Se não tem diploma, se não é provisionado, não é jornalista!

Jornalismo profissional assegura o mínimo de credibilidade

Aida Franco de Lima – OPINIÃO

O 7 de Abril marca o Dia do Jornalista. E há muita gente por aí surfando a onda. A coisa piorou a partir de 2010, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que não se precisava mais estudar jornalismo para ser jornalista.

Simples assim. Como se, da noite para o dia, decretassem que não precisaria estudar engenharia civil para ser engenheiro. Como se não fosse preciso frequentar o curso de Direito para ser advogado. Bastaria saber assentar uns tijolos, preparar massa; bastaria colocar um terno e ir para a porta da cadeia… Todos seriam engenheiros civis, advogados e assim sucessivamente.

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Para o STF, exigir o diploma é coibir a liberdade de expressão. Como se o papel do jornalista, com exceção ao jornalismo opinativo, restringisse-se a falar o que se pensa e não dar voz à sociedade.

Com essa guinada, com esse retrocesso, em não exigir que se frequente uma universidade para ao menos ter a chance de saber o que é uma conduta ética, o que depõe contra o sensacionalismo, e até mesmo a diferença entre mais e mas; com esse cavalo de pau em cima da credibilidade, da legislação trabalhista, a comunicação no Brasil virou terra de ninguém.

E para piorar ainda mais, Bolsonaro tentou eliminar o registro de jornalista e de outras profissões, por meio da Medida Provisória (MP) 905. Assim, com a edição dessa MP, em 11 de novembro de 2019, o documento parou de ser emitido. Mas como essa MP não foi votada no Senado, foi revogada, e, no dia 20 de abril de 2020, os registros voltaram. Porém, sem a obrigatoriedade do diploma.

  • Estamos vendo um grupo de políticos tentando impedir a votação de projetos importantes no Congresso Federal, para colocar em pauta a anistia. Para não punir quem saiu de casa para fazer quebra-quebra em Brasília no ano passado, e sim para beneficiar políticos que estão borrando as calças com medo da Justiça. 

Prioridades, né? Hoje, qualquer um posta nas redes sociais, compartilha notícias falsas travestidas de informações, e quando o cerco fecha simplesmente deletam e somem. O jornalista não é o guardião da verdade. Mas no mínimo pode e deve ser responsabilizado pelo que produz.

A credibilidade da notícia e o compromisso com as fontes são o maior tesouro de um jornalista. Havia um tempo em que o jornalista era forjado nas redações. Ou nas páginas dos livros como Olavo Bilac e Lima Barreto. E aqueles que entraram como office boy e chegaram ao cargo de editor, que obtinham o título de provisionado.

Se não foi formado na universidade, se não foi formado nas redações, pelo fato de não ter acesso aos bancos escolares, não é jornalista. Do mesmo modo que não é engenheiro civil mesmo que saiba calcular. Precisa estudar, sim, para, no mínimo, errar menos.

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