ETFs de ações estrangeiras e de criptoativos são destaque em 2024; veja ranking

Entre os ETFs com melhor rendimento nos primeiros meses de 2024, os destaques foram ativos atrelados a índices com ações listadas nos Estados Unidos ou a criptoativos. É o que mostra levantamento exclusivo foi feito pela plataforma Investing, a pedido do site IstoÉ Dinheiro.

“As bolsas americanas e as criptomoedas tiveram destaque no período especificado, então seria normal que os ETFs relacionados a esse índice subissem”, explica o chefe de análises da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino.

Os 15 ETFs com melhor desempenho no ano, até o dia 8 de julho, acumularam altas entre 31,80% e 65,60% no período.

Veja os 15 ETFs com maiores altas no ano

Posição Código Alta em 2024 Índice replicado
1 GENB11 65,60% S&P/B3 Ingenius
2 TECK11 55,30% NYSE FANG+
3 QBTC11 46,50% CME CF Bitcoin Reference Rate
4 BITI11 45,40% Bloomberg Galaxy Bitcoin Index
5 BITH11 44,60% Nasdaq Bitcoin Reference Price (NQBTC)
6 HASH11 44,20% Nasdaq Crypto Index
7 ETHE11 43,70% Nasdaq Ethereum Reference Price (NQETH)
8 QETH11 43,20% CME CF Ether Reference Rate
9 CRPT11 41,60% Teva Criptomoedas Top20
10 UTEC11 37,90% MSCI US IMI Information Technology 25/50
11 USTK11 37,90% MSCI US IMI Information Technology 25/50
12 NASD11 35,90% Nasdaq-100
13 JOGO11 33,30% MarketVector Global Video Gaming and eSports ESG Index
14 5GTK11 32,40% BlueStar 5G Communications Index (BFIVG)
15 MILL11 31,80% MSCI USA IMI Millenials Select 50

Na outra ponta, o NFTS11, que replica o MarketVector™ Media and Entertainment Leaders Brazil, índice de empresas de entretenimento e mídia, apresenta o pior desempenho do ano, com queda de 46%. ETFs que replicam o Ibovespa não estão entre os 15 piores, mas caíram em 2024, com baixa de 5,9% no período analisado.

Atualmente, há 86 ETFs de renda variável disponíveis na B3.

Os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos de investimento cujo objetivo é acompanhar um índice de ações, ou seja, oferecer os mesmos rendimentos deste índice. Há ETFs que “espelham” o Ibovespa, outros que replicam bolsas internacionais e até que agrupam empresas de tecnologia.

Também conhecidos como “fundos de índice”, os ETFs possuem gestão passiva. Isso quer dizer que buscam copiar um índice de referência, sem tentar superá-lo.

Como investir em ETFs

Os fundos de índice atrelados a ações listadas em bolsas estrangeiras são uma forma de facilitar o acesso ao mercado financeiro de outros países. “O investidor utiliza a própria bolsa brasileira e a corretora ao invés de comprar o ETF lá fora ou montar uma carteira lá que replique aquele ETF”, explica Cozzolino.

Luiz Gustavo Almeida, analista da Levante Inside Corp, também destaca a acessibilidade. “Com aproximadamente R$ 100 (ou uma cota) você tem acesso a um mercado inteiro. Os ETFs não têm lote mínimo, o mínimo é uma cota.”

Entre as desvantagens, Almeida destaca os custos. Como alguns ETFs listados no Brasil replicam ETFs listados nos EUA, pode haver duas taxas de administração embutidas na estrutura. Porém ele ainda será mais barato do que a taxa de fundos com gestão ativa, de 2%.

Já o economista e investidor da Corano Capital, Bruno Corano, não enxerga vantagens. “É muito mais lógico, econômico, seguro e rentável as pessoas abrirem contas em corretoras americanas e montarem suas carteiras diretamente aqui”, diz.

ETFs de criptoativos

Para quem busca investir no mercado cripto, os especialistas destacam que os ETFs trazem mais segurança. “Tem um gerenciamento de risco importante, além da credibilidade pois existem muitos problemas de corretoras cripto”, diz Cozzolino.

“Trata-se de um mercado mais regulado, com uma gestora grande por trás, e não necessariamente uma corretora de cripto”, concorda Almeida. “A desvantagem é a taxa, algo que não teria investindo diretamente na cripto.”

Corano destaca também que os ETFs podem ser negociados apenas enquanto há pregão na bolsa de valores. “Já uma criptomoeda pode ser um domingo, três da manhã, é possível transferir para alguém ou vender.”

Perspectivas para o futuro

Por serem investimentos com alto risco, não há como determinar com certeza  se esses ativos continuarão a subir em 2024. Almeida, da Levante Inside Corp, acredita porém que há uma boa perspectiva para criptoativos e ações devido à provável queda de juros nos EUA. “Na prática geraria um fluxo positivo de dinheiro para todos os ativos globais de risco, que sairia dos ativos mais conservadores.”

A alta de ativos atrelados a bolsas dos EUA também deve seguir pois possui fundamento, diz Cozzolino. “Se aquilo está indo muito bem, exceto em caso de análises erradas ou bolhas, está indo bem porque tem um motivo. No caso, é pelas empresas de tecnologia, e porque os mercados desenvolvidos estão de fato se recuperando.”

Já no caso dos criptoativos, Cozzolino é mais reticente. “Tem uma volatilidade maior, então eu veria com mais cautela. É essencial respeitar um limite de alocação de acordo com o perfil do investidor.”

Vale a pena?

“Usualmente, os ETFs colocam riscos menores do que os fundos que são de gestão específica”, destaca Enrico Cozzolino, chefe de análises da Levante Investimentos. “Você tem a diversificação completa e a réplica exata de um índice.” É como se você investisse em todas as ações de um índice com um único ativo.

O especialista destaca porém que é necessário manter uma diversificação mesmo dentro do mercado de ETFs, selecionando ativos atrelados a diferentes índices, de vários mercados.

Corano afirma que ETFs são também mais econômicos e transparentes. “Econômicos porque a taxa de administração dos ETFs, em geral, é muito baixa. E mais transparentes porque você sabe exatamente o que ele compra.”

Almeida explica que os baixos custos tem relação com a gestão passiva empreendida. Por conta dessa ausência de necessidade de gerar um retorno acima do benchmark, eles são mais baratos. A taxa de administração é inferior a 1%, contra mínimo de 2% em fundos de gestão ativa.

Quanto aos tributos, ETFs estão isentos desde que fiquem parados na carteira. Há porém alíquota fixa de 15% sobre os ganhos com a venda do ativo, e também de 15% sobre dividendos.

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