A Neuralink está procurando novos voluntários ao redor do mundo para avançar com os testes do seu chip cerebral experimental, que promete revolucionar a forma como humanos interagem com computadores.
O dispositivo, desenvolvido pela empresa de Elon Musk, foi projetado para permitir que pessoas com paralisia total dos membros consigam controlar computadores ou smartphones utilizando apenas seus pensamentos.
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Quem pode se candidatar aos testes
Atualmente, a Neuralink busca voluntários com tetraplegia — condição que impossibilita o uso dos braços e das pernas — para participar de sua pesquisa clínica conhecida como PRIME (Precise Robotically Implanted Brain-Computer Interface), que deve durar cerca de seis anos.
Segundo publicação da empresa no X (antigo Twitter) em 2 de abril, os candidatos ideais são pessoas que tenham lesões na medula espinhal ou esclerose lateral amiotrófica (ELA), doenças que causam limitações motoras severas.
Até janeiro deste ano, apenas três pacientes haviam recebido o implante. Todos estão participando da fase de testes do PRIME e usam o dispositivo para controlar computadores de forma direta, a partir da atividade cerebral monitorada pelo chip.

Relato do primeiro paciente da Neuralink
O primeiro paciente da Neuralink, Noland Arbaugh, demonstrou publicamente a tecnologia ao controlar o cursor de um computador para jogar xadrez e navegar na internet. Em relato recente publicado em 28 de março, ele afirmou não ter experimentado nenhum efeito colateral negativo — nem físico, nem psicológico — desde que recebeu o implante há um ano.
Arbaugh contou que o dispositivo já é parte central de sua rotina e que o utiliza por mais de dez horas por dia para diversas tarefas, como escrever, fazer pesquisas e se comunicar online. Graças à tecnologia, ele conseguiu se tornar um palestrante profissional, viajando para compartilhar sua experiência com outras pessoas.
Novas aplicações em desenvolvimento
Os pesquisadores da Neuralink também estão desenvolvendo formas de controlar cadeiras de rodas com o chip cerebral. Arbaugh comentou que só testaria essa função se ela estivesse praticamente perfeita, destacando os riscos envolvidos caso perdesse o controle em uma situação como o trânsito.
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Apesar de ser uma das empresas mais famosas do setor, a Neuralink não está sozinha na corrida para desenvolver interfaces cérebro-computador. Instituições acadêmicas e outras empresas também atuam nessa área, com abordagens que variam de implantes invasivos a dispositivos não invasivos semelhantes a capacetes.
O futuro da integração entre humanos e máquinas
Elon Musk afirma que seu objetivo com a Neuralink vai além da reabilitação de pessoas com deficiências motoras. O empresário sonha em transformar o ser humano, oferecendo “superpoderes” através da tecnologia e integrando o cérebro humano com sistemas computacionais de forma fluida.
Para os interessados, a inscrição na pesquisa pode ser feita pelo site oficial da empresa. A equipe da Neuralink analisa cada caso individualmente, com base em critérios médicos rigorosos.
À medida que os testes avançam, a expectativa de Musk é que o número de pessoas com o chip implantado cresça rapidamente: primeiro dezenas, depois centenas e eventualmente milhares de usuários.

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Fonte: Estadão