‘O Brutalista’: Longa é criticado pela ausência do BRUTALISMO e IMPRECISÕES HISTÓRICAS

Homem sorrindo segurando buquê de flores na estação.

‘O Brutalista’, filme indicado ao Oscar e um dos favoritos ao prêmio, está no centro de uma polêmica envolvendo arquitetos e especialistas da área. O drama é vagamente inspirado na vida e obra do arquiteto Marcel Breuer, mas gerou críticas por conta da ausência do estilo brutalista no enredo e algumas imprecisões históricas.

Para quem não conhece, o brutalismo é um estilo de design que tem como principais características o concreto exposto, formas geométricas imponentes e ousadas, sem adornos. Esse estilo foi muito popular na Europa pós-guerra, especialmente na década de 1950.

Contudo, apesar do título, a arquitetura brutalista está praticamente ausente do filme, sendo que a única obra representada de Toth é sua “obra-prima” mostrada no final. Além disso, o longa tem sido criticado por erros históricos.

No filme, Toth é um sobrevivente do Holocausto que chega aos Estados Unidos em busca de trabalho na América pós-guerra, até que seu talento é descoberto.

Entretanto, na realidade, ex-alunos da Bauhaus, como Breuer e Walter Gropius, chegaram aos Estados Unidos ainda na década de 1930, já como profissionais renomados, com cargos prestigiados em universidades como Harvard.

Outro ponto controverso é a representação de Toth como um viciado em heroína e devotamente religioso, algo completamente diferente da personalidade de Breuer, que era sóbrio e secular.

‘O Brutalista’ está em cartaz nos cinemas nacionais.

Homens abraçados em frente a ônibus verde.
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Anteriormente, o editor Dávid Jancsó havia revelado o uso de IA para naturalizar a pronúncia dos diálogos em húngaro para garantir uma precisão histórica e cultural significativa à narrativa.

“Judy Becker e sua equipe não usaram Inteligência Artificial para criar ou renderizar nenhum dos prédios. Todas as imagens foram pintadas a mão por artistas. Para esclarecer, no vídeo memorial apresentado no fundo de uma cena, nossa equipe criou imagens que intencionalmente pareciam renderizações ruins dos anos 80.”

Ele completa, “‘O Brutalista’ é um filme sobre a complexidade humana, e todos os aspectos de sua criação foram gerados por esforço humano, criatividade e colaboração. Nós estamos incrivelmente orgulhosos da nossa equipe e do que ela alcançou.”

Casal abraçado em ambiente iluminado
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ENTENDA…

Em uma recente entrevista ao RedShark News, o editor Dávid Jancsó revelou que o time criativo responsável pelo longa-metragem, que contou com o diretor Brady Corbet, não mediu esforços para garantir uma precisão histórica e cultural significativa à narrativa – e, considerando que boa parte do filme é falado em húngaro, parte do elenco tinha dificuldades em pronunciar os diálogos com fluidez.

Dessa forma, tomou-se a decisão de utilizar um programa ucraniano conhecido como Respeecher para “nativizar” possíveis equívocos dos atores.

“Eu sou falante nativo de húngaro e sei que essa é uma das línguas mais difíceis de serem pronunciadas”, Jancsó explicou. “Mesmo com o histórico húngaro de Adrien [a mãe de Brody é uma refugiada húngara que emigrou aos Estados Unidos em 1956], não é tão simples. É uma linguagem bastante única. Nós guiamos [Adrien e Felicity] e eles fizeram um trabalho fabuloso – mas também queríamos aperfeiçoá-lo para que nem os nativos percebessem qualquer diferença”.

O editor afirma que foram necessários ajustes para aprimorar letras específicas de seus sons vocais: “se você vem do mundo anglo-saxão, certos sons podem ser particularmente difíceis de entender. Primeiro tentamos abordar esses elementos mais difíceis com os atores. Então tentamos abordar completamente com outros atores, mas isso simplesmente não funcionou. Então procuramos outras opções de como melhorá-los”.

“É polêmico na indústria falar em IA, mas não deveria ser”, Jancsó completa. “Deveríamos ter uma discussão muito aberta sobre quais ferramentas a IA pode nos fornecer. Não há nada no filme usando IA que não tenha sido feito antes. Isso apenas torna o processo muito mais rápido. Usamos IA para criar esses pequenos detalhes que não tínhamos dinheiro ou tempo para filmar”.

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A trama é centrada na vida do arquiteto visionário László Toth (Brody), recém-fugido da Europa, que chega aos Estados Unidos em busca de reconstruir sua vida por completo, incluindo seu trabalho e principalmente seu casamento, após uma separação forçada. Sozinho em um novo país, encontrará quem reconheça seu talento para a construção, mas o preço disso pode ser alto.

Andrew LaurenD.J. Gugenheim entram como produtores ao lado de Brian YoungTrevor MatthewsNick Gordon.

Cartaz do filme 'O Brutalista' com Estátua da Liberdade.
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