
A VTEX, plataforma brasileira de comércio digital listada na Bolsa de Nova York, passa por um momento decisivo.
Após uma queda de quase 47% em suas ações nos últimos doze meses, porém, a empresa vem reestruturando suas estratégias sob a liderança de Mariano Gomide, cofundador e co-CEO.
Impulsionada por planos ambiciosos, a VTEX aposta em novas frentes de expansão, e, além disso, fortalecer sua presença internacional, especialmente nos mercados dos Estados Unidos e da Europa.
VTEX aposta no B2B como nova fronteira de crescimento
Segundo Gomide, o grande destaque para 2025 será a vertical B2B. “Agora é o momento de a indústria amadurecer.
É um mercado praticamente verde”, afirma. Enquanto o varejo B2C evoluiu nos últimos anos com multicanalidade e integração tecnológica, o B2B ainda opera com processos obsoletos.
A VTEX quer liderar a modernização desse segmento, oferecendo soluções que substituam o ERP como ponto de contato comercial.
Além disso, a demanda nos EUA já representa 50% dos contratos B2B da companhia.
Expansão internacional e M&As no radar
A internacionalização segue como pilar estratégico.
Embora o Brasil ainda represente 57% da receita da VTEX — que somou US$226,7 milhões em 2024 —, os olhos estão voltados para a ampliação na Europa e nos Estados Unidos.
Essa movimentação inclui aquisições estratégicas (M&As), com foco na ampliação da carteira de clientes e aquisição de talentos (acqui-hiring).
“O preço do private está num bom ponto. Temos um pipeline e apetite para coisas muito maiores”, destaca Gomide.
Ele acredita que o momento é ideal para consolidar a VTEX como uma potência global de software.
VTEX investe em produtividade e tecnologia como diferenciais
A empresa vem investindo fortemente em produtividade.
Em dois anos, reduziu o time de 1,8 mil para 1,5 mil colaboradores, tornando-se mais eficiente e geradora de caixa.
Essa reestruturação permitiu avanços no exterior, como o contrato com a varejista alemã OBI, e a abertura de três unidades de negócio nos EUA.
Apesar da saída da Mach Alliance ter gerado repercussão, a decisão foi estratégica. “Vimos projetos simples se tornarem caros por uma liberdade extremista na arquitetura de software.
Não é sustentável financeiramente”, afirma Gomide, que prepara um manifesto sobre o tema.
VTEX enfrenta desafios como software brasileiro no exterior
Para Gomide, ser uma empresa brasileira de software ainda exige esforço dobrado. “Temos que acordar duas horas mais cedo e dormir duas horas mais tarde”, diz.
Ainda assim, ele se orgulha do caminho trilhado. “Poucas empresas brasileiras usam engenharia local para gerar valor lá fora. Somos uma dessas moscas brancas.”
De fato, a trajetória da VTEX mostra como inovação, estratégia e persistência podem, juntas, transformar uma companhia nacional em referência global.
Apesar das instabilidades econômicas e políticas, a empresa segue determinada a alçar novos voos — e, desta vez, com motores preparados para longas distâncias.
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