Os maiores sindicatos de trabalhadores da Argentina deram início a uma greve maciça de 24 horas nesta quinta-feira, 10, paralisando trens, aviões e portos em protesto contra as medidas de austeridade do governo do presidente Javier Milei.
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A capital, Buenos Aires, estava tranquila pela manhã, embora os ônibus públicos estivessem funcionando normalmente. Os bancos e as escolas fecharam as portas, e os hospitais públicos e as agências governamentais estavam funcionando com uma equipe mínima.
Na quarta-feira, antes da greve, os trabalhadores participaram de um protesto semanal de aposentados em frente ao Congresso devido aos cortes nos fundos de pensão. As manifestações terminaram em violência nas últimas semanas, quando grupos simpatizantes, como torcedores de futebol, entraram em confronto com a polícia.
“Depois dessa greve, eles terão que desligar a motosserra”, disse Rodolfo Aguiar, secretário geral do sindicato ATE Nacional, referindo-se à analogia de Milei para o corte de gastos públicos. “Acabou, não há mais espaço para cortes”, acrescentou.
As demandas da greve
Os sindicatos estão exigindo que o governo readmita os funcionários demitidos, reabra as negociações salariais e elimine os planos de privatização de algumas empresas públicas, entre outras medidas.
No centro de grãos de Rosário, “tudo está parado”, disse o chefe da câmara portuária, Guillermo Wade. A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, o terceiro maior exportador de milho e um dos principais fornecedores de trigo.
O sindicato de aviação APA disse que estava aderindo à greve porque “a única coisa que o governo trouxe foi uma onda de demissões em agências estatais, taxas de pobreza mais altas e dívidas internacionais, que são a maior fraude da história da Argentina”.
A APA e outros sindicatos de aviação lutaram para que os salários dos funcionários ficassem alinhados com a inflação — que, embora tenha caído sob o comando de Milei, ainda teve um aumento mensal de 2,4% em fevereiro — e se opuseram aos esforços do presidente para privatizar a empresa estatal Aerolineas Argentinas.
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