Quanto eu ganho em 1 ano se vender o carro e investir o dinheiro? Veja simulações

Manter um automóvel envolve diversos custos: além do combustível e da manutenção, é necessário arcar com impostos e seguro. Ao longo do tempo, todo carro enfrenta ainda a depreciação, processo de desvalorização que torna o preço de venda consideravelmente inferior ao valor pelo qual ele foi adquirido.

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Tem gente que não abre mão de ter carro próprio. Mas e se a pessoa decidir vender o carro investir o valor do automóvel? Em tempos de juros elevados, aplicações de renda fixa têm oferecido rendimentos de mais de de 12% ao ano.

Simulações do especialista em investimentos e sócia da The Hill Capital, Elaine Domenico, mostram que é possível multiplicar o valor do automóvel ao longo do tempo.

Veja abaixo simulações para carros na faixa dos R$ 30 mil, R$ 70 mil e R$ 100 mil:

Quanto rende o valor do carro em 1 ano

Valor do carro vendido CDB (12% a.a.) Crédito Privado High Yield (16% a.a.) Fundo Multimercardo Arrojado (18% a.a.)
R$ 100 mil R$ 112.700 R$ 116.600 R$ 118.800
R$ 70 mil R$ 78.790 R$ 81.620 R$ 83.160
R$ 30 mil R$ 33.810 R$ 35.000 R$ 35.640

Quanto rende o valor do carro em 10 anos

Valor do carro vendido CDB (12% a.a.) Crédito Privado High Yield (16% a.a.) Fundo Multimercardo Arrojado (18% a.a.)
R$ 100 mil R$ 310.000 R$ 465.000 R$ 552.000
R$ 70 mil R$ 217000 R$ 326.000 R$ 386.000
R$ 30 mil R$ 93.000 R$ 140.000 R$ 166.000

Conforme mostra a tabela, a especialista considerou o rendimento de três aplicações diferentes:

  • CDB: investimento que funciona como uma espécie de “empréstimo” para um banco em troca de juros. A simulação considerou o rendimento dos CDBs de bancos grandes, de aproximadamente 0,95% ao mês.
  • Crédito Privado High Yield: abrange títulos com maior retorno como CRIs, CRAs e debêntures, com rendimento de cerca de 1,25% ao mês
  • Fundo Multimercado Arrojado: fundos de investimentos com estratégias diversificadas que podem chegar a ter rendimento de 1,39% ao mês

Entenda os investimentos

Os CDBs de grandes são os investimentos mais seguros analisados. Quando ofertados por grandes bancos, dificilmente haverá calote. Se a instituição financeira falir, a aplicação conta ainda com o seguro do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que reembolsa valores de até R$ 250 mil investidos.

Os CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e Certificado de Recebíveis do Agronegócio) também são protegidos pelo FGC. São títulos criados por empresas ou por agropecuárias para adiantar o recebimento de valores referentes a imóveis ou safras a serem vendidos. Ao investir em um CRI ou CRA, você adianta o dinheiro para essas organizações, em troca de um juros a ser pago no futuro.

Já as debêntures são títulos de dívidas emitidas por empresas. Não estão cobertas pelo FGC, logo é necessário analisar bem a companhia antes de investir e analisar o risco de calote.

Os multimercados oferecem a maior incerteza entre as opções na simulação. Estes fundos de investimento podem ter diferentes estratégias de alocação de recursos, com mais ou menos riscos. Assim, é necessário entender como cada fundo funciona e confiar no gestor antes de entrar na aplicação. Os fundos também carecem da segurança do FGV.

Quando vale a pena vender o carro?

Antes de se desfazer do seu automóvel e investir o dinheiro, Elaine Domenico recomenda que você analise o impacto da venda no seu cotidiano e nas suas contas. “Se o veículo for essencial para o dia a dia, sua ausência pode gerar outros custos com transporte, reduzindo o benefício do investimento”, diz.

Calcule então as alternativas de mobilidade disponíveis, como transporte público, carros de aluguel e serviços via aplicativo. Coloque na ponta do lápis e veja qual é mais vantajoso.

Caso decida pela venda, lembre-se: as opções mais arriscadas oferecem possibilidades de ganhos maiores, porém também podem acarretar em perdas. É necessário assim analisar sua própria disposição e possibilidade de correr risco.

“A escolha do investimento ideal deve ser feita com base no perfil e nos objetivos financeiros de cada investidor”, conclui Domenico.

Antes de qualquer investimento, lembre-se ainda de formar uma reserva de emergência equivalente a pelo menos seis meses do seu custo de vida mensal. Resgatar investimentos antes do prazo adequado pode acarretar perdas, e ter economias para urgências é a melhor forma de evitar que o saque antecipado aconteça.

Atente ainda para a possibilidade de deixar o dinheiro investido pelo prazo mais longo possível. “Em um ano, o ganho líquido ainda não é tão expressivo, mas já supera a inflação e pode fazer sentido para quem quer preservar e rentabilizar o capital sem risco de depreciação”, diz Domenico.

“O diferencial mais significativo acontece no longo prazo, mas a decisão deve levar em conta necessidade de liquidez e tolerância ao risco”, conclui a especialista.

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