Ibovespa fecha valorizado após a ata do Copom; dólar cai

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Ibovespa / Foto: Freepik

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (25) com alta de 0,57%, aos 132.067,69 pontos. O dólar comercial caiu 0,75%, a R$ 5,70.

Após um recuou vivido na véspera por conta dos receios com os rumos fiscais do País, o Ibovespa operou com valorização nesta sessão, após o ministro Fernando Haddad corrigir as falas. Além disso, a ata do Copom também foi destaque no mercado.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com queda de 0,08%, a US$ 104,18.

Ao discursar em um evento do “Valor Econômico”, o ministro da Fazenda citou a possibilidade de mudanças nos parâmetros do arcabouço fiscal, ressaltando que as alterações só viriam num cenário que combinasse queda da Selic (juros básicos da economia), inflação sob controle e estabilidade na dívida pública.

Porém, após a repercussão negativa de suas falas sobre o Ibovespa, Haddad afirmou estar confiante no funcionamento do Arcabouço Fiscal e também se comprometeu com as metas fiscais determinadas no Orçamento.

“Estão tentando distorcer o que falei agora em um evento do Valor. Disse que gosto da arquitetura do arcabouço fiscal. Que estou confortável com os seus atuais parâmetros. E que defendo reforçá-los com medidas como as do ano passado. Para o futuro, disse que os parâmetros podem até mudar, se as circunstâncias mudarem, mas defendo o cumprimento das metas que foram estabelecidas pelo atual governo”, postou o ministro.

Além disso, o dia foi marcado pela divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), realizada no dia 19 de março, que culminou na elevação da Selic.

“A ata do Copom sendo divulgada hoje não trouxe muitas novidades, mas reforçou preocupações com o cenário externo de incertezas. Acredito que teremos pelo menos mais duas altas de juros, mas não temos certeza da magnitude, mas obviamente serão aumentos”, disse Matheus Lima, analista de investimentos e sócio da casa de análise Top Gain.

“A inflação acaba causando um pouco de preocupação ainda, principalmente agora com a liberação dessa nova linha de crédito do FGTS, que pode causar um impacto sim na inflação, mas vamos monitorando para ver se a gente vai conseguir equilibrar todos esses pratos aí e ter a inflação controlada para conseguir, quem sabe, no futuro próximo, em 2026, sendo bem otimista aí, algum corte, por menor que seja, nessa taxa de juros”, continuou.

Além disso, a queda do dólar, após três sessões em alta, também chamou atenção dos investidores. Em um movimento de repercussão à indicação de Donald Trump de que poderia haver uma flexibilização das tarifas de importação impostas a outros países recentemente.

“A perspectiva de uma política tarifária mais moderada e previsível contribuiu para o retorno do apetite por risco dos investidores, refletindo-se positivamente nos principais índices acionários americanos, que encerraram ontem com ganhos expressivos, acompanhados por uma redução acentuada do índice VIX”, avaliou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

O especialista também ressaltou que os dados econômicos divulgados nos EUA contribuíram para a valorização do real nesta sessão. 

“O índice de confiança do consumidor norte-americano apresentou queda acima do esperado em março, marcando o quarto mês consecutivo de retração, enquanto os dados sobre o mercado imobiliário também vieram abaixo das expectativas”, disse Shahini.

Na linha positiva do Ibovespa, os papéis do setor de commodities ajudaram a manter a valorização do índice. As ações ligadas ao petróleo e ao minério de ferro se alinharam à recuperação dos preços internacionais.

Além disso, as ações mais sensíveis ao custo de capital e ao ciclo doméstico, como o varejo e a construção civil e o setor financeiro também despontaram entre os ganhos do dia. 

“Magalu e Hapvida estiveram entre os destaques, puxadas pela reprecificação dos juros reais futuros e por fluxo especulativo apostando na retomada do apetite por risco local. Além disso, os papéis BBDC4, PETR4, VALE3 e VAMO3 estiveram entre os destaques do pregão”, disse Carolina Kircher Herskovits, Head de Relações com Investidores da Aware Investments.

A Vamos (VAMO3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 15,62%. Logo atrás, Hapvida (HAPV3) e CVC (CVCB3) registraram altas de 7,21% e 6,60%, respectivamente.

Já na ponta negativa, RaiaDrogasil (RADL3) liderou as perdas, caindo 2,54%. Em seguida, vieram Embraer (EMBR3)  e Petz (PETZ3), com perdas de 2,12% e 1,87%.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) valorizam

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram 0,97% e 0,79%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 1,04%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,33%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 0,46%. Usiminas (USIM5) valorizou 0,51%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 0,81% e 0,39%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 1,66% e 1,27%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) valorizou 2,45%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 2,35%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 17,62%.

Índices do exterior fecharam em alta

Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta terça-feira (25). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 1,13%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 1,08%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,72%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq subiram 0,16% e 0,46%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,01%.

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