A agência de crédito internacional Moody’s rebaixou de Ba2 para Ba3 dois seguimentos empresariais da Braskem (BRMK5). A queda ocorres baseada na geração baixa de caixa na companhia e tímidos índices de créditos.
O rebaixamento foi justificado pelo desempenho abaixo do esperado da empresa no México, alinhado a baixa performance na indústria petroquímica ao final de 2024. A alavancagem da Braskem no final do ano passado, incluindo sua filial no México atingiu maior nível da série histórica, de 15,3x.
O fluxo de caixa livre da companhia ficou negativo em R$5,6 bilhões, refletindo o fraco nível das operações e desembolsos relativos a recursos em atividades no estado do Alagoas.
A Moody’s espera que a alavancagem ajustada da Braskem diminua para cerca de 6,5-7,5x nos próximos 12-18 meses, à medida que o EBITDA da empresa melhore junto com os spreads (diferença no valor de compra e de venda) de produtos petroquímicos.
A iniciativa de redução de caixa da Braskem deve levar a um fluxo de caixa livre neutro em 2025, apesar das despesas na região nordeste.
Incidente e ritmo global ameaçam Braskem
A Moodys reitera que a empresa ainda tem um nível de alavancagem muito alto para a classificação. A agência enxerga pessimismo no cenário macroeconômico com desaceleração adicional podendo estender o ciclo de baixas no setor. Diante das informações, analistas veem o potencial da Braskem como limitado.
Desde dezembro de 2023, um incidente em Alagoas resultou em uma provisão adicional de R$ 1,3 bilhão para o fechamento de minas de sal. As provisões totais relacionadas a este incidente somam R$ 17,7 bilhões, com R$ 12,7 bilhões desembolsados até dezembro de 2024.
A classificação Ba3 da empresa é sustentada por seu status como a maior empresa petroquímica do Brasil e das Américas em termos de capacidade de produção de resinas. A classificação também reflete a posição dominante da empresa no mercado brasileiro e sua diversificação geográfica, com operações nos EUA, México e Europa.
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