Soja: comercialização no Brasil está lenta em meio à alta do frete

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Foto: Freepik/Soja

A comercialização da safra 2023/24 de soja no Brasil está lenta devido à alta do custo do frete, que se soma a outros fatores que pressionam os prêmios e os ganhos dos produtores, já sazonalmente mais baixos durante o período da colheita.

As tradings estão cautelosas e fechando negócios apenas com produtores que já têm a “ponta vendida”, a fim de reduzir os riscos relacionados ao frete, conforme apontaram analistas ouvidos pela Reuters.

“O frete é o principal fator que está limitando os negócios. Há um receio por parte das tradings, que tentam diminuir os riscos, fechando o frete apenas quando já houver um negócio fechado na ponta vendida…”, afirmou Guilherme Palhares, head de alimentos e bebidas do research do Santander, em entrevista à Forbes.

O frete está mais caro em meio aos gargalos logísticos para escoar uma safra recorde no Brasil, que pode ultrapassar 170 milhões de toneladas de soja. O cenário se agrava com as chuvas, que dificultam as operações no principal estado produtor, o Mato Grosso.

Além disso, a Petrobras (PETR4) aumentou em mais de 6% o preço do diesel para distribuidoras no início de fevereiro, o que também impacta os custos logísticos.

Soja: preço volta a cair com chegada da colheita e queda do dólar

O preço da soja no Brasil voltou a cair nesta segunda-feira (27), de acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). No Porto Paranaguá (PR), a média foi de R$ 132,29 por saca de 60 kg, o que representa queda de 1,58% em relação à sexta-feira (24).

No acumulado do mês, houve uma queda de 5,11%. Esse recuo reflete tanto a entrada da nova safra, especialmente no Paraná, quanto a desvalorização do dólar, apontam pesquisadores do Cepea. O clima favorável traz avanços para a colheita no sul do Mato Grosso do Sul e no Paraná.

No entanto, a chuva no Cerrado e a seca no Sul causam lentidão na colheita dessas regiões, o que impede uma queda ainda maior nos preços.

A bolsa de Chicago também apresentou baixa no preço da soja, com queda de 1,02% nos contratos, para US$ 10,45 por bushel.

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