O ChatGPT atraiu 1 milhão de novos usuários em apenas uma hora, impulsionado pela febre de criação de imagens com inteligência artificial no estilo do Studio Ghibli. A explosão de popularidade foi confirmada por Sam Altman, CEO da OpenAI, nas redes sociais nesta segunda-feira.
O fenômeno teve início após uma atualização do ChatGPT que aprimorou significativamente a geração de imagens. A novidade, lançada na semana passada, trouxe melhorias na precisão visual, nos efeitos de iluminação e até na capacidade do chatbot de entender o contexto da conversa para compor imagens mais realistas e detalhadas.
A estética inspirada nos filmes do Studio Ghibli, como A Viagem de Chihiro e Meu Vizinho Totoro, ganhou as redes sociais. Milhares de usuários passaram a compartilhar versões estilizadas de selfies, paisagens e até memes no estilo das animações japonesas, conhecidas pelo traço delicado e atmosfera encantadora.
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Recorde de crescimento surpreende a OpenAI
Com isso, os servidores da OpenAI foram rapidamente sobrecarregados. “Adicionamos um milhão de usuários na última hora”, disse Altman no X (antigo Twitter). Para efeito de comparação, ele lembrou que o lançamento inicial do ChatGPT levou cinco dias para atingir o mesmo número de novos usuários.
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A febre atingiu não apenas o público em geral, mas também figuras públicas. A conta oficial da Casa Branca, o governo indiano e políticos brasileiros como o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Eduardo Paes publicaram suas versões em estilo Ghibli, alimentando ainda mais o viral.
Altman chegou a trocar a própria foto de perfil por uma imagem gerada no estilo Ghibli. Segundo ele, os processadores da empresa estavam “derretendo” com o volume de acessos, o que forçou a OpenAI a limitar temporariamente o uso da ferramenta.
Modelo GPT-4o e os novos recursos visuais
A tecnologia responsável por essa nova onda é o modelo GPT-4o, que além de gerar imagens com mais fidelidade, também permite incluir textos com mais precisão — algo que era um desafio nas versões anteriores.
O ChatGPT já oferecia geração de imagens, mas o recurso tinha limitações. Agora, os usuários podem controlar detalhes como sombras, reflexos e até ambientação das imagens, o que aumentou o apelo visual das criações e a sensação de profissionalismo nas produções.
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Discussão sobre direitos autorais se intensifica
Apesar do entusiasmo, a reprodução da estética criada por Hayao Miyazaki reacendeu o debate sobre os direitos autorais na era da inteligência artificial. O diretor japonês é conhecido pelo processo artesanal de suas animações, muitas desenhadas à mão e levadas anos para serem finalizadas.
Especialistas apontam que, embora a IA não copie diretamente um trabalho específico de Miyazaki, a capacidade de imitar o estilo de um estúdio inteiro pode esbarrar em discussões legais e éticas. Em nota ao site Mashable, a OpenAI afirmou que evita a replicação de obras de artistas vivos de forma direta, mas defende a liberdade criativa dos usuários ao explorar estilos mais amplos, como o do Studio Ghibli.
Altman, por sua vez, tem compartilhado criações do tipo em suas redes, mas evitado se posicionar sobre o debate autoral, o que gerou críticas de artistas e defensores da propriedade intelectual.
Disponível apenas para versão paga — por enquanto
A empresa ainda não detalhou o número total de usuários ativos desde o lançamento do novo recurso. Em fevereiro, revelou que ultrapassou 400 milhões de usuários semanais — o dobro em relação a agosto de 2024. Com a nova onda, esses números devem crescer ainda mais.
Por enquanto, o recurso está disponível apenas para assinantes da versão paga do ChatGPT, que custa cerca de R$ 100 por mês. A OpenAI planeja liberar o recurso para todos os usuários em breve, com um limite diário de três imagens para a versão gratuita.
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Fonte: Reuters
