Ibovespa segue exterior e valoriza mais de 3% em dia sem perdas; dólar despenca

Foto: Ibovespa/CanvaPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quarta-feira (9) com alta de 3,12%, aos 127.795,93 pontos. O dólar comercial caiu 2,54%, a R$ 5,84.

O mercado financeiro nacional e externo viveu grandes emoções na sessão desta quarta-feira. O dia começou com nova retaliação tarifária da China, o Ibovespa em baixa e o dólar disparando, e termina com pausa nas tarifas de Trump, Bolsas saltando e o real valorizado.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de 0,11%, a US$ 103,06.

O ânimo global levou todas as ações do Ibovespa a fecharem valorizadas, enquanto o dólar tem expectativas de seguir na linha dos R$ 5,80 a R$ 5,60. Em Wall Street, os avanços foram ainda mais expansivos, enquanto os índices europeus, que fecham no período da tarde, não conseguiram acompanhar os ganhos e tiveram fortes quedas.

Logo no começo do dia, os investidores já se preparam para o baque que o Ibovespa e os mercados globais viveriam, ao passo que a China anunciou tarifas de 84% para os produtos importados dos EUA, em retaliação às taxas de 104% impostas por Donald Trump na terça-feira (8).

Com isso, o Ibovespa vinha caindo aos 124 mil pontos, quando, no meio da tarde, virou para a alta e ganhou mais de 3 mil pontos após a decisão de Trump em elevar as tarifas sobre a China para 125% e que pausar, por 90 dias, as tarifas recíprocas extras para outros países.

“O que vejo pela frente são rodadas de negociação que, com certeza, vão gerar centenas de novos acordos — não somente entre os EUA e as demais nações, mas também entre outros países, que tendem a buscar mais alternativas de parceiros comerciais para diminuir a dependência dos EUA”, avaliou Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital.

“Agora, será preciso ver até onde a China pode chegar com a retaliação que vem realizando. Qual dos dois países terá mais condições de manter esses aumentos de tarifas um contra o outro? Já ouvi dizer — e concordo — que ‘a China não pensa a economia para o curto prazo, eles tomam decisões para as futuras gerações’”, prosseguiu.

Ainda no cenário da guerra comercial, a UE (União Europeia) decidiu responder às tarifas de Trump com uma lista de produtos americanos que podem somar US$23,200 bilhões em taxações.

Uma série de produtos — incluindo soja, suco de laranja, carne e motocicletas — estão na linha de fogo do bloco. As tarifas decididas vieram após os países membros manifestarem desejo de retaliar a taxação sobre aço e alumínio europeu em 25%.

Além disso, no radar econômico, o Ibovespa e os mercados externos também estiveram atentos à divulgação da ata do Fed (Federal Reserve), que mostrou unanimidade por parte dos membros do Fomc (COmitê de Mercado Aberto), ao analisarem que a economia dos EUA corre riscos de inflação mais alta e crescimento mais lento simultaneamente.

Enquanto isso, no radar corporativo, o GPA (PCAR3) foi uma das maiores altas, com notícias circulando sobre uma possível reformulação no conselho, inclusive com o investidor Rafael Ferri querendo assento na diretoria da empresa, ressaltou Silva.

“Cogna segue surfando a onda dos últimos resultados, assim como MGLU3, que tem a seu favor os novos programas de estímulo ao crédito do governo federal, que podem ajudar as empresas do setor”, disse.

A GPA (PCAR3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 18,89%. Logo atrás, Cogna (COGN3) e Magalu (MGLU3) registraram altas de 11,94% e 11,28%, respectivamente.

Veja como ficaram as principais ações do Ibovespa

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 3,13% e 4,06%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 5,85%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 5,39%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 7,14%. Usiminas (USIM5) valorizou 7,05%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 1,83% e 0,43%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 3,74% e 2,49%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 11,28%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 3,93%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 12,00%.

Índices do exterior fecharam opostos

Os principais índices europeus tiveram desempenhos xxx nesta quarta-feira (9). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 3,00%, enquanto o CAC 40, de Paris, caiu 3,34%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 3,50%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq valorizaram 9,52% e 12,16%, respectivamente. Já o Dow Jones subiu 7,87%.

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