Dividendos da Auren (AURE3) não agradam mais o mercado; entenda

Auren aprova R$ 1,50 bi em dividendos / Divulgação

A Auren (AURE3) saiu de “colírio” para os “olhos” do mercado financeiro e para se tornar uma poeira de muito incômodo. Isto porque, quando chegou à Bolsa brasileira em 2022, a geradora elétrica iniciou a sua trajetória agradando o mercado e se consolidando como uma promessa dos dividendos, porém, essa realidade tem desandado.

Em 2023, a Auren chegou a distribuir R$ 3 por ação, o que a colocou entre as cinco maiores pagadoras da B3 (B3SA3) – operadora da Bolsa -, com dividend yield de 20,37%. Contudo, em 2024, teve uma reviravolta após unir negócios com a AES Brasil, criando a terceira maior geradora do País. 

Mesmo com a operação sendo um ponto positivo para os negócios da Auren no longo prazo, segundo o “E-Investidor”, o “timing” foi péssimo. O fato disso acontecer em um cenário em que os juros escalam rapidamente para prováveis 15% ao ano, comprometeu o que os investidores mais gostavam: os dividendos da Auren.

Não há expectativas de que a situação se recupere antes de 2028, com isso, as ações da Auren já tem sentido os efeitos, pois, segundo levantamento do TradeMap, desde que começaram a negociar na Bolsa, os papéis AURE3 acumulam perdas de 31,09% até o fechamento de 20 de fevereiro de 2025.

Na contramão, o Ibovespa está com ganhos acumulados de 7,46% no mesmo período. Em 2024, as ações AURE3 fecharam em baixa de 31,99% e mesmo tendo demonstrado leves ganhos de 0,91% este ano, ainda estão abaixo do Ibovespa, que já avança 6,08% neste ano.

A junção entre os negócios da Auren com a EAS Brasil obteve aprovação definitiva do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em julho do ano passado.

Após isso, em setembro do ano passado, a combinação entre os negócios da Auren e da AES Brasil foi aprovado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), com a segunda sendo convertida em uma subsidiária integral da primeira.

‘Desligamento’ de energia renovável pode afetar consumidores

O conflito judicial causado por “desligamentos” de geradores de energia solar e eólica pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) pode levar a um aumento nas contas de energia dos brasileiros neste ano. Isto porque geradores podem ser indenizados pelos cortes, que devem se repetir neste ano, já que uma solução ainda não foi alcançada.

Para a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), consultada pelo “Estadão”, a discussão opõe a agência e as empresas, que entenderiam que os consumidores de energia deveriam pagar por energia quando não precisam dela, enquanto a Aneel não considera que isso é razoável.

Os geradores prejudicados encontram-se majoritariamente na região Nordeste. Elas foram forçadas a produzir menos pelo ONS. Entre as razões para isso estão limitações da rede elétrica, menor consumo, dificuldades na transmissão de energia e requisitos do sistema. 

Por conta desses cortes, os geradores de energia eólica afirmam que deixaram de vender R$ 1,7 bilhão em energia. Isto equivale à metade do consumo do estado de Goiás em 2023. Por sua vez, os geradores de energia solar calculam ter perdido R$ 673,5 milhões, segundo informações do “Estadão”.

Os parques eólicos do Rio Grande do Norte, por exemplo, relatam que foram obrigados a cortar 60% de sua oferta. Por conta dessas interrupções, as produtoras pedem indenização e se uniram a governadores para alcançar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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