Trump diz que 2 de abril será ‘o grande dia para os EUA’

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Donald Trump / Foto: GPO/ Fotos Públicas

Após voltar atrás e permitir que a maioria dos produtos do México e do Canadá fique isenta de suas tarifas sobre as exportações pelo período de um mês, Donald Trump, presidente dos EUA, afirmou ter pretensão de impor tarifas recíprocas em 2 de abril, chamando-o de “o grande dia para os EUA”.

O presidente também afirmou que as tarifas de aço e alumínio estão caminhando corretamente para entrarem em vigor na próxima semana, sem modificações. Trump concedeu coletiva nesta quinta-feira (6) no Salão Oval da Casa Branca.

As ordens executivas autorizando a pausa nas tarifas sobre o México e o Canadá foram assinadas nesta quinta-feira pelo presidente norte-americano.

A decisão abrange produtos que são negociados sob as regras do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), pacto comercial assinado pelo republicano em seu primeiro mandato (2017-2021).

A medida acontece um dia após a concessão de um alívio de 30 dias para os fabricantes de automóveis, que expressaram preocupações sobre os danos que as tarifas de 25% poderiam causar à indústria automobilística dos EUA.

A decisão de Trump foi anunciada em uma publicação na Truth Social, sua rede social, após uma reunião com a presidente do México, Claudia Sheinbaum. Na ocasião, ambos concordaram que o México não precisará pagar tarifas sobre produtos que se enquadram no USMCA, segundo a “Reuters”.

Por fim, Sheinbaum expressou gratidão a Trump e enfatizou a colaboração entre os dois países em questões como imigração e combate ao tráfico de drogas. 

No total de produtos importados do México para os EUA, apenas cerca de 10% não se enquadram no USMCA, sendo assim, eles estarão sujeitos a tarifas. Nesse quadro estão incluídas algumas exportações de automóveis e maquinários.

Agro dos EUA ataca Trump e vê Brasil vencedor em guerra comercial

O agronegócio dos EUA está insatisfeito com as tarifas anunciadas pelo governo Trump. Produtores reconhecem o prejuízo de abastecer somente a demanda interna e o temor de que com a taxação da soja americana, outros países voltem-se para o Brasil.

A pressão sobre Washington ocorre em um momento em que o governo brasileiro lança seu primeiro esforço para negociar uma saída diplomática frente ao “tarifaço” estadunidense.

Um encontro entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick está marcado para esta quinta-feira (06). A reunião ocorre após Trump citar nominalmente o Brasil em discurso no congresso americano acusando de práticas tarifas injustas.

Brasil vencedor 

Dentre as diferentes sanções aplicadas pelo governo dos EUA, um dos poucos segmentos com superávit favorável é o do agronegócio chinês.

Pequim retaliou rapidamente sobre a soja norte-americana com taxas de 10% sobre a matéria prima importada. Os fazendeiros consideram que o Brasil pode suprir o vácuo deixado pela maior economia do mundo. 

O presidente da associação americana de soja, Caleb Ragland, alerta: “sabemos que os produtores estrangeiros de soja no Brasil e em outros países esperam colheitas abundantes este ano e estão preparados para atender a qualquer demanda decorrente de uma nova guerra comercial entre os EUA e a China”.

“Como a produção agrícola de maior exportação dos EUA, a soja enfrenta impactos enormes e desproporcionais das interrupções do fluxo comercial, especialmente para a China, que é nosso maior mercado”, disse o executivo.

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