Mercado: humor dependerá de Trump e Lula em meio à agenda esvaziada

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Ibovespa / Foto: Freepik

A semana entre 16 e 21 de fevereiro terá pouco movimento em relação à agenda econômica. Contudo, pode haver um revés na dinâmica do mercado caso o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, siga com sua retórica tarifária ou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cometa algum “deslize” que aumente as incertezas em torno do quadro fiscal.

Na segunda-feira (17), o Banco Central do Brasil divulga o tradicional Boletim Focus. “A princípio, espera-se poucas modificações nas expectativas futuras de taxa de juros, inflação e dólar. Porém, a projeção do PIB pode vir com uma redução para os anos de 2025 e 2026 devido à desaceleração verificada no fim de 2024”, comentou Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.

No exterior, a segunda-feira receberá por feriado nos EUA, mantendo fechados os mercados de Wall Street. Ainda assim, a semana será repleta de discursos de membros do Fed (Federal Reserve), o Banco Central dos EUA, sobre a trajetória da política monetária do país. O mercado deve acompanhar de perto, especialmente após os dados de inflação virem acima do esperado.

Já no Japão, serão divulgados os números da prévia do PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre de 2024, enquanto a China trará, na terça-feira (18), os preços dos imóveis, principal fonte de riqueza do país, que há meses estão em queda.

No radar corporativo, a temporada de balanços do quarto trimestre de 2024 ganha força no Brasil, com destaque para Banco do Brasil (BBAS3), Vale (VALE3), BB Seguridade (BBSE3), Minerva (BEEF3) e B3 (B3SA3).

Como o mercado se comportou entre 9 e 15 de fevereiro

A semana teve um início volátil no mercado brasileiro, especialmente devido ao aumento da incerteza global após Trump anunciar tarifas de importação para o aço e o alumínio.

Ao longo dos dias, foram divulgados dados importantes sobre a inflação, como o CPI, que mede a inflação ao consumidor nos EUA e veio acima do esperado. A projeção era de uma alta de 0,30%, mas o índice subiu 0,50% no mês, acumulando 3% de aumento em 12 meses. Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, ressaltou que “o Fed tem um objetivo de 2% de inflação. Mesmo excluindo os indicadores mais voláteis, a inflação ainda acelerou de um mês para cá”.

O PPI – índice de inflação ao produtor – também veio acima do projetado pelo mercado. Havia uma preocupação de que essa inflação viesse mais pressionada, reforçando a percepção de que o Fed não terá pressa em reduzir os juros.

“Acredito que a semana começou um pouco mais complicada de uma forma geral. No entanto, a sexta-feira foi um dia bastante positivo. Isso porque saíram dados nos Estados Unidos de vendas no varejo, que mostraram uma desaceleração maior”, disse Bolzan.

Ibovespa na semana

  • Segunda-feira (10): +0,76%
  • Terça-feira (11): +0,76%
  • Quarta-feira (12): -1,69%
  • Quinta-feira (13): +0,38%
  • Sexta-feira (14): +2,70%
  • Semana: +2,89%

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