Segurança no trânsito

editorial

É preocupante o número de acidentes com o envolvimento na cidade, sobretudo pela letalidade. Só na semana que terminou, dois acidentes resultaram em óbito em Juiz de Fora.

Veículo com maior mobilidade e mais adequado para vencer os engarrafamentos nas metrópoles, levando-se em conta também o baixo custo no consumo de combustíveis, as motos, se usadas com prudência, são um meio de transporte importante. A questão é avaliar a segurança.

Esse é o aspecto a ser discutido, pois a maioria dos acidentes de trânsito tem o envolvimento de motos, ora por imprudência dos motociclistas, ora pela imprudência dos demais veículos, que nem sempre respeitam os espaços.

Em Juiz de Fora, cidade que tem uma associação dos motoboys, há margem para a implementação de campanhas educativas, a fim de preservar vidas. Os entregadores vivem no fio da navalha ante a premência da entrega, sob o risco de desagradar o contratante, e, em muitas ocasiões, por causa desse curto tempo, se antecipam nos sinais de trânsito, se colocando em risco e comprometendo a segurança de terceiros.

Em recente levantamento, a Tribuna, com dados da Secretaria de Trânsito, mostrou que o maior número de multas por infrações é de motocicletas.

A conscientização, porém, deve ser um projeto coletivo, a fim de garantir a convivência pacífica dos veículos motorizados e dos pedestres. As bicicletas também devem entrar no pacote, uma vez que, em não sendo sujeitas a sanções, não respeitam a sinalização. Passam pelo sinal vermelho e fazem conversões sem se importarem com as consequências.

A vulnerabilidade dos motociclistas diante de outros veículos impõe a elaboração de medidas preventivas, que passam, além da campanha educativa, por ações que envolvam cursos de pilotagem defensiva e maior rigor na obtenção da carteira de habilitação.

Em São Paulo, onde se concentra o maior número de veículos, diversas vias têm uma pista própria para as motos. Na maior metrópole da América do Sul, o cotidiano mostra longas filas pelos corredores de tráfego. A pista exclusiva assegurou a segurança que antes faltava. O projeto, no entanto, é bom para todos, pois, se antes não havia uma delimitação de espaços – o que usualmente provocava acidentes -, agora os demais veículos têm restrição na sua movimentação.

Os motoboys carecem de uma discussão à parte por serem maioria e por enfrentarem os obstáculos do tempo. A limitação da jornada de trabalho deve ser uma das pautas, a fim de assegurar direitos que ora lhes faltam e amenizar pressões que afetam o seu desempenho seguro.

A responsabilidade é coletiva. A prudência é uma necessidade, mas os demais usuários do sistema também precisam fazer o seu papel, inclusive os governos, com criação dos corredores, adoção de sinalização adequada e revisão da infraestrutura urbana. Os especialistas também destacam a adoção de tecnologia para redução de acidentes como sistemas de frenagem obrigatórios, que já há algum tempo é definida em lei, mas não necessariamente seguida pelas montadoras.

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