Oscar 2025 | Quais as chances de ‘Ainda Estou Aqui’ conquistar o prêmio de Melhor Filme?

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No dia de hoje, 02 de março, ocorre a 97ª edição dos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, cuja cerimônia visa celebrar o melhor da sétima arte de 2024. E, este ano, a disputa está muito mais acirrada do que imaginamos.

Primeiramente, é preciso lembrar que, pela primeira vez na história do Oscar, um longa nacional está indicado à principal categoria da noite, a de Melhor Filme – isso caso não consideremos a produção américo-brasileira ‘O Beijo da Mulher Aranha’, de 1985. ‘Ainda Estou Aqui’, drama dirigido por Walter Salles, levou os espectadores de volta ao sombrio período da Ditadura Militar e acompanhou a história de uma família impactada pelas mazelas fascistas do governo e pela supressão de quaisquer direitos e liberdade de expressão.

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O resultado não poderia ter sido outro: Salles, já um nome prestigiado dentro do cenário fílmico, conquistou a crítica e o público ao redor do mundo, sagrando o próprio projeto com 97% de aprovação no Rotten Tomatoes e, além da indicação mencionada acima, rendeu a Fernanda Torres uma nomeação a Melhor Atriz e outra a Melhor Filme Internacional. Com inúmeros jornais ao redor do mundo apostando fichas de que o Brasil finalmente sairá vitorioso com ao menos uma estatueta, não podemos deixar de ficar animados para essa edição, torcendo para que a nossa arte se concretize mais uma vez no cenário mundial.

Mas quem, de fato, sairá vitorioso com o maior prêmio da noite?

Acreditar na vitória de ‘Ainda Estou Aqui’ não é apenas uma celebração patriótica por parte dos brasileiros, mas uma sólida aposta que pode render frutos inesperados, ainda mais se levarmos em consideração a recente vitória de ‘Parasita’ na categoria de Melhor Filme – o primeiro longa em língua não-inglesa a conquistar o feito. Ademais, Torres conquistou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama, propulsionando a indicação do projeto ao Oscar e garantindo que todos os votantes lhe assistissem.

Mulher em pose artística e vestido vermelho.

Considerando a enorme polêmica que ‘Emilia Pérez’ enfrentou desde o início da campanha para a temporada de premiações – e pelo fato de ser o título mais fraco dessa safra de indicados -, o Oscar de Melhor Filme Internacional parece bastante certo para o Brasil (mesmo que títulos como ‘Flow’‘A Semente da Árvore Sagrada’ tenham chance de impressionar ao levar para casa a estatueta). Porém, no circuito de Melhor Filme, as coisas são um pouco mais complexas, mas não por causa do musical francês de Jacques Audiard.

É um fato dizer que Torres enfrenta competição por parte de ‘A Substância’ na categoria de Melhor Atriz, considerando que Demi Moore é um popular nome entre os votantes por sua incrível performance e pela narrativa que trouxe para respaldar sua campanha. Em outras palavras, o body horror dirigido por Coralie Fargeat não é motivo de preocupação em Melhor Filme, ainda mais considerando que ‘Anora’‘O Brutalista’ possuem mais a “cara” da premiação e remam ao encontro da identidade pela qual os votantes prezam (ou ao menos prezavam até agora).

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‘Anora’, dirigido por Sean Baker, acompanha a história de uma jovem stripper que vê sua vida virar de cabeça para baixo após conhecer o filho de oligarca russo e, em um ímpeto de emoção, aceitar se casar com ele – apenas para descobrir que as coisas não são tão simples assim. Contando com uma performance aplaudível de Mikey Madison (a atriz mais premiada dessa temporada), a construção de Baker foi ofuscada brevemente por alegações de má conduta dentro do set de filmagens que logo morreram na praia e deram espaço para chamar a atenção dos votantes.

‘O Brutalista’, por sua vez, emerge como um potente épico de três horas e meia comandado por Brady Corbet que gira em torno de um arquiteto visionário que foge da Europa pós-Segunda Guerra e chega aos Estados Unidos para reconstruir sua vida, sua carreira e seu casamento. Estando lado a lado com ‘Anora’ em relação à atenção recebida pela crítica e pelo público, o longa estrelado por Adrien Brody não é apenas uma ótima narrativa cinematográfica, mas uma conquista técnica e artística que trouxe de volta o popular formato do VistaVision em um encontro entre passado e presente.

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Ainda que esses dois posem como duas “ameaças” para a vitória de ‘Ainda Estou Aqui’, há um outro título que surpreendeu a todos nas últimas duas premiações ao conquistar as maiores estatuetas da noite: ‘Conclave’. O drama, que funciona como um suspense dramático religioso centrado na eleição de um novo Papa em meio a segredos escondidos dentro da própria Igreja, levou para casa não apenas o BAFTA de Melhor Filme, como o SAG Award de Melhor Elenco em Filme – ascendendo ao título de favorito para ser condecorado com o maior prêmio do Oscar.

De fato, são esses os três principais adversários que ‘Ainda Estou Aqui’; perto dos outros títulos indicados à categoria, que também incluem ‘Um Completo Desconhecido’‘Duna: Parte 2’‘Nickel Boys’‘Wicked’, a vitória do drama estrelado por Torres seria certeira sem pensar duas vezes. Entretanto, não podemos descartar que o Brasil possa fazer história hoje à noite – e, agora, tudo o que nos resta é esperar.

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