A bebida que virou ouro: o que esperar do preço do café neste ano?

O Brasil, maior produtor mundial de café, enfrenta um cenário desafiador para as safras de 2025 e 2026. As previsões indicam uma redução de 4,4% na produção nacional, comparada ao ciclo anterior.

As questões climáticas, como a redução das chuvas e as temperaturas elevadas, são fatores determinantes nesse declínio.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reporta que a produção de café arábica, predominante no país, sofrerá uma queda significativa. A expectativa é de 34,7 milhões de sacas, uma redução de 12,4% em relação ao ciclo passado.

Estados como Minas Gerais, líder em produção, devem sentir esse impacto com uma queda ainda mais acentuada.

Por outro lado, algumas regiões podem apresentar exceções. No Espírito Santo, espera-se um aumento na produção de café conilon, com projeção de 9% a mais, graças a condições climáticas favoráveis.

A Bahia também segue essa tendência positiva, com um crescimento estimado de 11,3% na produção total.

Impacto no mercado interno e externo

Além dos desafios de produção, o mercado brasileiro de café enfrenta a pressão do crescimento das exportações.

Em 2024, o Brasil registrou um aumento recorde de 33,3% nos envios para outros países. A alta do dólar e os preços elevados nas bolsas internacionais incentivaram esse movimento, valorizando o café exportado.

O impacto dessas dinâmicas no mercado interno não deve ser subestimado. A combinação de menor oferta e maior exportação pode levar a um aumento nos preços dos produtos dentro do território nacional, intensificando ainda mais a inflação.

Cabe lembrar que o grão moído teve uma alta de quase 33% nos 12 meses até novembro de 2024, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Já presente nas safras anteriores, a inflação afeta diretamente o bolso do consumidor brasileiro.

Tendências para o futuro próximo

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço médio da saca da commodity chegou a R$ 2.315,44 por saca, o maior valor em 28 anos. Isso representa uma alta de 6,9% em relação a dezembro do ano passado, quando a saca era vendida a R$ 2.154,88.

Com a produção em declínio e a alta demanda externa, o mercado de café no Brasil enfrenta um futuro incerto. As condições climáticas adversas continuam a desafiar os agricultores, enquanto a economia global influencia as decisões de exportação.

Especialistas acreditam que os valores devem continuar altos nos próximos meses. Com o agravamento das questões ligadas ao clima, o consumidor deve se preparar para possíveis aumentos no preço do café nos próximos anos.

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