BC: índice de Commodities cai 4,45% em fevereiro

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Energia elétrica / Foto: Freepik

O IC-Br (Índice de Commodities) do BC (Banco Central) em reais caiu 4,45% em fevereiro, quando comparado com o resultado de janeiro, informou a autarquia. A queda foi puxada pelo índice de energia, que teve baixa de 5,74%.

Já o índice de agropecuária teve queda de 5,11%, ao passo que o de metais recuou 0,41% na passagem de janeiro para fevereiro.

O índice de commodities do BC representa a média mensal dos preços, em reais, reunindo um grupo de commodities consideradas relevantes para a dinâmica da inflação no Brasil.

Os pesos do índice estão divididos entre cerca de 67% para o setor agropecuário, seguido pelos segmentos de energia (em torno de 17%) e de metais (com cerca de 16%).

Já em dólares, a queda do índice agregado foi de 0,10% em fevereiro, com baixa de 0,80% para a agropecuária, alta de 4,14% para os metais e recuo de 1,43% para a energia.

Em 12 meses o IC-Br em reais já acumula alta de 28,02% até fevereiro. Enquanto isso, os preços em reais das commodities agropecuárias subiram de 26,31%, os metais aumentaram 40,49%, e a energia subiu 21,83% no período.

‘Inflação vai piorar em 12 meses antes de melhorar’, diz BC

Nilton David, novo diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), destacou que o cenário da inflação será desafiador nos próximos meses e que “a inflação vai piorar o [acumulado em] 12 meses antes de melhorar”.

Conforme apontado pela autarquia na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), se as projeções do cenário de referência se concretizarem, o acumulado da inflação em 12 meses vai ultrapassar o teto do intervalo de tolerância da meta nos primeiros seis meses do ano.

“Desse modo, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas”, consta na ata. Atualmente, o BC estabeleceu a meta de 3% para a inflação, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

David ressaltou ainda, segundo o “Valor”, que “a gente tem uma boa convicção que [a política monetária] estava contracionista antes da última alta e está mais contracionista agora, que o processo vai convergir, que no terceiro trimestre do ano que vem, a gente vai estar em 4%, dentro do intervalo, mas acima do centro”.

O horizonte relevante da política monetária é do terceiro trimestre de 2026 e a projeção do Copom é que a inflação estará em 4%. O colegiado decidiu, na última reunião, elevar a Selic (taxa básica de juros) de 12,25% para 13,25% ao ano.

“É muito complicado você imaginar que essa expectativa de você estar com política monetária apertada e não ver a coisa acontecer, por mais que a gente saiba das defasagens, não ajuda muito na parte das expectativas, e expectativas são algo que a gente leva muito a sério”, disse David durante evento organizado pelo Bradesco BBI, nesta sexta-feira (21).

Em paralelo a isso, o diretor também ressaltou que, sem uma projeção de queda na inflação acumulada em 12 meses nos próximos seis meses, o BC não “antevê uma grande alteração nas expectativas”. 

A volatilidade segue sendo maior que de costume nos dados de entrada nos modelos, segundo David. “Acho que as pessoas vão ter um pouco de relutância em trazer para baixo depois de ter levado para cima recentemente, que eu credito um pouco ao ruído que teve em dezembro”, afirmou.

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