Azzas: após 8 meses de fusão, Birman e Jatahy querem ‘divórcio’

Roberto Jatahy e Alexandre Birman, fundadores da Azzas 2154 (AZZA3) (Foto: Reprodução / Instagram)

Menos de oito meses após a fusão entre Arezzo&Co e Grupo Soma, que deu origem à Azzas 2154 (AZZA3), os principais acionistas da empresa, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, estão em negociações para dividir os negócios. A informação foi divulgada pelo Pipeline, do Valor Econômico, nesta sexta-feira (14).

Segundo a publicação, os dois executivos estão sendo apoiados por consultores financeiros e jurídicos para explorar alternativas viáveis, embora fontes indiquem que a separação não deve ocorrer tão rapidamente quanto eles esperam.

Birman, CEO da Azzas, conta com o apoio do Morgan Stanley, sob a orientação do senior advisor Nicola Calicchio, e da Spinelli Advogados. Já Jatahy, que comanda a unidade de moda feminina, recebe suporte da G5 e do escritório Barbosa Mussnich.

Tensões e negociações na Azzas 2154 (AZZA3)

Alexandre Birman e Roberto Jatahy, que juntos detêm 33,7% da Azzas 2154 (AZZA3), estão envolvidos em negociações que podem levar à separação dos negócios.

De acordo com o Pipeline, emissários de Birman já teriam procurado family offices e gestoras de private equity como possíveis investidores, visando uma negociação futura.

No entanto, Jatahy não estaria disposto a vender sua participação ao preço de mercado e exigiria um prêmio sobre o valor atual da empresa.

Ainda segundo o Pipeline, os dois empresários já discutiram a possibilidade de uma cisão das operações, mas não no formato original. Nesse cenário, a Hering ficaria com o grupo Arezzo, mas a estratégia enfrenta resistência devido a possíveis repercussões negativas no mercado e passivos fiscais, embora não tenha sido totalmente descartada.

Um dos principais pontos de discordância entre os executivos é a estrutura de governança. Jatahy optou por fazer sua unidade de negócios responder diretamente ao conselho de administração, sem se reportar a Birman, uma mudança que foi contestada pelo CEO da empresa. Como alternativa, Birman propôs comprar a participação de Jatahy na Azzas, o que resultaria na saída do fundador da Soma. No entanto, essa proposta enfrenta dois obstáculos: a forma como Birman financiará a transação e o preço que Jatahy estaria disposto a aceitar.

Diante dos rumores, a Azzas 2154 afirmou que não comenta especulações do mercado e que segue focada na execução de sua estratégia empresarial.

Ações da Azzas 2154 (AZZA3) desabam com rumor de cisão

Após a divulgação de que os fundadores da Azzas 2154 (AZZA3), Alexandre Birman e Roberto Jatahy, estão em conversas para separar os negócios de Arezzo e Soma, as ações da empresa registraram uma queda acentuada nesta sexta-feira (14).

Por volta das 13h05 (horário de Brasília), os papéis da AZZA3 apresentavam uma desvalorização de 8,25% (R$ 22,02), após já terem despencado mais de 13% desde a divulgação dos resultados do 4T.

Conflito entre fundadores da Azzas 2154

Após a fusão entre Arezzo&Co e Grupo Soma, analistas já apontavam possíveis disputas entre os fundadores, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, devido a diferenças no estilo de gestão.

Birman tem perfil mais centralizador, enquanto Jatahy adota uma abordagem descentralizada e focada em marketing. As tensões cresceram no último trimestre, resultando em pouco diálogo entre os dois e problemas na integração das operações.

De acordo com fontes, o presidente do conselho, Pedro Parente, tem tentado mediar a situação sem sucesso.

No curto prazo, espera-se que ambos continuem gerindo suas unidades separadas. A fusão, que resultou na criação da Azzas 2154, trouxe a empresa a um valor de mercado de R$ 4,96 bilhões, com as ações atualmente cotadas a R$ 24, uma queda significativa desde os R$ 50 registrados em agosto.

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