Tribunal em Paris considera Marine Le Pen culpada por fraude

Líder da ultradireita francesa foi considerada culpada por desviar recursos do Parlamento Europeu para pagar funcionários de seu partido. Decisão pode impedi-la de concorrer à presidência da França em 2027.A Justiça francesa considerou nesta segunda-feira (31/03) a líder da ultradireita Marine Le Pen culpada por uso indevido de recursos do Parlamento Europeu quando era eurodeputada, uma decisão que pode impedi-la de concorrer à presidência da França em 2027.

Ela foi condenada juntamente com oito outros atuais ou ex-membros de seu partido que também atuaram como eurodeputados. Cabe recurso da decisão.

Le Pen, sentada na primeira fila do tribunal de Paris, não demonstrou reação alguma quando o juiz leu o veredicto.

O tribunal de Paris, que ainda não proferiu sentenças, estimou que o esquema causou um prejuízo total de 2,9 milhões de euros ao Parlamento Europeu, ao usar recursos europeus para o pagamento de “pessoas que na realidade trabalhavam para o partido”.

Os promotores haviam exigido cinco anos de prisão e inelegibilidade para cargos públicos imediata, também por cinco anos, independentemente de qualquer processo de apelação, usando a chamada “execução provisória”. Isso poderia prejudicar os planos de Le Pen de concorrer às eleições presidenciais de 2027. Ela poderia manter sua cadeira parlamentar até o final de seu mandato, mas poderia perdê-la se Macron convocar eleições legislativas antecipadas, como fez em 2024, na ausência de uma maioria parlamentar.

Le Pen, de 56 anos, é uma das favoritas para a próxima eleição presidencial, à qual o atual presidente, Emmanuel Macron, de centro-direita, não poderá mais concorrer.

Os 12 assistentes julgados juntamente foram igualmente considerados culpados de manipulação de bens roubados.

Marine Le Pen, que não falou com os jornalistas ao chegar ao tribunal, acusou os promotores de buscarem sua “morte política”, alegando um complô para manter o RN fora do poder que ecoa as alegações feitas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre seus problemas legais.

O esquema de desvio

Entre setembro e novembro, Marine Le Pen, seu partido Reunião Nacional (RN) e 24 outras pessoas foram processadas pela Justiça por supostamente pagarem funcionários da sigla entre 2004 e 2016 com dinheiro do Parlamento Europeu.

De acordo com a investigação, o partido criou “de forma concertada e deliberada” um “sistema de desvio” dos 21 mil euros mensais que cada eurodeputado recebe para pagar assistentes parlamentares.

Mas, na realidade, o dinheiro teria sido empregado parcial ou totalmente para o partido Frente Nacional (FN), renomeado Reunião Nacional (RN) em 2018, que teria economizado somas significativas de dinheiro com essa prática proibida pela legislação europeia.

Os promotores afirmam que, desde 2004, deputados da Frente Nacional, incluindo Le Pen e seu pai Jean-Marie Le Pen, cofundador da legenda, se beneficiavam do esquema de empregos fictícios.

md/cn (AFP, Reuters, AP)

*Essa notícia está sendo atualizada…

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