Para IBGE, desaceleração da indústria tem relação importante com elevação de taxa de juros

A perda de ritmo mostrada pelo setor industrial desde os últimos meses de 2024 tem relação importante com a política monetária restritiva, avaliou André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção industrial ficou estagnada (0,0%) em janeiro ante dezembro, após já ter recuado nos três meses anteriores: outubro (-0,2%), novembro (-0,7%) e dezembro (-0,3%).

“A gente entende que essa desaceleração tem relação importante com essa elevação de taxa de juros, essa política monetária mais restritiva. Isso afeta a concessão de crédito, encarece a concessão de crédito para o consumo das famílias”, apontou Macedo.

Segundo o pesquisador, a atual desaceleração da indústria passa pelo menor consumo das famílias brasileiras, que ocorre tanto por um crédito mais caro quanto por uma redução de estímulos fiscais. “Tem alguma coisa de inflação. A inflação de alimentos também diminuiu a renda das famílias”, disse ele. “O câmbio encarecendo o custo de produção é algo importante que está dentro também desse contexto de uma redução de ritmo da produção, que fica muito marcado no fim de 2024”, acrescentou.

A indústria brasileira não completava quatro meses seguidos sem expansão desde o período que se estendeu de setembro a dezembro de 2015.

“Esses fatores que citamos para entender o movimento de perda de fôlego do setor industrial permanecem no contexto deste início de ano, fazem parte deste momento da economia e, de alguma forma, estão inseridos nesse contexto de menor ritmo para o setor industrial”, confirmou Macedo.

Ele lembra que os aspectos negativos seguem presentes na economia e permanecem afetando o setor industrial, porém, a indústria de transformação mostrou um “crescimento importante” em janeiro, o que seria um sinal positivo.

A indústria de transformação registrou uma expansão de 1% em janeiro ante dezembro. A média global da indústria ficou estável em decorrência da influência negativa das indústrias extrativas, que recuaram 2,4% no período.

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