Indústria de soja alerta para margem menor com guerra comercial

Fonte: Unsplash

A guerra entre China e EUA levou o país asiático a buscar novos destinos para a o consumo de soja do país mais populoso do mundo. O Brasil foi um dos escolhidos e apesar de exportar para ambos os lados do conflito, especialistas preveem margens menores no setor para 2025.

Logo após a eleição do presidente americano Donald Trump, as processadoras anteciparam compras e fixaram o preço da matéria prima prevendo uma corrida pelo produto. Com uma parcela de 30% a 40% já ocupada em reservas, as margens para venda devem ser menores, apesar de uma demanda constante.

O resultado será uma alta nos preços com margens comprimidas tanto internamente quanto externamente, resume André Nassar, presidente da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). As informações foram apuradas pelo portal Globo Rural.

“O que está acontecendo agora é um pouco parecido com o que aconteceu em 2018, quando a China fechou a importação de soja americana e comprou mais do Brasil. Isso gera uma valorização da soja brasileira”, explicou Nassar. O preço no porto já vem subindo há dez dias, comentou.

Prêmio da soja

O prêmio da soja é a diferença entre o preço da soja no mercado físico e o seu preço futuro. Considerado importante para o comércio global de commodities e para o mercado agrícola brasileiro, os valores estão entre US$ 0,51 e US$ 0,55 o bushel (unidade de medida para grãos e farinhas).

“A China está comprando tudo o que pode do Brasil. Nos últimos dez dias, foram 75 navios enviados para lá. Temos o produto para entregar, e nessa disputa comercial a procura cresceu ainda mais”, disse João Birkhan, CEO da Sin Consult.

“Essa foi uma safra com muita compra antecipada, a maior em compras antecipadas comparada há duas ou três safras anteriores, mas a indústria não consegue adquirir uma safra de 170 milhões de toneladas”, ressaltou Nassar.

Ele acredita que, na ponta da demanda, a China pode estar tentando antecipar o máximo que consegue as compras de soja na América do Sul, com Brasil e Argentina como fornecedores, mas no segundo semestre “haverá um incentivo muito grande para EUA e China conversarem, por preocupação de abastecimento da China”, disse.

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