Ibovespa renova pico intradia do ano, mas perde força em direção ao fim

O Ibovespa voltou a renovar a máxima do ano, durante a sessão, e parecia a caminho de encerrar o dia também no maior nível desde 2 de outubro, mas perdeu parte da força em direção ao fechamento, em alta de 0,57%, aos 132.067,69 pontos, com giro a R$ 19,7 bilhões. Entre a mínima e a máxima, foi dos 131.325,36 aos 133.471,08 pontos, saindo de abertura aos 131.326,63.

Na semana, ainda não neutraliza perdas (-0,21%), com ganhos no mês a 7,55% e no ano a 9,80%. O dia foi de alta bem espalhada pelas ações de maior peso, como Vale (ON +0,33%), Petrobras (ON +0,97%, PN +0,79%) e, entre os grandes bancos, Bradesco (ON +0,78%, PN +1,66%).

Na ponta vencedora do Ibovespa, Vamos (+15,62%), empresa de locação de máquinas e equipamentos que reportou lucro bem recebido pelo mercado, aponta Matheus Lima, analista da Top Gain.

Assim, com ganho de dois dígitos na sessão, ficou à frente de Hapvida (+7,21%), CVC (+6,60%) e LWSA (+5,02%). No lado oposto, RD Saúde (-2,54%), Embraer (-2,12%), Petz (-1,87%), São Martinho (-1,67%) e Marfrig (-1,57%).

“No Brasil, a alta da Bolsa se deveu principalmente à expectativa de desaceleração do aperto dos juros para as reuniões do Copom de maio e junho”, diz Inácio Alves, analista da Melver. “Embora a ata não defina a magnitude dos aumentos, o trecho ‘o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião’ deixa claro que poderá haver um novo aumento, mas que esse aumento será menor”, acrescenta, observando que o mercado precifica mais duas altas para a Selic, sendo uma de meio ponto porcentual e outra de 0,25 ponto porcentual, fazendo com que a taxa básica de juros alcance 15% ao ano.

“Ata do Copom veio em tom duro, ‘hawkish’, com o BC ainda mostrando incertezas com o que se tem no momento, especialmente do lado externo. E reforçou o compromisso de trazer a inflação para a meta, considerando que ainda há iniciativas fiscais do governo que sugerem um ciclo de alta longo para os juros, ainda em andamento. Esse compromisso reiterado contribui para a ponta longa da curva de juros ceder”, diz Pedro Caldeira, sócio da One Investimentos.

Nesta terça-feira, a moeda norte-americana à vista fechou em baixa de 0,75%, a R$ 5,7092, em meio a expectativa de que o governo Trump continue a flexibilizar iniciativas protecionistas.

“A perspectiva de uma política tarifária mais moderada e previsível contribui para o retorno do apetite por risco”, diz Bruno Shahini, especialista da Nomad, acrescentando que dados econômicos americanos, como o índice de confiança do consumidor, também influenciaram a relativa apreciação do real.

“O índice de confiança do consumidor apresentou queda acima do esperado em março, nos Estados Unidos, marcando o quarto mês consecutivo de retração, enquanto os dados sobre o mercado imobiliário também vieram abaixo das expectativas”, diz Shahini, observando uma leitura de menos é mais no momento em que o mercado volta as atenções para o número de cortes de juros que o Federal Reserve poderá implementar até o fim do ano – o que ampliaria o diferencial e a atratividade da Selic, ainda em meio a um ciclo de alta de juros no Brasil.

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