Crítica | ‘Bridget Jones: Louca Pelo Garoto’ Uma Vez Mais Dialoga com a Mulher Contemporânea

bridgetjones4 2

Ela está de volta! Uma das personagens queridinhas do início do milênio, a britânica Bridget Jones dialogou com a mulher urbana e cosmopolita no início do século abordando temas relevantes à época e ao universo feminil e que mais tarde seriam falados mais abertamente pela sociedade, tais como a gordofobia e o orgulho do próprio corpo, a autossuficiência emocional e, também, responsabilidade emocional. Entre uma paixonite e um coração partido, as décadas se passaram e essa personagem literária extrapolou as páginas dos livros de Helen Fielding e ganhou três filmes para chamar de seu. Agora, vinte e quatro anos após a primeira adaptação, chega aos cinemas hoje o mais novo capítulo dessa história: a comédia românticaBridget Jones: Louca Pelo Garoto’.

Bridget Jones: Louca Pelo Garoto

Depois de ter encontrado seu final feliz com Darcy (Colin Firth), hoje Bridget Jones (Renée Zellweger) é uma viúva, mãe de dois filhos pequenos e que tenta equilibrar uma rotina que inclui as agendas de ambas as crianças, deixando sua própria vida pessoal de lado. Quando sua ginecologista Dr. Rawlings (Emma Thompson) sugere que ela volte ao trabalho, e seus amigos sugerem que ela entre em um app de relacionamentos, Bridget decide fazer tudo isso, na tentativa de retomar sua vida quatro anos após o trágico acidente que levou seu marido. Assim, tentando acompanhar a vida escolar de seus filhos com a chegada de um novo professor, Mr. Wallaker (Chiwetel Ejiofor), e entender como será sua nova vida amorosa quando conhece o jovem Roxster (Leo Woodall).

Para quem leu e viu todos os outros filmes, ‘Bridget Jones: Louca Pelo Garoto’ tem o mesmo formato ao qual já estamos acostumados (e esperamos) ver: nossa protagonista enrolada, com crises de autoestima, dividida entre dois boys extremamente opostos que fazem ela se sentir insegura e corajosa ao mesmo tempo. Ainda temos, claro, a participação dos queridos Darcy e de Daniel (Hugh Grant), cada um a sua forma, mostrando não só a passagem de tempo, mas, acima de tudo, a maturidade e a serenidade que vem a todos justamente por causa dessa passagem de tempo.

Bridget Jones: Louca Pelo Garoto

Atentos às questões atuais da mulher moderna, o roteiro (baseado no livro homônimo) constrói situações com as quais o público feminino facilmente irá se relacionar, seja com relação à maternidade, à necessidade de se relacionar, depois de um tempo, com alguém novo ou sobre voltar à ativa num mercado de trabalho competitivo. Nessa jornada, a protagonista atrapalhada recupera alguns cacos que a fizeram famosa, como seu jeito sempre positivo de ver as coisas ou de acabar falando demais quando está nervosa. Às vezes, entretanto, não dá para entender algumas escolhas, como a manutenção da protagonista sempre descabelada, mesmo quando ela dá a volta por cima. Ainda assim, o diretor Michael Morris faz um bom trabalho em captar a essência da saga com um elenco que segue entrosado e disposto a entender e entregar o que seu público quer.

Voltar ao universo de Jones é como rever uma amiga a quem viemos acompanhando nos últimos vinte e cinco anos, de quem sabemos tudo a respeito e que dá gosto de reencontrar e ver bem, apesar de tudo que enfrentou. Divertido e leve, ‘Bridget Jones: Louca Pelo Garoto’ retrata os desafios da mulher contemporânea em uma história com a qual a mulher cosmopolita vai se identificar.

Bridget Jones: Louca Pelo Garoto

Adicionar aos favoritos o Link permanente.