
A internet foi surpreendida esta semana com o retorno do Lobo-terrível, espécie extinta há aproximadamente 12 mil anos. Muitos fãs logo notaram semelhanças marcantes entre os animais e os temíveis lobos da aclamada obra ‘Game of Thrones’, de George R. R. Martin.
Grande fã da franquia ‘Game of Thrones’, o CEO da Colossal, Ben Lamm, empresa responsável pelo retorno dos animais, decidiu compartilhar uma foto da estreia dos lobos no icônico Trono de Ferro.
“Peter Jackson comprou o Trono de Ferro original. Ele ficava em Dallas, então tirei uma foto deles lá. Colocamos os filhotes no trono porque, quero dizer, eles são como bebês. Quando os alimentamos com mamadeira, ficam sonolentos e adormecem. Achamos que colocá-los no Trono de Ferro seria uma grande homenagem aos fãs”, contou o cofundador e CEO da Colossal, Ben Lamm, ao ComicBook.
Os filhotes receberam os nomes de Remus, Romulus e Khaleesi. Remus e Romulus fazem referência ao mito do nascimento de Roma, sendo os lendários irmãos gêmeos fundadores da cidade.
Já Khaleesi é uma referência a Daenerys Targaryen, personagem icônica de ‘Game of Thrones’.
Lamm ainda revelou ter contado ao autor sobre o ressurgimento da espécie e até mesmo o convidou para conhecer os filhotes.
“Eu disse, olha, não estou pedindo dinheiro. Não estou pedindo para fazer parte de nada. Sinto uma responsabilidade ética porque, embora ‘Dungeons and Dragons’, ‘Magic: The Gathering’ e outras obras tenham Lobos Terríveis, você os tornou um nome familiar, então tenho algo para lhe mostrar”, explicou Lamm.
“Eu mostrei a ele, e ele perguntou: ‘Esses são Lobos Terríveis de verdade? Não são CGI?’. Ele tirou os óculos e começou a chorar. Disse: ‘Isso é incrível’. E eu disse que queria que ele os conhecesse. Então ele voou até lá. Fizemos ele assinar o NDA mais rigoroso de todos os tempos. E então ele voou até a reserva ecológica. Fui com ele até lá, vi os lobos, segurei Romulus, e ele, sua esposa e todos puderam vê-los. Foi quando ele me deu a citação: ‘Eu escrevo sobre magia, mas você realmente criou magia’”, afirmou.
O nascimento dos animais foi possível após a Colossal extrair DNA de duas fontes principais: um dente de 13.000 anos e um osso do ouvido interno de 72.000 anos.
Muitos fãs, ao verem os animais, notaram semelhanças com Fantasma, o lobo de Jon Snow. O fundador também revelou ter ficado surpreso com a aparência dos animais.
“Sabíamos que eles eram brancos, o que foi incrível, mas algo que não sabíamos é que eles quase tinham uma juba. Podíamos dizer que eram brancos pelos genomas, mas não podíamos afirmar exatamente como seria sua pelagem. Mas, ao projetarmos o tipo de pelo, não sabíamos como ele seria”, disse Lamm. “Eles quase têm uma espécie de juba. É uma loucura. Como um leão-lobo incrível”.
“Não sabíamos que seus olhos seriam tão amarelos dourados. Muitos lobos têm olhos amarelos, mas os deles são lindos. Você também pode ver a estrutura muscular quando eles caminham e coisas assim”, continuou Lamm. “E a pelagem deles, eu não diria isso, mas dizem que é quase iridescente sob a luz certa, o que é muito legal. E são muito densos, tanto estrutural quanto fisicamente. E ainda têm essa juba impressionante. É surreal”.
Sobre seus planos futuros, o cineasta surpreendeu ao buscar algo mais simples, contrariando o desejo dos entusiastas de trazer de volta os dinossauros, e revelou o desejo de impedir a extinção dos Lobos Vermelhos.
“Enquanto fizemos três Lobos Terríveis, também fizemos quatro Lobos Vermelhos. Tentamos emparelhar todos os eventos de desextinção com a preservação de espécies. Atualmente, restam apenas cerca de 15 Lobos Vermelhos na natureza, com cerca de 100 em cativeiro e programas de reprodução. Eles vêm de 12 linhagens fundadoras”, explicou Lamm. “Nós projetamos novas linhagens fundadoras e, por isso, temos três Lobos Terríveis e quatro Lobos Vermelhos. Esses quatro Lobos Vermelhos vêm de três novas linhagens fundadoras, aumentando a diversidade genética dos Lobos Vermelhos em 25%”.
Embora o Lobo Vermelho ainda esteja em perigo, durante o trabalho de desextinção dos Lobos Terríveis, uma nova tecnologia foi desenvolvida para clonar a partir de células do sangue. Isso abriu portas para inovações que podem ter um grande impacto na preservação do Lobo Vermelho.
“Desenvolvemos uma nova tecnologia para clonar a partir de células progenitoras endoteliais, que estão no sangue. Não estamos apenas clonando os Lobos Vermelhos, e agora estamos conversando com o governo dos Estados Unidos para ver se podemos liderar o programa de salvamento. Em seis meses, poderíamos tirar os Lobos Vermelhos da lista de extinção”, afirmou Lamm. “Apenas 3% das espécies que entram na lista de extinção saem, e algumas delas por razões políticas, nem mesmo por razões reais. É uma loucura que os Lobos Vermelhos ainda não tenham sido salvos, então estamos trabalhando para isso, e é muito legal”.
“Na clonagem típica, você precisa pegar pedaços da pele, biópsias, anestesiar o animal. Nós isolamos um tipo de célula chamada EPC e célula progenitora endotelial. A tecnologia que desenvolvemos funciona para os Lobos Vermelhos. Podemos coletar sangue, não é invasivo e ajuda nas nossas iniciativas de biobanco. Assim, podemos cloná-los, colocar o restante do sangue no biobanco e apoiá-los geneticamente. O projeto dos Lobos Terríveis é realmente inovador”, concluiu Lamm.