Indústria recua 0,1% em fevereiro, abaixo das expectativas

A produção industrial do Brasil teve leve recuo de 0,1% em fevereiro. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (02) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A marca veio abaixo das expectativas de analistas, mas apresentou crescimento em relação a 2024, com crescimento de 1,5%.

O acumulado do ano ficou em 1,4% enquanto os últimos 12 meses atingiu 2,6%. O segmento de carros e bens de capital puxaram o crescimento do acumulado de ano. As indústrias farmacêuticas e extrativas enfrentaram desafios pontuais em fevereiro, interrompendo dois meses de crescimento do setor.

A média móvel trimestral variou -0,1% encerrado em fevereiro, mantendo a tendência negativa de meses anteriores. Bens de consumo variáveis e bens intermediários foram os mais desvalorizados com diminuição de -08% e -0,1%, respectivamente.

Os destaques positivos anuais foram bens de consumo duráveis (17,1%) e os bens de capital (8,5%). No último mês de fevereiro, os bens de capital cresceram 0,8%, sendo observado queda nos bens de consumo com 1,3% e 3,2% nos bens duráveis.

Indústria tem setores em alta e em baixa

Dos 25 ramos pesquisados pelo IBGE, 15 mostraram crescimento no início de 2025. Produtos químicos, carros e máquinas foram os mais favorecidos no período. Produtos derivados do petróleo, indústria extrativa e biocombustíveis tiveram o caminho oposto, sendo alvo de desvalorização em suas produções.

Os eletrodomésticos da “Linha Marrom” comandaram a subida da produção industrial nos últimos 12 meses, apesar de bens intermediários como Madeira, Aço, Peças de automóveis, apresentaram uma retração de 0,1%.

Segundo o economista Maykon Douglas, “este é mais um resultado fraco do setor”.

“Apesar da alta na indústria extrativa, a difusão está abaixo da média histórica. Setores como bens de capital e de consumo têm perdido ritmo no período recente, pois sentem mais o aperto monetário”, afirma.

Queda significativa em fevereiro veio do setor de produtos de madeira com -8,6% somado a reboques e carroceria com diminuição de 0,7%. Produtos diversos e veículos automotores representaram déficit de 5,9% e 2,7% respectivamente.

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