Disparada nas ações é ‘reconhecimento do mercado que Oncoclínicas é sólida’, diz CEO

O CEO e fundador da Oncoclínicas, Bruno Ferrari, afirmou nesta quinta-feira, 20, que a entrada de um novo sócio na base de acionistas da empresa e disparada no valor das ações na B3 é o reconhecimento do mercado que a companhia é “sólida” e que o preço dos papéis não fazia jus aos fundamentos do negócio.

Em um rali expressivo, as ações da Oncoclínicas saltaram mais de 118% no acumulado dos últimos cinco dias, na esteira do otimismo após a gestora Latache comprar uma fatia da empresa. A gestora de Renato Azevedo comprou mais de 44 milhões de ações da Oncoclínicas, deixando sua participação na casa dos 7%.

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O CEO afirmou em entrevista à IstoÉ Dinheiro que a novidade foi uma ‘notícia feliz’ para a administração. Na visão do médico e empresário, o mercado agora está reconhecendo que a empresa sofreu uma desvalorização injusta.

“É importante para a companhia ter mais um sócio na sua base acionária, um sócio que tem uma presença expressiva e uma visão de longo prazo. Eles estão absolutamente alinhados com a cultura da companhia”, disse.

“Se percebe um descasamento entre o preço de tela e os fundamentos da companhia. Isso acaba refletindo no preço da ação, e enxergamos isso como um movimento natural. A gente acha que essa realocação de preço nada mais é do que um reconhecimento de parte do mercado de que a Oncoclínicas é uma empresa sólida, que entrega e tem um papel importante na oncologia e na medicina brasileira”, afirma.

As ações ONCO3 fecharam em alta de 33% nesta quinta-feira, a R$ 4, refletindo as novidades sobre o novo sócio. A alta das ações vem após um período de queda.

A compra, comenta o CEO da Oncoclínicas, não foi primária. Ou seja, a Latache não comprou a fatia de um outro sócio que está reduzindo sua participação societária na empresa, mas foi feita sim uma compra das ações que já estavam em circulação no mercado – o conhecido free float.

Após a Latache comprar os papéis, a gestora informou que os fundos que entraram na empresa – ARCL II Fundo de Investimento Financeiro Multimercado e Nova Almeida Fundo de Investimento Financeiro Multimercado – ‘não objetivam alterar a composição de controle ou a estrutura administrativa da companhia’.

Composição acionária

Com a compra, a gestora passa a ser a 5ª maior acionista da empresa de oncologia. O maior sócio é o banco americano Goldman Sachs, que está na companhia desde 2015 e detém atualmente 20,7% do capital social da companhia, conforme informações da área de Relações com Investidores (RI).

Logo em seguida aparecem o Banco Master (20%), o fundo de investimento Josephina III (16%), e o próprio fundador, Bruno Ferrari, que é dono de 8,4% da empresa.

Outros membros da administração detém ainda cerca de 0,7% do capital social.

Oncoclínicas reduziu alavancagem e dívida

Um dos fatores citados por analistas de sell side como preocupação – o endividamento – foi enfrentado frontalmente pela gestão em 2024.

No resultado mais recente, referente ao terceiro trimestre de 2024 (3T24), a Oncoclíncas mostrou uma dívida líquida de R$ 3 bilhões, uma redução expressiva ante os R$ 3,8 bilhões vistos no primeiro trimestre do mesmo ano.

No mesmo sentido, a empresa mostrou uma queda na sua alavancagem, que recuou de 3,9 vezes o Ebitda para 2,7 vezes o seu Ebitda.

Além disso, no trimestre em questão a companhia voltou a gerar caixa e mostrou uma alta de 8% no Ebitda comparando com igual etapa do ano anterior, para R$ 309 milhões.

O resultado da Oncoclínicas referente ao quarto trimestre de 2024 será divulgado no dia 27 de março.

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