Apresentado como um dos mais avançados veículos lunares já desenvolvidos, o rover Eagle, da empresa norte-americana Lunar Outpost, quer revolucionar a forma como astronautas irão se locomover e explorar a superfície da Lua nos próximos anos.
Com design futurista e recursos inovadores, o veículo concorre a um contrato bilionário com a NASA, podendo fazer parte da missão Artemis V, prevista para 2030.
Alta tecnologia a serviço da exploração lunar
Desenvolvido diretamente para o programa Artemis, o Eagle é um dos três projetos atualmente analisados pela NASA para ser o próximo Lunar Terrain Vehicle (LTV), ao lado de modelos das empresas Intuitive Machines e Venturi Astrolab.
O contrato, avaliado em 4,6 bilhões de dólares, será destinado à empresa que apresentar o projeto mais robusto, seguro e funcional.
Revelado durante o 40º Space Symposium, no Colorado (EUA), o Eagle chamou atenção não pelo visual metálico e iluminação azulada, mas sim por suas funcionalidades voltadas à praticidade, autonomia e segurança dos astronautas em terreno lunar.

Desempenho em condições extremas
O Eagle foi projetado para resistir aos desafios severos da Lua. Ele aguenta temperaturas extremas que podem chegar a -173°C e é capaz de operar mesmo durante as longas noites lunares, que duram aproximadamente 14 dias terrestres. Sua capacidade de carga é de até 500 kg, o suficiente para transportar dois astronautas com seus equipamentos completos.
Cada uma das quatro rodas do veículo possui um motor independente, o que permite realizar manobras como giro sobre o próprio eixo ou movimentação lateral (crab-walk) — o que é excelente para terrenos irregulares ou estreitos.
Pensado com ajuda dos astronautas
Segundo a empresa, o desenvolvimento do Eagle levou em conta feedbacks diretos de oito astronautas da NASA, que testaram o veículo usando trajes pressurizados completos.
Com base nessas avaliações, o design foi otimizado para facilitar o acesso ao interior do rover e permitir o controle total do veículo por qualquer um dos dois tripulantes, graças a sistemas de comando redundantes e espelhados.

Todo o nosso projeto foi moldado pela experiência real dos astronautas, e o resultado é um veículo funcional, ergonômico e bonito
A.J. Gemer, diretor técnico da Lunar Outpost
Sensor especial para zonas de sombra e sistema autônomo
Um dos diferenciais mais importantes do Eagle são os sensores “Eagle Eye”, capazes de operar até mesmo em zonas de sombra permanente, como as crateras profundas no polo sul lunar. Tais regiões têm alto valor científico, pois podem conter depósitos de gelo de água.
Além disso, o veículo pode ser conduzido de forma manual, remota ou completamente autônoma, o que o torna versátil tanto em missões tripuladas quanto em operações robóticas.

Ferramentas científicas e armazenamento inteligente
Para facilitar a coleta e transporte de amostras lunares, o Eagle inclui compartimentos refrigerados e armários de ferramentas com prateleiras que se elevam até a altura do peito dos astronautas — um recurso útil quando se considera a limitação de movimento causada pelos trajes espaciais. Há também espaço extra para instrumentos científicos, que podem ser adaptados conforme a missão.

A plataforma traseira do veículo pode ser reorganizada de acordo com as necessidades da carga, e um braço robótico desenvolvido pela MDA Space adiciona ainda mais funcionalidade, permitindo interações com o ambiente sem que os astronautas precisem deixar o veículo.
Energia para durar as longas noites lunares
O fornecimento de energia do Eagle é feito por painéis solares de alta eficiência, que se orientam automaticamente para acompanhar o Sol. O sistema é complementado por baterias avançadas preparadas para suportar os extremos de temperatura da Lua, assegurando uma operação contínua mesmo quando não há luz solar.

Apesar de jovem (fundada em 2017), a Lunar Outpost já acumula experiência no setor. Em fevereiro de 2025, a empresa conseguiu pousar o rover MAPP (Mobile Autonomous Prospecting Platform) na Lua, sendo o primeiro rover comercial a atingir outro corpo celeste.
Mesmo com falhas na aterrissagem que limitaram sua operação, o veículo permaneceu transmitindo dados por mais de 200 horas, o que ajudou a melhorar o desenvolvimento do Eagle.
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Decisão final se aproxima
O rover Eagle deve passar por uma revisão preliminar de design (PDR) ainda no primeiro semestre de 2025. A decisão oficial da NASA sobre qual projeto será escolhido está prevista para até o final do ano. Caso o Eagle seja o selecionado, ele poderá ser enviado à Lua já em 2030, como parte da missão Artemis V.
Fonte: WinFuture

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