
A tensão entre China e Estados Unidos ganhou um novo capítulo com a decisão de Pequim de elevar para 125% as tarifas sobre produtos americanos, em uma clara resposta às políticas comerciais de Donald Trump. A medida foi anunciada junto a críticas contundentes à estratégia tarifária dos EUA.
No comunicado oficial, os chineses não pouparam palavras ao afirmar que a postura de Trump é “uma piada” e “algo que viola o bom senso”. A mensagem deixa claro que, com as tarifas atuais, os produtos americanos estão praticamente fora do mercado chinês.
O Ministério do Comércio da China classificou as ações do governo americano como um ato de bullying, sem respaldo econômico real, descrevendo a guerra de tarifas como “um jogo de números sem significado econômico”.
Xi Jinping, presidente da China, endossou essa visão em seu primeiro discurso público sobre o tema.
Tensões e discursos
Durante sua fala, Xi deixou claro que não teme uma escalada no conflito comercial e avisou que nenhum dos lados sairá ganhando. Apesar da firmeza do discurso, o líder chinês evitou tocar em um ponto específico: a possibilidade de negociação direta com Trump.
Segundo autoridades americanas, Xi hesita em tomar a iniciativa de abrir um diálogo para evitar a imagem de “fraco”, o que reforça a percepção de que um avanço na resolução do impasse ainda parece distante.
Trump evita contato direto, mas fala em acordo com a China
A tensão comercial entre China e EUA continua a afetar não apenas a política internacional, mas também o clima interno nos EUA.
Um novo estudo da Universidade de Michigan apontou que os consumidores americanos estão no nível mais pessimista em relação à economia desde 1952.
A combinação de inflação em alta, risco crescente de desemprego e o temor de uma retração nas exportações para a China. Esses fatores, segundo o levantamento, impactam diretamente estados como Califórnia, Texas e Washington — regiões que mantêm forte relação comercial com o mercado chinês e concentram mais de 246 mil empregos ligados a esse fluxo.
A recente decisão da China de aumentar ainda mais suas tarifas sobre produtos americanos acendeu um novo alerta na Casa Branca, especialmente para Donald Trump. Apesar disso, a estratégia do republicano segue firme: ele não quer ser o primeiro a buscar contato com o governo chinês. Ainda assim, sua equipe insiste que o gesto inicial deveria partir de Xi Jinping.
Pelo segundo dia seguido, integrantes do alto escalão do governo americano falaram publicamente sobre a chance de um acordo.
Na quinta-feira, Trump declarou estar otimista em relação às negociações com Pequim. Já nesta sexta, foi a vez da porta-voz da Casa Branca, Leavitt, reforçar a abertura para o diálogo:
“O presidente, como eu disse no palco há apenas poucos dias, seria ótimo se a China tiver a intenção de fazer um acordo com os Estados Unidos. Se a China seguir retaliando, não é bom para a China. Mas o presidente deixou bem claro que está aberto a um acordo com a China.”
O cenário, no entanto, permanece indefinido. Com ambos os lados esperando que o outro tome a iniciativa, a possibilidade de um avanço concreto nas negociações segue travada.
O post Casa Branca busca diálogo com China sobre tarifas apareceu primeiro em BPMoney.