Café com BPM: Bolsas globais recuam com tensão de tarifas por Trump

As bolsas globais operam com perdas majoritárias no ultimo pré-mercado da semana. Na véspera de feriados, os investidores devem adotar uma postura cautelosa, já que as movimentações no mercado permanecem intensas, especialmente em Nova York e com Donald Trump. 

O presidente dos EUA anunciou, na última terça-feira (27), a implementação de tarifas de 25% sobre o México e o Canadá, com início marcado para 4 de março, no mesmo dia do Carnaval brasileiro. 

Além disso, Trump aumentou as tarifas sobre produtos chineses, agora com acréscimos de 10% adicionais, em resposta à falta de ação da China em combater a oferta de fentanil. Espera-se que Pequim reaja com contramedidas.

Também, os líderes europeus, que estão na mira de tarifas recíprocas previstas para 2 de abril, prometeram adotar uma postura de retaliação. 

No cenário internacional, destaca-se a visita do presidente ucraniano, Zelensky, a Washington, além dos indicadores econômicos importantes, como o PCE de janeiro (índice preferido pelo Fed para medir a inflação) e o PMI de Chicago, que medem a atividade econômica. No Brasil, a agenda econômica está vazia.

Na quinta-feira (28), a segunda revisão do PIB do quarto trimestre (com crescimento de 2,3%) e o PCE do período vieram conforme o esperado, mas o aumento do consumo pessoal, acima do esperado, e o núcleo do deflator do PCE, ainda elevado, limitam a possibilidade de novos cortes nas taxas, segundo a TD Securities. 

Além disso, os investidores seguem atentos às incertezas geradas pelas tarifas comerciais. Após as declarações de Trump, o ministro do Comércio Exterior da França, Laurent Saint-Martin, afirmou que a União Europeia responderá com “rapidez e firmeza”, enquanto o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, prometeu uma reação “forte e imediata”.

EUA

Os mercados futuros de Nova York apresentam queda, à medida que os investidores ajustam suas expectativas para a política monetária dos EUA, com base nos dados econômicos divulgados nesta sexta-feira (28). 

Os números dos EUA ganham importância, já que a economia dá sinais de fraqueza, mas a inflação parece mostrar uma resiliência. O PCE será o primeiro indicador a ser divulgado, às 10h30. Espera-se que o índice de preços do consumo tenha uma variação de 0,3%, mesma taxa observada em dezembro. 

O núcleo do PCE pode registrar alta para 0,3%, frente aos 0,2% de dezembro, com uma variação anualizada de 2,8%. Logo após, o índice ISM de Chicago (11h45) deve mostrar uma leve alta, passando de 39,5 para 41,0 em fevereiro. Caso a inflação não surpreenda, as expectativas de corte nos juros americanos ao longo deste ano podem ser reforçadas.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,45%

S&P 500 Futuro: -1,59%

Nasdaq Futuro: -2,78%

Bolsas asiáticas

Os mercados asiáticos sinalizaram alerta nesta sexta-feira, reagindo às declarações de Trump sobre a imposição de tarifas adicionais a diversos países. 

O presidente dos EUA confirmou que as tarifas de 25% sobre o México e o Canadá começarão após o término do período de adiamento e anunciou mais 10% de tarifa sobre produtos chineses, que já haviam sido alvo de uma tarifa de 10%. 

No dia anterior, Trump também mencionou a União Europeia como outra região sujeita a novas tarifas. Com isso, os índices globais caíram fortemente, com os mercados entrando em uma postura defensiva. Em resposta, a China emitiu um comunicado oficial do Ministério do Comércio. 

Shanghai SE (China): -3,17%

Nikkei (Japão): -2,88%

Hang Seng Index (Hong Kong): -3,28%

Kospi (Coreia do Sul): -3,39%

ASX 200 (Austrália): -0,66%

Bolsas europeias

Na Europa, os mercados estão divididos, avaliando o impacto das possíveis tarifas dos EUA sobre a União Europeia, enquanto os líderes europeus garantem que haverá uma resposta rápida.

Além disso, após reuniões com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, Trump indicou que a Grã-Bretanha poderia ser isenta das tarifas, caso um acordo comercial seja firmado.

“Acredito que há uma boa chance disso acontecer”, afirmou Trump, destacando que Starmer está “trabalhando duro” para garantir um acordo.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,17%

DAX (Alemanha): -0,22%

CAC 40 (França): -0,40%

FTSE MIB (Itália): +0,00%

STOXX 600: -0,32%

Ibovespa: relembre a véspera

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão da última quinta-feira (27) com alta de 0,02%, aos 124.798,96 pontos. O dólar comercial subiu 0,47%, a R$ 5,82.

O Ibovespa operou com maior destaque para o radar corporativo, com o balanço da Petrobras (PETR4) puxando o desempenho do índice para baixo.

Agenda do dia

Indicadores

04h00 – Alemanha/Destatis: vendas no varejo de janeiro

04h00 – Turquia/Turkstat: PIB do 4TRI

04h45 – França/Insee: PIB do 4TRI

08h00 – Portugal/INE: PIB do 4TRI

09h00 – Índia/Mospi: PIB do 4TRI

10h00 – Alemanha/Destatis: CPI preliminar de fevereiro

10h15 – FGV: Indicador de Incerteza Econômica de janeiro

10h30 – Canadá/Statcan: PIB do 4TRI

10h30 – EUA/Deptº do Comércio: Gastos com consumo, Renda pessoal, Índice de preços de gastos com consumo (PCE) e Núcleo do PCE de janeiro

11h45 – EUA/ISM/Chicago: PMI de fevereiro

15h00 – EUA/Baker Hughes: poços e plataformas de petróleo em operação

22h30 – China/NBS: PMI industrial e PMI de serviços de fevereiro

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