se ligar para conhecer. Confira.
Robert Eggers
Se você gosta de terror, certamente deve conhecer Robert Eggers. E se não gosta, a chance de já ter ouvido falar dele também é grande. Cineasta autoral, Eggers chamou atenção pelo mundo graças ao sucesso do “terror de arte” ‘A Bruxa’, um filme bem diferente do que o grande público está esperado a receber. E justamente por isso não é uma obra, digamos, muito comercial. Aliás, os filmes de Eggers não são. Mas o diretor vem fazendo um baita sucesso mesmo assim. A cada novo exemplar o sucesso só aumenta. O cineasta tem no currículo filmes como ‘O Farol’, ‘O Homem do Norte’ e o recente ‘Nosferatu’. Seu próximo projeto é uma versão de ‘O Lobisomem’, e ele também está encarregado da sequência do infantil ‘Labirinto – A Magia do Tempo’ (1986), algo que já nos deixa completamente curiosos pelo seu nível de inusitado.
Ari Aster
Ari Aster surgiu na mesma época de Robert Eggers e serviu para desafiar o reinado do diretor de ‘A Bruxa’. Embora ambos façam um tipo de terror similar, ou seja, filmes com uma pegada mais alternativa e menos comercial, os filmes de Ari Aster ainda são mais, digamos, vendáveis. Bem, ao menos os seus dois primeiros. Justamente por isso, com ‘Hereditário’ e ‘Midsommar’, Aster se tornou um cineasta de apelo maior dentro do gênero terror, que fugia das rodinhas cinéfilas, ou não agradava somente a eles. Tudo mudou quando ele decidiu embarcar em sua obra mais ambiciosa, ‘Beau tem Medo’, com Joaquin Phoenix, um filme tão fora da caixinha que terminou tirando um pouco do brilho do que o cineasta vinha realizando. Porém, ele pode voltar aos trilhos com seu próximo projeto, sobre uma cidadezinha misteriosa, que conta com Emma Stone no elenco.
Jordan Peele
Mesmo dentro do terror, existe um estilo que você pode pegar para construir sua carreira em cima. Veja o caso com o diretor Jordan Peele, que apenas com três longas já se tornou um dos cineastas mais poderosos e influentes de Hollywood. Oriundo da comédia, ninguém entendeu nada quando Peele decidiu fazer filmes de terror. Porém, suas obras não são apenas filmes de terror, e ele foi esperto ao utilizar muito humor nelas também. Mas não apenas isso, os filmes de Peele possuem uma carga social, sempre dando um recado importante. Seus filmes, como ‘Corra!’, ‘Nós’ e ‘Não! Não Olhe!’ são altamente representativos para a comunidade negra. O próximo da lista do cineasta, ainda sem título, chega ano que vem.
Ti West
Ti West é um dos diretores mais experientes da lista. E embora seja igualmente uma voz jovem, já realiza seus filmes desde a década de 2009. Com a pegada do cinema independente, West entregou obras cult, mas que nunca atingiram o grande público, apenas os aficionados por terror e os cinéfilos. Mesmo assim, você deve assistir a longas como ‘A Casa do Diabo’ (2009) e ‘Hotel da Morte’ (2011), duas verdadeiras preciosidades. No entanto, a popularidade do diretor aumentou muito graças ao sucesso de ‘X – A Marca da Morte’ (2022), homenagem a clássicos como ‘O Massacre da Serra Elétrica’, mas como muito humor e originalidade. O sucesso permitiu que West investisse em uma trilogia – e assim nasceu ‘Pearl’ (ainda mais elogiado que o anterior) e ‘MaxXxine’, a conclusão desta “saga”.
Fede Alvarez
O uruguaio Fede Alvarez é a prova viva de que a internet é uma excelente ferramenta de divulgação do trabalho de um artista. Foi através do Youtube que o então ilustre desconhecido postou um curta chamado ‘Ataque de Pânico’, sobre uma invasão alienígena em grande escala, e rapidamente chamou atenção pela qualidade. Mas não chamou atenção apenas do público, como de Hollywood também. Logo, ele seria convidado para tocar o remake de ‘A Morte do Demônio’, de Sam Raimi, em 2013. O diretor deu sequência com o ótimo ‘O Homem nas Trevas’ três anos depois. E embora tenha escorregado com ‘A Garota na Teia da Aranha’, recuperou a boa forma ano passado com ‘Alien: Romulus’.
Osgood Perkins
A realeza do terror está no sangue do cineasta Osgood Perkins. Isso porque o cineasta é filho de ninguém menos que o Norman Bates de ‘Psicose’ em pessoa, Anthony Perkins. E o diretor faz valer o seu sobrenome como realizador. Embora seus três filmes iniciais não tenham chamado muita atenção, Perkins se tornou um nome conhecido na indústria graças ao sucesso cult de ‘Longlegs – Vínculo Mortal’, um dos filmes do gênero mais comentados dos últimos anos. E o cineasta deu continuidade a essa boa forma, emendando esse ano com ‘O Macaco’, baseado em um texto de Stephen King – que rendeu inúmeros elogios, em especial pelo uso do humor ácido. Para esse ano ele já tem engatilhado outro projeto, chamado ‘Keeper’.
Parker Finn
Para certos realizadores tudo o que basta é o projeto certo. Mesmo que você tenha em seu currículo filmes anteriores que não chamaram tanta atenção, pode tirar a sorte grande e se reinventar, tudo o que basta é um sucesso. E se você é um cineasta novato, e emplaca logo de cara um sucesso, melhor ainda. É o caso com Parker Finn, que tinha apenas dois curtas em seu currículo, até assumir a direção de ‘Sorria’ em 2022. Aliás o conceito do filme parece realmente ter surgido de um curta. O longa se tornou um sucesso muito comentado e ganhou rapidamente sinal verde do estúdio para uma sequência. Esperto, Finn foi se reinventou e criou uma parte dois totalmente diferente do original, centrada em outra história e outros personagens. Resultado: para grande parte do público e dos críticos, conseguiu criar um filme ainda melhor. O cineasta já prepara a parte três de sua franquia.
Danny e Michael Philippou
O que foi dito de Parker Finn acima, facilmente pode ser usado também para os irmãos Philippou, que tiraram a sorte grande ao ter seu projeto aprovado pela A24, a casa do cinema alternativo autoral em Hollywood. O texto dos irmãos para ‘Fale Comigo’ mostra um grupo de jovens australianos se aventurando por uma brincadeira muito perigosa, falar com os mortos através de uma mão embalsamada. A graça do filme, no entanto, são as relações e o drama, seja da protagonista com sua melhor amiga, ou do trauma de lidar com a perda da mãe. Os diretores já estão produzindo uma parte dois, mas enquanto ela não sai, lançarão o original ‘Faça Ela Voltar’ este ano.
Zach Cregger
Centenas de filmes de terror são lançados todos os anos. Poucos são os que se destacam. Mas os que conseguem fazer isso tem a capacidade de colocar o nome de todos os envolvidos no mapa, incluindo o do diretor. Poucos foram os filmes de terror tão comentados dos últimos anos quanto ‘Noites Brutais’ (2022), longa que é basicamente dois filmes de terror em um só – podendo ser dividido em duas partes, assim como ‘Um Drink no Inferno’ (1996). O também ator Zach Cregger é quem dirige. O sucesso já deixou seu nome entre os que devemos ficar de olho. E ele voltará esse ano com ‘Weapons’, filme que deve igualmente dar o que falar. Mas não apenas isso, pois ele resolveu dizer sim para a nova versão de ‘Resident Evil’ nas telonas. Será que fez uma boa escolha.
Mike Flanagan
Por fim, o último diretor selecionado dispensa apresentações, embora muitos possam não conhecer seu nome ainda. Mike Flanagan é provavelmente o diretor com maior bagagem dentro do terror na atualidade, o que o categoriza como um verdadeiro mestre. Dentre os filmes que já dirigiu no gênero temos ‘O Espelho’, ‘Hush: A Morte Ouve’, ‘O Sono da Morte’, ‘Ouija: Origem do Mal’, ‘Jogo Perigoso’ e ‘Doutor Sono’, baseado em Stephen King. Mas Flanagan não fica só nisso, e em 2018 começou uma muito bem-sucedida parceria com a Netflix, criando séries impressionantes, que se destacam como algumas das melhores do gênero. Produções como ‘A Maldição da Residência Hill’, ‘A Maldição da Mansão Bly’, ‘Missa da Meia Noite’ e ‘A Queda da Casa de Usher’. Agora ele está envolvido com um novo reboot de ‘O Exorcista’.