Real é a moeda que mais perde contra o dólar com a guerra comercial

Foto: Unsplash / dólar

Após a Casa Branca ter confirmado que os EUA irão impor novas tarifas de 104% sobre os produtos importados da China, o real performa como a moeda que mais perde valor no mundo contra o dólar na tarde desta terça-feira (8).

Por volta das 15h40 (horário de Brasília), a divisa brasileira perdia 1,20% ante a divisa norte-americana, cotada a R$ 5,98. Mais cedo, a moeda bateu a cotação psicológica de R$ 6.

Além do real, a lista de maiores perdas frente ao dólar é formada pelos pares latino americanos. O peso chileno aparece na sequência, com queda de 1,04%, quando a divisa da Colômbia recuava 1% contra o dólar.

A decisão dos EUA em aplicar novas tarifas de 50% sobre a China, que somadas às anteriores chegam a 104%, veio após o país asiático não ter recuado na retaliação às taxas anteriores (de 34%), quando também decidiu taxar os produtos importados dos EUA em 34%.

XP corta projeção de alta do dólar sobre o real

Em relatório recente sobre o cenário do câmbio, a XP Investimentos destacou que a depreciação do dólar em dezembro pode ter sido exagerada. No início deste ano, o real viveu uma recuperação parcial, o que fez os analistas mudarem sua projeção para a cotação da moeda estrangeira no final do período, saindo de R$ 6,20 para R$ 6,00.

Além disso, a casa também reduziu as estimativas para horizontes mais longos, cortando a previsão de um dólar a R$ 6,40 no fim de 2026 para R$ 6,20.

Paralelamente, a XP também observou, em um quadro onde o dólar volte aos R$ 6,00, que o câmbio deve continuar em níveis depreciados e afirma que seu modelo base aponta para a moeda americana cotada a R$ 5,90. 

Os riscos recentes e impactos sobre a direção do câmbio doméstico seriam a explicação para essa diferença de R$ 0,10. “Em nossa visão, o balanço de riscos em torno dessa projeção [de R$ 5,90] está inclinado para cima (ou seja, uma taxa de câmbio mais depreciada)”, disse a XP, segundo o “Valor”.

Para os economistas Rodolfo Margato, Luíza Pinese e os estrategistas Victor Scalet e André Buzzini, “os riscos de uma guerra comercial mais intensa e a adoção de medidas econômicas pouco ortodoxas no Brasil aumentaram nas últimas semanas”.

Além disso, os analistas da casa também afirmaram que o ciclo eleitoral do Brasil se aproxima, ao que se estima um aumento na volatilidade cambial. “Levando isso em consideração, projetamos R$ 6,20 por dólar no fim de 2026, em linha com o diferencial de inflação.”

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