XP (XPBR31) é acusada de fazer esquema de pirâmide; entenda o caso

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Foto: Divulgação / XP Investimentos

A XP, uma das maiores empresas de investimentos do Brasil, foi acusada pela Grizzly Research de realizar um esquema de Ponzi. O caso começou com um relatório onde a casa de análise norte-americana afirmou que há uma incompatibilidade nos repasses dos fundos da companhia brasileira. 

No documento, a Grizzly Research escreveu que a XP estaria operando “um esquema Ponzi massivo facilitado por certas vendas de derivativos para clientes de varejo”, que poderia “levar a profundas consequências para a estabilidade financeira e reputação da XP”.

O esquema de Ponzi foi um golpe criado por Charles Ponzi, e se trata de pagar juros elevados aos antigos investidores com recursos captados com novos investidores, porém, sem um negócio real onde o capital deve ser aplicado para sustentar a receita. Assim, para se manter, o esquema precisa encontrar novos aportes constantemente. 

A casa de análise norte-americana destacou, em seu relatório, que os resultados da XP tiveram contribuição relevante dos fundos Coliseu FIM CP IE e Gladius FIM CP IE, que juntos somaram R$ 11,16 bilhões nos últimos 12 meses, enquanto a receita consolidada da empresa foi de R$ 16,64 bilhões.

Ao avaliar a relação entre esses fundos e os COEs (Certificado de Operações Estruturadas), a Grizzly afirmou que esses produtos cresceram junto a própria XP, mas ainda assim, o avanço de 4% de margem líquida por produto vendido não justificaria uma contribuição de R$ 11,16 bilhões somente com a venda de produtos considerados predatórios, a exemplo dos COEs.

A casa sugeriu que a corretora teria que ter vendido cerca de R$ 276 bilhões desses produtos, o que parece inviável, para fechar com o valor dos ativos que a empresa brasileira tem sob custódia, cerca de R$ 167 bilhões.

Com isso, a norte-americana considerou que a única forma da brasileira conseguido o repasse de R$ 11,16 bilhões seria a partir de um esquema de repasse das captações dos fundos, o que poderia caracterizar um esquema Ponzi.

XP se defende das acusações

A corretora brasileira afirmou nesta quarta-feira (12) que tomou conhecimento de “informações falsas, incorretas e imprecisas” divulgadas pela Grizzly Research e que tomará medidas legais contra a empresa.

“A XP tomou conhecimento de informações falsas, incorretas e imprecisas divulgadas recentemente pela Grizzly Research e reforça seu comprometimento com a ética, a transparência, a conformidade regulatória, a governança e o cumprimento da lei”, afirmou em comunicado.

Enquanto isso, a repercussão no mercado financeiro foi negativa, com os ADRs da XP (XPBR31) caindo 5,98%, enquanto as ações na Nasdaq recuaram 5,48%.

Porém, nem todos seguem a mesma linha de análise da Grizzly Research. A Ativa Research afirmou que discorda da tese da norte-americana sobre um esquema Ponzi. “Contudo, reconhecemos que relatórios como este ajudam a destacar preocupações legítimas sobre a sustentabilidade do modelo de negócios da companhia, especialmente com a alta participação de produtos predatórios e a baixa alíquota efetiva de IR”, disse.

A casa de análises brasileira explicou ainda que os fundos Coliseu e Gladius funcionam como uma ferramenta contábil da XP para apresentar uma alíquota efetiva de IR “infinitamente inferior aos 34% padrão para empresas brasileiras”. 

“Em 2023, a alíquota efetiva da XP foi de apenas 1%. Dessa forma, os fundos acabam refletindo, em certa medida, os resultados operacionais da empresa. O relatório cometeu um erro ao comparar os R$ 167 bilhões em ativos da XP Asset com o volume total de ativos sob custódia do conglomerado”, completou a Ativa.

Para a casa, é factível que os fundos tenham gerado uma contribuição tão alta para a receita, visto que os ativos de clientes assessorados pela XP somam R$ 1,08 trilhão, especialmente devido à alta penetração de produtos predatórios em sua base de clientes, como o próprio relatório mencionou.

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