Ibovespa fecha em queda após decisões sobre juros pelo mundo; dólar sobe

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (20) com baixa de 0,38%, aos 132.007,88 pontos. O dólar comercial subiu 0,50%, a R$ 5,67.

Após ter acumulado 6 sessões consecutivas em alta, o Ibovespa operou em queda, em um movimento de correção e também repercutindo as decisões do Copom e do Fed anunciadas na quarta-feira (19).

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de 0,37%, a US$ 103,81.

“Vejo esse movimento como fruto da realização de lucros por parte dos investidores que conseguiram aproveitar essa recente valorização. Na minha visão, o movimento recente de alta foi o início de uma antecipação da montagem de posição em renda variável, antes que os cortes de juros voltem a ocorrer por aqui”, analisou Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital.

No radar econômico, o mercado financeiro ainda repercute os efeitos futuros da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevar em 1 ponto percentual na Selic (taxa básica de juros), que chegou a 14,25% ao ano.

Além disso, no exterior o Fed (Federal Reserve), Banco Central dos EUA, decidiu manter as taxas de juros do país sem alterações, na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. Na zona do euro, a Inglaterra também manteve a taxa de juros em 4,5%, enquanto a presidente do BCE (Banco Central Europeu) alertou para um crescimento mais fraco no bloco devido às tarifas dos EUA.

“Com o FED minimizando os riscos de recessão nos EUA e sinalizando possíveis cortes nos juros, países emergentes, como o Brasil, tornam-se mais atrativos para investimentos de riscos”, disse Silva.

Na linha verde do Ibovespa, as ações de frigoríficos se destacaram, com a Minerva (BEEF3) se beneficiando após o resultado do quarto trimestre de 2024, quando teve uma receita líquida de R$10,714 bilhões, uma alta anual de 73,8%, que animou o mercado, apesar do prejuízo líquido.

A Marfrig também subiu, pois continua colhendo os frutos da divulgação do último resultado, que teve como principais destaques o aumento do lucro líquido e a redução da alavancagem, indicou Silva. “JBS ainda se beneficia da notícia da abertura de capital no exterior”, afirmou.

“Na ponta negativa, Embraer passa por um dia de realização após fortes altas recentes, LWSA segue pressionada pela divulgação de resultados fracos, e PetroReconcavo também sofre com um desempenho abaixo do esperado”, segundo o especialista.

A Minerva (BEEF3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 8,41%. Logo atrás, Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) registraram altas de 6,70% e 4,27%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Embraer (EMBR3) liderou as perdas, caindo 6,72%. Em seguida, vieram Petz (PETZ3) e LWSA (LWSA3), com perdas de 4,54% e 3,99%.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) divergem

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 0,96% e 0,22%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 0,03%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,31%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,23%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,84%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 0,93% e 0,49%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 0,48% e 1,56%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,58%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 0,57%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 0,71%.

Índices do exterior fecharam em baixa

Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativo nesta quinta-feira (20). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 1,24%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,95%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,43%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,22% e 0,33%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 0,03%.

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