Cineasta James Toback é condenado a pagar US$ 1,4 bilhão a 40 vítimas de agressão sexual

james toback

Quase sete anos após as primeiras alegações, o cineasta James Toback, conhecido por ‘Nunca Fui Amada’, foi condenado por agressão sexual, cárcere privado, coerção e abuso psicológico, conforme reportou o Deadline.

Um júri do estado de Nova York ordenou que Toback pague a impressionante quantia de US$ 1,68 bilhão a 40 de suas vítimas. O veredito inclui US$ 280 milhões em danos compensatórios e uma significativa indenização punitiva de US$ 1,4 bilhão.

Atualmente com 80 anos, James Toback continua a negar todas as acusações, alegando que, devido a diabetes e problemas cardíacos, seria “biologicamente impossível” que ele tivesse se envolvido nos comportamentos descritos ao longo das décadas.

A ação judicial foi impulsionada pela Lei de Sobreviventes Adultos de Nova York (Adult Survivors Act), uma legislação que abriu uma janela de um ano, permitindo que sobreviventes de abuso sexual movessem ações civis independentemente do tempo decorrido desde os atos.

“Este veredito é sobre justiça. Mas, crucialmente, trata-se de retirar o poder das mãos dos abusadores — e de seus cúmplices — e devolvê-lo àqueles que eles tentaram controlar e silenciar”, declarou Brad Beckworth, o advogado principal das vítimas, com convicção.

“Hoje, um júri da comunidade de Nova York se manifestou com clareza e enviou uma mensagem que ecoa além deste tribunal: ninguém está acima da responsabilização. O movimento não acabou. Ainda há trabalho a ser feito”, afirmou.

Para Mary Monahan, uma das autoras centrais da ação, o veredito representa mais do que uma vitória legal: “Durante décadas, carreguei esse trauma em silêncio, e hoje um júri acreditou em mim. Acreditou em nós. Isso muda tudo. Este veredito é mais do que um número — é uma declaração: não somos descartáveis. Não somos mentirosas. Não somos danos colaterais na busca de poder de alguém. O mundo agora sabe o que sempre soubemos: o que ele fez foi real. E o que fizemos — nos levantar, falar — foi certo”.

O caso resgatou relatos de outras figuras públicas que tiveram encontros perturbadores com Toback.

  • Julianne Moore revelou que o cineasta a abordou em duas ocasiões nos anos 80, apresentando a mesma proposta inadequada de levá-la ao seu apartamento.
  • Ellen Pompeo compartilhou que o diretor a pressionou a ficar nua em um filme logo após um amigo se afastar brevemente.
  • Selma Blair também manifestou seu escárnio em 2017 diante de um artigo que elogiava Toback, compartilhando-o com o comentário sarcástico: “Irônico”.

A professora e dramaturga Karen Sklaire Watson expressou o impacto do veredito para a comunidade: “Vivo em Nova York há 32 anos. Esta cidade é minha casa. O veredito de hoje a torna mais segura para todas as mulheres. Predadores não podem mais se esconder atrás da fama, dinheiro ou poder. Não aqui. Não mais”.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.