Taxistas unidos botam prefeito na parede: Foz na memória

Taxistas unidos botam prefeito na parede: memória de Foz

Aconteceu em junho de 1981 e o jornal Nosso Tempo reportou na edição n.º 26. Cerca de uma centena de taxistas de Foz do Iguaçu colocaram o prefeito da época contra a parede, no Palácio das Cataratas.

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Na ocasião, o gestor municipal era João Küster. Ele havia assumido a prefeitura interinamente, por um mês, em substituição ao interventor Clóvis Cunha Viana, que viajava pela Europa.

Os taxistas eram liderados por Francisco Ferreira da Mota, o Motinha (1930-2018). Eles questionavam o decreto do prefeito interino que concedia pontos de táxi à empresa Jawai.

Isso porque, na época, motoristas com quase duas décadas de profissão pleiteavam do poder público a oficialização de pontos em seus nomes. Mas não eram atendidos.

A reivindicação também envolvia o excesso de veículos na praça, com a concorrência de carros que atuavam ilegalmente. Isso fazia o preço das corridas cair e, consequentemente, a renda desabar.

Taxistas unidos

“O descontentamento dos profissionais do volante era justo”, referendou o Nosso Tempo. E completou afirmando que João Küster não quis falar com os taxistas, mas recebeu uma comissão.

Entre os representantes, Motinha, presidente do Sindicato dos Condutores Autônomos, e o presidente da Câmara, então vereador Dobrandino da Silva, do MDB. A reunião durou cerca de 40 minutos.

“O prefeito nos disse na reunião que a Jawai foi a única que requereu e nós ponderamos que achávamos estranho essa empresa ganhar placas nos melhores pontos da cidade”, relatou Motinha ao jornal. Rodoviária, aeroporto, Porto Meira e Ponte da Amizade eram os “filés” para o serviço.

A cidade ficou sem táxi. O local que mais sentiu a ausência do serviço, veja só, foi a rodoviária de Foz do Iguaçu – as pessoas ligavam para a prefeitura reclamando. O decreto foi revogado.

Motinha, cidadão de Foz

Querido e respeitado pela seriedade e coerência, Motinha chegou a Foz do Iguaçu em 1948, com o tio, José Vicente Ferreira. Em 1960, ajudou a fundar a Associação Beneficente dos Motoristas Profissionais de Foz do Iguaçu – eram 15 táxis na cidade.

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Em 1976, foi criada a Associação dos Condutores Autônomos, transformada em sindicato dois anos depois. Ele liderou a categoria por 28 anos.

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