Ibovespa fecha em baixa com temor de recessão nos EUA; dólar sobe

Ibovespa/Foto: CanvaPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (10) com baixa de 0,41%, aos 124.519,38 pontos. O dólar comercial subiu 1,06%, a R$ 5,85.

O pessimismo dominou as Bolsas globais nos EUA e na Europa, que expressaram fortes quedas e terminaram puxando as perdas do Ibovespa. Os investidores reagiram ao temor de uma possível recessão econômica no país norte-americano.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com queda de de 0,14%, a US$ 103,98.

A perspectiva de uma recessão nos EUA veio pelos dados acima do esperado no mercado de trabalho, mas principalmente pela recusa do presidente norte-americano, Donald Trump, em responder sobre a possibilidade, em meio às ações tarifárias contra México, Canadá e China.

Além disso, o presidente dos EUA também afirmou que o país passará por um “período de transição” por conta das ações que seu governo está tomando, mas disse acreditar que as consequências serão positivas no final.

Quanto ao mercado de trabalho, os resultados recentes de emprego dos EUA vieram mais fracos que o esperado em fevereiro. Na sexta-feira (6), os dados do payroll mostraram que o país criou 151.000 mil vagas de trabalho, enquanto a estimativa era de 160.000 vagas.

“Parece que o mercado se esgotou com as expectativas em relação a Trump. Teve aquela corrida toda sobre o posicionamento [sobre as tarifas], o que ele poderia fazer de diferente, mas de tanto ele bater, ameaçar e voltar atrás o mercado cansou”, disse Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos e da Top Gain.

“Novamente na semana passada ele falou que colocaria em prática os 25% sobre Canadá e México, de repente, voltou atrás, adiou por mais um mês. Em qualquer tipo de aumento de tarifas, as empresas precisam se antecipar sobre quando vai rolar, se vai rolar e reprecificar os seus balanços. Mas ninguém está conseguindo fazer, porque não se tem uma clareza sobre isso.”, comentou o analista.

Paralelamente, o analista observou que além de acompanhar as Bolsas externas, o movimento do Ibovespa também foi de devolução de parte dos fortes ganhos que conseguiu nas sessões da semana passada. 

No radar de política econômica interna, o Ibovespa também está repercutindo o temor dos investidores com a inflação do Brasil, visto que, com a baixa popularidade recente do presidente Lula, o governo federal tem adotado medidas para tentar reduzir os preços, mas as expectativas é de que elas não serão tão efetivas quanto se espera.

Na semana passada, o Governo Lula anunciou que irá zerar os impostos de importação sobre alguns alimentos, como a carne, o café, o milho, o açúcar, o óleo de girassol, o azeite de oliva, a sardinha, os biscoitos e as massas alimentícias.

“Temos as medidas também que o governo tem trazido para tentar amenizar a popularidade que anda mal do presidente com a expectativa de tentar conter a inflação, mas ao mesmo tempo esse anúncio foi muito questionado porque são ativos que a gente exporta mais do que importa. Então o efeito não seria muito impactante para a nossa inflação”, afirmou Correia.

O especialista em investimentos da Nomad, Bruno Shahini, afirmou que o Ibovespa também sentiu influência dos dados da economia chinesa, que impactaram os preços das commodities. Segundo ele, os números evidenciaram um processo deflacionário decorrente do menor consumo doméstico e dos fracos resultados do mercado de trabalho.

“Esse cenário negativo pressionou o preço das commodities, o que prejudica economias exportadoras, como a brasileira, refletindo em termos de troca menos favoráveis e impactando diretamente a taxa de câmbio”, disse.

A Magalu (MGLU3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 4,96%. Logo atrás, Assai (ASAI3) e JBS (JBSS3) registraram altas de 3,97% e 2,67%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Brava Energia (BRAV3) liderou as perdas, caindo 5,72%. Em seguida, vieram Hapvida (HAPV3) e Caixa Seguridade (CXSE3), com perdas de 5,53% e 4,07%.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) desvalorizam

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,19% e 0,07%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 2,06%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 1,62%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,59%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,00%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 0,89% e baixa de 0,32%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 1,45% e 1,89%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 5,73%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 2,31%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 29,36%.

Índices do exterior fecharam em baixa

Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta segunda-feira (10). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 1,71%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,90%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,34%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 2,69% e 4,00%, respectivamente. Já o Dow Jones recuou 2,08%.

O post Ibovespa fecha em baixa com temor de recessão nos EUA; dólar sobe apareceu primeiro em BPMoney.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.