Itaú BBA vê 5 reflexos com tarifas da China para commodities dos EUA

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Foto: Unsplash / Agronegócio

Após as tarifas dos EUA sobre a China entrarem em vigor na terça-feira (4), o país asiático respondeu com a imposição de tarifas de 15% para produtos agrícolas do país norte-americano. O movimento, segundo análise do Itaú BBA, deve ter relfexo em alguns setores de commodities dos EUA e também no Brasil.

Os produtos taxados pela China serão a carne bovina, suína, de frango, milho, algodão, soja e sorgo importados dos estadunidenses. Essas medidas passam a valer a partir de 10 de março.

Conforme o Itaú BBA, a China é um importante comprador de soja e algodão dos EUA, respondendo por 50% e 37% das exportações do país em 2024, respectivamente.

Entre os reflexos, o banco citou a pressão de queda nas exportações agrícolas dos EUA; um ajuste nos preços pelo redirecionamento da oferta de grãos e proteína; um aumento potencial nas exportações brasileiras para China.

Além disso, o Itaú BBA também acredita que os preços de grãos no Brasil também podem aumentar, bem como haver maior volatilidade no mercado de commodities com o avanço das tarifas.

“A SLC Agricola (SLCE3) e BrasilAgro (AGRO3) devem se beneficiar dessas dinâmicas. Por outro lado,  JBS(JBSS3) e Marfrig (MRFG3) podem ver maiores desafios para suas operações nos EUA no curto prazo, que podem ser compensadas por melhores dinâmicas na Austrália e América do Sul”, apontaram os analistas Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto, segundo o “Money Times”.

Enquanto as importações de soja representam cerca de 90% do consumo doméstico na China, o total importado pelo país asiático dos EUA em 2024 responderam por 23%.

Paralelamente, os analistas também apontaram que os impactos para BRF (BRFS3) e Seara (JBS) devem ser mistos, pois mesmo com o aumento das tarifas para aves e suínos, pode criar mais oportunidades para os frigoríficos ganharem margem no mercado chinês, apenas 1% do consumo dessas carnes na China veio dos EUA em 2024.

Além disso, os custos podem ficar pressionados para os frigoríficos brasileiros, devido ao impacto de alta nos preços dos grãos. “Com isso, acreditamos que o impacto negativo nos custos pode reduzir os efeitos positivos para exportações de frango e carne suína”, comentou o Itaú BBA.

Itaú BBA: estrangeiros ensaiam volta à B3 de olho em valuation

O grupo de investidores estrangeiros fez uma retirada expressiva de R$ 32 bilhões da B3 (B3SA3) – operadora da Bolsa – em 2024, o maior valor desde 2020. No entanto, agora estão ensaiando um retorno à Bolsa brasileira em 2025, conforme avaliação de Daniel Gewehr, líder do time de estratégias do Itaú BBA

Atualmente, os estrangeiros que monitoram os ativos brasileiros hoje não são apenas os tradicionais fundos especializados em economias emergentes ou América Latina, mas também fundos globais quantitativos e de deep value, disse o estrategista do Itaú BBA. 

“Foi o melhor road show que eu participei na última década, pelo perfil de novos clientes olhando o Brasil”, afirmou Gewehr. 

“Acredito que o fato de o Brasil ter sido o pior mercado no ano passado acendeu uma luz entre os investidores globais para o país, um sinal de que o valuation da Bolsa está interessante”, prosseguiu ele.

Devido a sinalização de interesse dos estrangeiros, o executivo do Itaú BBA citou um levantamento de sentimento de mercado divulgado pelo banco, segundo o “InfoMoney”. Esse estudo mostra que, entre os entrevistados, 40,4% afirmam ter uma visão positiva sobre a Bolsa brasileira nos próximos seis meses. 

Essa percepção positiva cresceu entre os investidores do exterior, alcançando os 56%. Além disso, o estrategista também apontou o fato de 2024 ter sido um ano recorde para recompra de ações como um bom presságio, já que, historicamente, os anos em que isso ocorre são seguidos de períodos positivos para o Ibovespa.

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